Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; Eu as
conheço, e elas Me seguem." (João 10:27).
Realmente o evangelho é muito simples e
cumpri-lo só nos traria alegrias, paz, segurança, felicidade; no entanto, temos
um grande e terrível inimigo, o qual tem seus caprichos e vontades cultivados
desde a nossa mais tenra idade, que não para a guerra insana de não abrir mão
do que entende serem seus direitos. O apóstolo Paulo conviveu com esta
dicotomia e, portanto, descreve: "Pois a carne (EU) deseja o que é
contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne(EU). Eles estão
em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. (Gálatas
5:17).
Parece-nos simples a solução desta questão: se
eu desejo, luto para obedecer, mas não consigo, que culpa tenho? No entanto, o mesmo Paulo nos adverte: "a
mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus, nem
pode fazê-lo." (Romanos 8:7).
Que fazer então?
A vitória de Jim estava no que ele acreditava:
"Fugir para Deus é simplesmente submeter continuamente todas as
nossas escolhas a Ele, até que os hábitos se transformem em caráter e sejamos
inteiramente dEle" .
Como?
"Assim, façam morrer tudo o que
pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão,
desejos maus e a ganância, que é idolatria.” (Colossenses 3:5).
Todos nós sabemos que esta não é uma tarefa
fácil. Muitas vezes estamos tão desgastados emocionalmente para lutarmos contra
a férrea vontade do nosso Eu que nos entregamos aos seus caprichos. Em outras
ocasiões nós mesmos endurecemos o nosso coração, nos rebelamos contra a vontade
de Deus que é "boa, perfeita e agradável para as nossas vidas"
(Romanos 12.2b), e decidimos fazer o que traz prazer para o nosso EU,
embora não inocentes de que sofreremos as consequências das nossas escolhas
equivocadas. É aquela coisa, sabemos que determinadas comidas nos fazem
terríveis males, mas por um prazer tão passageiro, escolhemos agradar o nosso
EU, através do nosso paladar.
Jesus nos deu o exemplo perfeito de submissão
quando disse: "Não procuro a minha própria vontade, e sim a daquEle
que Me enviou." João 5.30).
Jesus conhecia perfeitamente que a vontade do
Pai implicaria em fazê-Lo beber um cálice de um amargor ímpar, assim, suas
emoções foram plenamente perturbadas, a ponto de seu suor assemelhar-se a
grandes gotas de sangue caindo sobre a terra (Lucas 22.44.) No entanto, Ele
havia feito a sua escolha: "obedecer".
“Meu Pai, se for possível, afasta
de mim este cálice; contudo, não seja como Eu quero, mas sim como tu
queres". (Mateus 26:39).
Nosso corpo efetivamente necessita de alimentos
diferenciados para vivermos. Cada parte do nosso corpo reclama por um tipo de
vitamina, por sais minerais, por água, e nós procuramos satisfazer estas
necessidades porque desejamos ser robustos, saudáveis. Da mesma forma o nosso
espírito reivindica sua saúde. Os agentes para combater o nosso raquitismo
espiritual estão expressos na Bíblia de forma bem precisa. Vivenciá-los está
ligado à submissão à vontade de Deus, que adquirimos através da íntima comunhão
com Ele.
Ainda no seu livro "Fuga Para Deus",
o Jim escreve: "Os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra,
dizendo: Este é o caminho andai por ele." (Isaias 30.21). Ele quer conferir poder para a sua vida para
que você esteja fora de alcance da própria carne, fora de alcance do mundo. Só
quando o mundo puder ver que estamos salvos no presente, ao invés de salvos
apenas do passado, é que nossas vidas demonstrarão que temos o poder de Deus, e
não apenas uma forma de piedade. Em sua grande maioria, as igrejas de hoje
perderam este poder, e esta é a razão porque muitos se afastam delas. As
pessoas estão sedentas por um poder capaz de salvá-las delas mesmas, um poder
que faça a sua vida aqui ser feliz. Eles querem mais do que promessas vazias de
felicidade no porvir.
Dizer não ao nosso EU pode ser muitas vezes
uma tarefa gigantesca, mas "Tudo posso naquEle que me fortalece.
(Filipenses 4.13).
Por Guiomar Barba