Podemos fazer um belo sermão, com homilética perfeita, com uma exegese perfeita, mas a palavra está escrita em nosso coração? Ela tem sido nosso alimento? O nosso corpo, nossa alma e nosso espírito têm estado submissos à Palavra? Vivenciamos aquilo que pregamos?
Da
Ilha de Patmos, João nos conta uma experiência que nos leva a uma profunda
reflexão: “Peguei o livrinho da mão do anjo e o comi. Ele me pareceu doce como
mel em minha boca; mas, ao comê-lo, senti que o meu estômago ficou amargo”.
(Apocalipse 10.10).
"Desde
sempre, os homens rebeldes dizem aos videntes: "Não tenham mais visões!
"e aos profetas: "Não nos revelem o que é certo! Falem-nos coisas
agradáveis, profetizem ilusões.
Deixem
esse caminho, abandonem essa vereda, e parem de confrontar-nos com o Santo de
Israel!”(Isaías 30:10-11).
Porque
a palavra traz luz às nossas trevas interiores, expondo nossos pecados ocultos,
nossas intenções erradas, nos colocando frente a frente com escolhas e isto nos
parece indigesto, sofredor, trabalhoso, embora sare a nossa alma.
Os
remédios amargos são camuflados com uma cápsula adocicada, lisa, fácil de
ingerir, não são acres; embora tenham sempre efeitos colaterais, o que importa
é que saram, sem sofrimento, o mal que está nos incomodando no momento.
Estes
mesmos sentimentos se repetem, como nos tempos mais remotos. Não queremos curas
amargas. Vejamos o que Deus disse ao profeta Ezequiel: “De fato, para eles você
não é nada mais do que alguém que entoa cânticos de amor com uma bela voz e que
sabe tocar um instrumento, pois eles ouvem as suas palavras, mas não as põem em
prática” (Ezequiel. 33.32). Exatamente por estes interesses de uma grande
maioria é que os falsos profetas que pregam “prosperidade” têm seus templos
abarrotados.
Faz
poucos dias que alguém me disse: “Eu gosto de ouvir coisas que me ponham para
cima”. Ou seja, gostam de ouvir coisas que correspondam aos seus interesses, às
suas conveniências. Mas não é este o desejo do Senhor para nós. Ele anseia por
fazer conosco "esta aliança, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as
minhas leis em seus corações e as escreverei em suas mentes”; (Hebreus 10.16).
A
Palavra de Deus está impressa em nossos corações? Se exalamos "o bom
perfume de Cristo” (2 Coríntios 2.15), se somos sal, se somos luz, refletiremos
o nosso grande Mestre Jesus.
“Vocês
são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não
servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.” (Antigamente
não se dispunha de substâncias químicas para conservá-lo como hoje, logo com o
tempo o sal perdia seu sabor).
“Vocês
são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E,
também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo
contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão
na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas
boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus" (Mateus
5.13-16).
A
palavra está impressa no nosso coração?
Por
Guiomar Barba.