segunda-feira, 29 de abril de 2019


      
                   O Espírito Maligno Fugiu (lembranças que nos marcam).
 
“Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum. Contudo, não vos alegreis porque se vos submetem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus”. (Lucas 10. 19,20).

Em um domingo, após o culto da manhã, recebemos um chamado urgente da casa de uma jovem que havia se convertido recentemente a Cristo. Nos disseram que a garota estava possessa de um violento espírito maligno. 

Fomos em meio a um pequeno grupo atender ao chamado. No caminho, um dos integrantes do grupo, a quem carinhosamente chamamos Paulinho do piano, gritou: “Vai saindo demônio, porque estamos chegando!”

Quando entramos naquela casa a garota estava prostrada na cama; o demônio realmente a havia deixado. Foi quando uma “mãe de santo” se aproximou de mim e perguntou: “Me diga pelo amor de Deus! Porque eu usei nossos rituais para expulsar o espírito e não consegui, depois peguei a bíblia de vocês, tentando expulsar e ele a tomou de mim e jogou longe, (mostrando-me a bíblia em um canto da casa) mas quando vocês estavam chegando ele saiu dela?

Começamos a explicar àquela senhora que os demônios não temem ao livro, (Bíblia) mas às pessoas que obedecem às palavras daquele livro. Quando estávamos conversando, uma nuvem espessa pôs-se entre nós duas. Eu nunca tinha tido uma experiência semelhante, confesso que me assustei. Entretanto, sabendo que era arte de demônios, continuei firme olhando em sua direção e logo a nuvem passou e nós continuamos ministrando a palavra aquela senhora. Que Deus a tenha iluminado à verdade de Cristo!

Soubemos então, que ao chegar da igreja aquela garota colocou uma música da banda KISS, sigla do Kanights in satan’s service (cavalheiros a serviço de satã) na medida que a música ia tocando ela sentiu algo entrando por seus braços e  pernas, dominando-a totalmente. Daí em diante o espírito maligno começou a comandá-la com atos violentos. A família em desespero chamou uma “mãe de santo”; vendo que não deu resultado, chamou os crentes e Deus foi conosco e ao Nome de Jesus os demônios não resistem. Deus foi exaltado dando autoridade a nós, os seus servos, contra aquele espírito maligno.

Anos depois nós tivemos uma experiência semelhante, quando chegou um rapaz na nossa casa, apavorado, chorando e dizendo que um espírito estava entrando por seus braços e pernas. Ele foi liberto e transformado pelo poder de Deus.




Por Guiomar Barba
Correção Carlos Bompastor.
18.03.2019
 

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sexta-feira, 26 de abril de 2019


                                              ELA FEZ A SUA ESCOLHA

“Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho.” (Mateus 7.13).

Em uma tarde, quando morávamos em Mato Grosso, dirigíamos uma reunião com mulheres, quando entrou uma senhora de meia idade e contou sobre uma visão estranha que ela havia tido. Depois de ouvi-la, impomos as mãos (porém precipitadamente) sobre a sua cabeça para orarmos; foi quando uma força levantou a minha mão bem alto, me deixando de olhos arregalados e estupefata!

Passados alguns dias, convidamos uns irmãos para fazermos uma visita aquela senhora. Ao chegarmos à sua casa, ela me levou ao seu quarto e mostrou-me o púbis, que estava com uma proporção incomum, assustadora. Perguntei-lhe a causa, ela disse que não sabia. No meu coração ficou a certeza de que era uma causa espiritual, claro, maligna.

Fomos para a sala, então ela nos contou que esteve em uma cirurgia com alto risco de morte, e que ela havia prometido a Deus que se Ele poupasse a sua vida, ela a entregaria a Ele. Deus a poupou, no entanto ela seguiu o seu caminho devasso. Soubemos que ela se mantinha através de um bordel.

Aquela senhora estava muito enferma, embora não fosse perceptível.
Após a ministração da Palavra lhe perguntamos se ela queria entregar-se a Jesus, ela respondeu friamente: “Não!”
Sobre uma forte convicção do Espírito Santo, falamos que não lhe restavam mais muitos dias de vida e que ela iria para o inferno por sua própria escolha. Mesmo assim, ela foi definitiva dizendo: “Não quero!”

Quinze dias após esta visita, convidei novamente um grupo para visitá-la, (confesso que fui realmente por curiosidade, porque eu sabia que ela iria morrer logo). Ao chegarmos encontramos a casa fechada, fomos à casa vizinha e perguntamos por ela. A vizinha nos disse o que já sabíamos: “ela morreu.”

“O salário do pecado é a morte” (morte espiritual). ( Romanos 6.23)

Por Guiomar Barba
Correção Carlos Bompastor
Cabo de Santo Agostinho – PE. 16.04.1019



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quarta-feira, 17 de abril de 2019



                                              TRÊS LAGOAS, MATO GROSSO DO SUL


                              EU NÃO SABIA A VERDADE DO MEU CORAÇÃO (Recordações)

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos segundo o fruto das suas ações." (Jeremias 17.9,10).

Na cidade Três Lagoas – MT., há alguns anos, estávamos dirigindo uma casa de recuperação de viciados em drogas, álcool, etc., dirigíamos também uma igreja e fazíamos programa de Rádio. Certa vez saímos de férias, fomos para Salvador. Como não era remunerada, sempre dependia de Deus financeiramente para viajar e para as minhas necessidades pessoais.
O tempo de férias passou, eu recebia mensagens de um obreiro me dizendo que haviam moças ali que necessitavam muito de mim, mas eu “dizia que não tinha dinheiro para voltar”, o que eu não me apercebia era que, de fato, eu não desejava voltar, embora sempre amei o meu trabalho.

Um dia fui convidada para reunião de uma família que tinha um assunto pendente entre eles. Escutei toda história, discussões, sem dá nenhuma opinião, no fim daquela reunião o pai, marido, genro, daquela família me pediu para orar. Nunca imaginei de passar tamanha vergonha, pois mal comecei a oração, fui tomada em profecias quando Deus me falou gravemente: “Volta, porque se não voltares Eu requererei de ti aquelas ovelhas”. Saí daquele quarto um tanto indignada, arrumei minha mala e disse atrevidamente para Deus: “Aí está, se Você quer que eu volte, mande a passagem”!

Eu havia ido de ônibus, como sempre. Aqueles ônibus antigos da S. Geraldo, velhos, sem nenhum conforto e até cheios de baratinhas.

“Estava também hospedado na casa do meu irmão, o cantor Nicolette com a sua família”.
Não podia imaginar qual seria a providência divina, mas creio que no mesmo dia após a ordem de Deus para voltarmos, uma amiga preciosa a quem chamamos carinhosamente de Chinha, me ligou e perguntou: “Você quer ir de Varig ou de Vasp?" Tomei um susto e perguntei quem iria pagar, ao que ela me respondeu: “Não importa!"  Providencialmente falei com “o Nicolette” antes de responder e ele me disse para irmos juntos, eles iriam de Varig e ao chegarmos ele me deixaria na Rodoviária.

O que ele não sabia era que o meu dinheiro não alcançava para pagar do aeroporto de Guarulhos até a rodoviária de S.Paulo, meu dinheiro só alcançava pagar a passagem de São Paulo a Três Lagoas, mas Deus sabia o que havia feito e quanto eram as minhas posses. Assim como Deus determinou no coração do Nicolette, embora ele não soubesse, me levou até a rodoviária e voltamos ao nosso campo de batalha.

“Outra história aconteceu na nossa volta quando vimos mais uma vez o agir grandioso de Deus, mas fica para a próxima vez.  São inúmeras as experiências da direção e do cuidado de Deus por nós.

Por Guiomar Barba
Correção Carlos Bompastor
18.03.2019

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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Feira de Santana, 08 de março de 2019.
CARTA ABERTA A EXCELENTÍSSIMA MINISTRA DA MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS, SENHORA DAMARES ALVES.

Em primeiro lugar quero parabenizá-la pelo cargo que, ora, Vossa Excelência ocupa.
Sei das inúmeras tarefas de V. Excelência, mas permita-me dirigir-lhe esta carta aberta,
como uma contribuição ao diálogo saudável e republicano. Reconheço que num Brasil
de altíssimas taxas de feminicídio, de intolerância e violência contra os direitos básicos
das minorias, os desafios de seu Ministério são imensos.

Meu nome é Elizete da Silva, nascida no Recôncavo da Bahia, criada na Escola Bíblica
Dominical de uma Igreja Batista, na qual meu pai era diácono, onde recebi as primeiras
e inesquecíveis lições sobre ética, solidariedade cristã e que o Reino de Deus é Justiça e Paz. Há quatro décadas sou professora de História na Universidade Estadual de Feira de Santana, estudiosa do campo religioso brasileiro e educadora preocupada com a
juventude brasileira e o seu futuro.

Como o Brasil é uma república laica, todas as manifestações religiosas devem ser
respeitadas, inclusive o direito da Senhora Ministra ser “terrivelmente cristã,” contudo, convém destacar que o Brasil não é uma sociedade cristã, o campo religioso brasileiro é plural, o qual abriga cristãos de várias denominações, espíritas, religiões de matrizes africanas, islâmicos, judeus, budistas e ateus, que merecem ser respeitados nas suas crenças ou descrenças, como um direito constitucional e garantido pela Declaração dos Direitos Humanos. Penso que a Pastora Damares não deve confundir-se com a Ministra Damares. A Ministra de Estado não deve fazer proselitismo, como uma pregadora. Caso contrário estará regredindo ao estatuto colonial, quando vigia o Padroado Régio da Igreja Católica, só que agora um Padroado Evangélico.

Os evangélicos, como os católicos sempre fizeram catequese aos indígenas, como
pastora, a Senhora Ministra dedicou-se a uma ONG, que evangelizava indígenas.
Convém esclarecer que no processo de evangelização não está incluído o sequestro de
crianças ou o desenraizamento dos inocentes de seus lares. Se alguns missionários
praticaram tais atos devem ser condenados, conforme a legislação vigente no País. A
adoção de uma menina indígena é uma atitude pessoal da Pastora Damares, mas convém explicar, em bom português, os trâmites que foram seguidos evitando equívocos perniciosos à sua imagem e a dos evangélicos em geral.

A presença das mulheres em funções públicas é algo novo na História mundial e do
Brasil, resultante da luta histórica de centenas de mulheres que ousaram questionar as
relações androcêntricas, que colocavam os homens em superioridade. As sufragistas e
as feministas do século XIX foram as primeiras no mundo contemporâneo a
questionarem a primazia masculina. Excelência, as mulheres evangélicas ou
protestantes foram parceiras fieis a encetarem essa batalha por direitos iguais e
escreveram uma Bíblia da Mulher, lideradas por Elizabeth Stanton, para desmistificar a
submissão imposta nas Igrejas Protestantes pelos pastores. Não confundir com as
Bíblias de capa rosa, que são vendidas no mercado, atualmente. A Bispa Anglicana Dr.
Bianca Daeb`s Almeida está organizando uma tradução em português, que virá a lume
brevemente. A leitura deste livro trará benefícios no exercício ministerial e pastorado.

Hoje, a Senhora Ministra está usufruindo da luta dessas pioneiras sufragistas, da
abolicionista Isabel Beaumfoert, ou Sojurner Truth, uma mulher negra evangélica, de
origem Quaquer (protestantes dissidentes antiescravistas), que ficou célebre pelo seu
contundente discurso E eu também não sou mulher? pronunciado na Convenção das
Mulheres pelo Sufrágio nos Estados Unidos em 1867. Na atualidade, esta luta continua
com muitas mulheres, que merecem respeito, não são feias, são lindas, poderosas e
necessárias como vigilantes dos Direitos Humanos, são advogadas, professoras, donas
de casa, trabalhadoras em geral, artistas defendendo seus direitos como seres humanos, plenas de dignidade e inteligência, tal qual os seres humanos do sexo masculino.

Fiquei estarrecida com o pronunciamento no Dia Internacional da Mulher da Senhora
Ministra: afirmar que a luta das mulheres por igualdade de direitos estimula o
feminicidio é o mesmo que dizer que as vítimas são as culpadas pela violência, que as
abusadas sexualmente provocam os seus agressores. Uma verdadeira inversão de
valores, em que o legítimo e o justo são equivocadamente confundidos com o erro e a
perversão. “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”.
(JOÃO 7:24, BÍBLIA). Ministra, por favor, o treinamento de cabelereiro e manicures
para observar se as mulheres estão sendo espancadas é perfumaria, parece um deboche diante da gravidade da situação, que demanda do seu Ministério POLITICAS
PÚBLICAS EFICAZES e preventivas para livrar meninas e mulheres do machismo criminoso.

No texto bíblico está escrito que Deus criou o homem e a mulher a sua imagem,
(Gênesis 1:27, Bíblia) portanto sem qualquer laivo de inferioridade. Esta atitude
machista foi desenvolvida no mundo judaico- cristão, como um equívoco que a queda e o pecado entraram no mundo por causa de Eva e recai sobre ela e nós todas as culpas pela loucura do mundo. Senhora Ministra, Eva, a Mãe de todos os viventes, comeu o fruto do conhecimento do bem e do mal, sem ela não teríamos cultura, conhecimento, seriamos bonequinhas, todas elas brancas, a passear no Jardim do Éden.

Durante a Idade Média, as mulheres ficaram segregadas. Com a Reforma Protestante
(1517) e o resgate da doutrina do sacerdócio universal dos cristãos, as mulheres
passaram a outro patamar, diante de Deus estão em pé de igualdade com os homens. E desde o século XVI mulheres estão reivindicando o pastorado, que a Senhora Ministra também exerce numa igreja evangélica e foi resultado da militância de muitas mulheres que nos antecederam. A História está plena de exemplos de mulheres que lideraram movimentos coletivos em defesa da dignidade e da liberdade da humanidade e o fizeram a partir de suas comunidades religiosas.

Senhora Ministra, as mulheres não devem apenas administrar a cozinha de suas casas ou ficar no cotidiano doméstico. Devemos educar as nossas meninas para serem estudiosas e profissionais competentes com atuação no mercado, tal qual os meninos. A metáfora da cor de roupa, rosa ou azul, que devemos usar em meninos e meninas proferida pela V. Excelência, em profunda êxtase, nos meios televisivos não transforma uma criança, ou melhor, um ser humano, em bom cidadão: meninos e meninas precisam de uma educação sólida, na qual a ética, a solidariedade e o respeito às diferenças sejam valores inquestionáveis: “Ensina a criança o caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele” (PROVÉRBIOS. 22:6, BÍBLIA).

Nossas crianças e a juventude precisam de boas escolas públicas, de tempo integral,
com professores capacitados e bem remunerados, o lar não é o lugar adequado para a
formação escolar. No Brasil Imperial, a aristocracia pagava os preceptores para educar
seus filhos. Que camadas sociais poderão arcar com tais despesas atualmente? Com esta proposta as camadas populares, nas quais pai e mãe precisam trabalhar que tempo terão para escolarizar os seus filhos? Pais muitas vezes analfabetos e sem escolarização terão condições de bancar a educação escolar feita por eles mesmos e privada? Conforme o IBGE, 50 milhões de brasileiros vive na linha da pobreza, isto significa que se tal proposta vingar, certamente, pais trabalhadores, pobres e geralmente afrodescendentes não terão o direito à educação de seus filhos.

A escola democrática para todos como entendemos hoje, para meninos e meninas de
todas as idades e camadas sociais, Senhora Ministra, é parte do ideário protestante desde o século XVII. Como pedagoga, V. Excelência deve saber que o primeiro livro de
didática, A Didática Magna foi escrito pelo pastor e educador Amós Comenius, um
Irmão Morávio, nascido em 1592. No Brasil e em vários países os evangélicos sempre
construíram escolas ao lado dos templos e colégios de grande porte, que se tornaram
referência pelo ensino de qualidade.


A homeschooling é um mau exemplo da sociedade estadunidense: no inicio do século
XX pais evangélicos fundamentalistas resolveram escolarizar suas crianças para evitar
as ideias cientificas, que discordavam da leitura criacionista da Bíblia. Senhora
Ministra, a fé cega não faz parte da tradição evangélica, Paulo fala no culto racional,
que era necessário sabermos as razões da nossa fé (ROMANOS 12: 1, BÍBLIA). Não
tenha medo da escola, tema a falta da escola neste Brasil com índices de analfabetismo tão altos! O que precisa ser feito é incentivar as famílias a levarem seus filhos à Escola. Um bom exemplo é a Holanda: crianças e jovens estudantes faltosos, sem justificativa, os pais pagam multa pelas ausências de seus filhos.

A escolarização doméstica não resolveu os problemas da sociedade estadunidense, que continua desigual, racista e violenta. Nos Estados Unidos, há mais de 2 milhões de
crianças em idade escolar fora da escola, “um dos principais motivos para a prática
do homeschooling é religioso”. São as minorias religiosas e étnicas que, de acordo com
os estudos sobre o assunto, adere a essa nova modalidade de educação, conforme artigo da pesquisadora Carlota Boto (2018) da Universidade de São Paulo.

E por falar em ideias científicas que questionam crenças arraigadas, Senhora Ministra,
o livre exame da Bíblia e o principio da liberdade intrínseco ao protestantismo
proporcionou o desenvolvimento da ciência moderna. A oposição entre Ciência e Fé é
algo descabido no mundo de hoje. Renomados cientistas, pensadores ou filósofos
católicos e evangélicos não renegaram sua fé em virtude do estudo dos átomos, por
exemplo, ou outra descoberta cientifica. Os evangélicos não falharam diante da ciência, pelo contrário, os princípios evangélicos favoreceram o espírito investigativo.

Eis o testemunho eloquente de como a fé e a ciência não são excludentes: a Professora
baiana Archiminia Barreto, era uma mulher negra, membro da Primeira Igreja Batista
do Brasil, em 1910, quando da passagem do Cometa Halley no Brasil, não se juntou aos
fanáticos alarmados, que pensavam que já era o fim do mundo. Ao contrário, a mestra
batista escreveu um substancioso artigo no Jornal Batista analisando o Cometa como
um fenômeno da natureza e que não trazia quaisquer sinais do apocalipse ou de
maldição diabólica (SILVA,2017). Passado mais de um século, a atitude da professora e
articulista batista pode trazer lições para a vossa atuação ministerial.

“Prudentes como as pombas e perspicazes como as serpentes” (MATEUS 10:16,
BÍBLIA), um conselho bíblico que faria bem ao desempenho ministerial. Jamais uma
ministra de estado, que tem a função e o desafio de atuar em politicas para a família,
mulher e Direitos Humanos deveria aconselhar aos pais das meninas a fugirem do País.
Senhora Ministra, as famílias e as meninas precisam de educação sexual para não se
tornarem vítimas de delinquentes, ou da falsa propaganda da sociedade de consumo, que as transforma em objeto sexual. Educação sexual ministrada por professores
competentes e famílias bem informadas, com certeza evitará a gravidez indesejada, a
epidemia de mães adolescentes e crianças abandonadas, e, sobretudo, os índices
elevados de feminicídio que grassam no Brasil. A saída pelo aeroporto é para covardes,
sem nenhum sentimento de responsabilidade pelo Brasil.

Não esqueça, nunca, Senhora Ministra, a fala de um cristão “deve ser sim, sim, não, não e o que passar disso é obra satânica” (MATEUS, 5.37 BÍBLIA) eu e centenas de
professores ficamos indignados com as mentiras do Kit Gay, atribuído a Pastora
Damares e desmentido nas redes de Televisão. O governo da Senhora Ministra foi eleito com base em mentiras, mas se recuse a ser a portadora das inverdades, não cumpra o
papel de boba da corte, que fala o que vem na cabeça e diverte as redes sociais e a
imprensa ligeira. Assuma a dignidade do cargo com propostas consequentes, que
realmente contribuam para a melhoria da educação e das relações sociais no País.
Mantenha uma equipe de bons assessores, que conheçam a realidade brasileira, para
além das noticias do WhatsApp ou do grupinho pessoal ou partidário de seguidores.

Para evitar desgastes políticos na imagem do Brasil, não fale nada que não possa provar: aquela fala ou sermão que pronunciou antes de ser ministra, que os pais holandeses masturbam suas crianças pegou muito mal. A imprensa holandesa reagiu. O Telegraaf, publicou o texto "Ministra Damares conta fábulas sexuais sobre a Holanda". Nos últimos quatro anos, tenho visitado a Holanda como pesquisadora, frequentei famílias, universidades e jamais presenciei algo parecido, muito menos o sexo livre no trem. Ao contrário, convivi com um povo disciplinado, respeitador e trabalhador, que cultiva jardins e mantém uma pontualidade calvinista nos serviços públicos.


Quanto aos traumas de infância, que V. Excelência carrega é de bom alvitre buscar
ajuda profissional para se libertar da dor e da angústia, impostas por falsos pastores, “
lobos vestidos em pele de cordeiro”, os quais merecem ser punidos pelos delitos
cometidos contra uma criança. Não se deixe vitimizar, lute como uma mulher, não faça
da sua dor motivo de escárnio público. As virtuosas e sábias mulheres da Bíblia podem
ser exemplos para V. Excelência: destaco a guerreira juíza Débora no Velho Testamento e a vigilante Maria a irmã de Lázaro, no Novo Testamento, que escolheu a melhor parte. A Bíblia é um livro de sabedoria e pode ser lido com outro olhar, além do dogmatismo.


Esclareço que não votei no atual Presidente da República, por discordar de suas
propostas. Desde a campanha eleitoral, indignou-me a peça que mostrava dedos em
ristes como armas, repetido por milhões de brasileiros, jovens e crianças como a
ensinar-lhes que a violência está autorizada, num gesto tão simples... e o que me veio à mente foi a “Banalidade do Mal”, (ARENDT, 1999), a violência fascistoide ocorrida no
século passado na Europa. A sociedade brasileira não precisa de mais armas letais, nós
precisamos, sim é de educação de qualidade, de justiça e inclusão social dos brasileiros
historicamente excluídos, inclusive do direito básico de ter uma família.

Quero participar do debate. Não me furtarei de cumprir minha tarefa como cidadã e
professora comprometida com uma agenda democrática para resolver os graves
problemas sociais do Brasil.
Com os melhores votos de profícuo trabalho a frente do Ministério

                   Professora Doutora Elizete da Silva

Militante da Escola e da Universidade Pública, de Qualidade e Democrática.






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