E logo os
irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à
sinagoga dos judeus.
Ora, estes foram mais nobres do que
os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra,
examinando cada dia as Escrituras se estas coisas eram assim. (Atos 17.10,11)
Recebi uma mensagem de uma pessoa
de um dos grupos que eu participava, para que ouvisse um ensinamento do Ricardo
Gondim sobre “Jesus Proibe Pedir Bens Materiais”. Os ensinamentos estão
divididos em quatro partes: http://youtu.be/pvLIdSn8SME.
Logo nos dois primeiros vídeos percebi o quanto o Gondim está equivocado na
interpretação das palavras de Jesus, quando Ele diz:
“Por isso
vos digo: Não andeis ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou
pelo que haveis de beber, nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário”?
(Mateus 6.25).
Ele simplesmente afirma e com
muita ênfase que nós fomos ‘proibidos de pedir alguma coisa material a Deus’. Ora,
sabemos que a palavra ‘ansioso’, se relaciona à angústia, à impaciência, não
tendo nenhuma relação com proibição. Portanto, quando Jesus diz: “NÃO ANDEIS
ANSIOSOS”, Ele está nos admoestando a confiarmos em Deus. Por quê? “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque
é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é GALARDOADOR
dos que O buscam”. (Hebreus 11.6).
Na oração do “Pai nosso” Jesus nos
ensina a orar dizendo: [...] O pão nosso de cada dia
dá-nos hoje [...] O Gondim relaciona este versículo a passagem de João 6.30 em
diante, pondo ênfase no versículo: “E Jesus lhes disse: Eu
sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em Mim nunca
terá sede”, (João 6.35) para defender
sua tese de que não podemos pedir bens materiais. Ele afirma que o pão do qual
Jesus está falando seria Ele próprio, que devemos pedi-Lo todos os dias. Ora,
Se Ele disse que aquele que comer deste pão, ou seja, de Jesus, não terá mais
fome, por que então nós devemos pedir todos os dias este Pão?
O que impressionou a mulher samaritana foi exatamente quando Jesus lhe disse: “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a
água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”.
Ora, todos os dias aquela mulher
tinha que sair da sua casa para buscar água para beber e Jesus estava lhe
oferecendo uma água que lhe quitaria a sede para sempre. Imediatamente ela
pediu:
Disse-lhe a mulher: “Senhor, dá-me
dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha tirá-la”. (João 4:14-15).
Jesus estava lhe dizendo, “uma vez recebendo a Mim: estarei com você todos
os dias até a consumação dos séculos”. (Mateus 28.20).
Se fomos proibidos de pedir bens
materiais a Deus, por que Jesus prometeu: “Se vós
estiverdes em Mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis TUDO o que
quiserdes, e vos será feito? (João 15.7).
Se sabemos então, que estamos em
Cristo através do sacrifício da cruz, podemos crer na palavra do apóstolo
Paulo, que vivia absolutamente na dependência de Deus e que, portanto, pôde
dizer com autoridade: “O meu
Deus, segundo as suas riquezas, suprirá TODAS as vossas necessidades em glória,
por Cristo Jesus”. (Filipenses 4.19).
O Gondim também afirma que Deus
não beneficia ninguém particularmente ou teria que dar satisfação ao diabo por dizer
na sua palavra que odeia a balança enganosa, (2/4 do vídeo). Absurdo! Vamos ao
tanque de Betesda, “Neste jazia grande multidão de enfermos,
cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água, [...] E estava ali
um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. E Jesus, vendo este
deitado, e sabendo que estava havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
{...] Jesus disse-lhe: levanta-te, toma o teu leito, e anda. (João 5. 2-8).
Podemos contar dezenas de outros milagres feitos a uma única
pessoa, ou voltarmos no tempo e encontrarmos as viúvas que Elias e Elizeu
supriram através de milagres as suas necessidades.
Dizer que Deus tem que dar contas ao diabo por suas ações é colocar Deus como
refém do diabo. Isto é inacreditável partindo de um teólogo tão culto.
Concluímos que a interpretação da Bíblia não procede de uma mente brilhante,
culta, mas da elucidação do Espírito Santo e quando temos a iluminação do
Espírito, discernimos quando alguém está forçando interpretações da Bíblia para
apologia de suas próprias teses.
“Mas aquEle
consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará
todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. (1 João
14.26).
“E a unção que vós
recebestes dEle, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos
ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não
é mentira, como ela vos ensinou, assim nEle permanecereis”. (1João 2.27).
Precisamos de mestres? Sim! O que
João está nos dizendo é que ao lermos a Palavra o Espírito Santo nos elucida
todas as coisas, da mesma forma que quando estamos sendo ministrados por alguém,
o Espírito Santo se encarrega de confirmar em nossos corações e mentes o que
realmente procede de Deus, e nos faz
discernir quando a explanação da palavra está sendo distorcida, adulterada ou
equivocada por raciocínio humano.
Pedindo sabedoria ao Espírito
Santo de Deus, vamos berear, assim não seremos enganados.
Por Guiomar Barba.