“A MINHA GRAÇA TE BASTA, PORQUE O PODER SE APERFEIÇOA NA
FRAQUEZA” II Cor. 12:9
No exercício
da sua fé o apóstolo Paulo já havia experimentado muitas maravilhas procedentes
do Reino Celestial. Foi chamado pelo próprio Cristo glorificado em uma
teofania; viu anjos fazendo pesadas grades de prisão se abrirem; por sua ação
viu enfermos sendo curados; reprendeu espíritos imundos e assim libertou
cativos; por sua palavra viu centenas de pessoas rendidas ao senhorio de
Cristo. Mas quando quis exercer sua fé, e utilizar sua experiência em benefício
pessoal descobriu pela voz de Deus que a graça do Pai lhe seria
indescritivelmente melhor do que a solução de um inquietante desconforto,
provavelmente no corpo.
Quase dois
mil anos são decorridos desde as narrativas do apóstolo e ainda hoje a graça,
para alguns privilegiados, tem sido concedida como alternativa à solução de
graves incômodos, a despeito da fé que leva o portador a reivindicar o alívio.
SACRIFÍCIO
VERSUS A GRAÇA.
Sim, Deus
fala hoje!
Certo jovem,
no desfrute do seu progresso profissional, em vias de uma almejada promoção,
vivenciando o mel do princípio da vida conjugal com uma bela esposa,
repentinamente se depara com o que, para qualquer pessoa em momento semelhante
da vida, seria uma trágica e terrível guinada.
Sem saber, o
jovem matinha hibernando em seu corpo, talvez por anos, um micro organismo
portador de virulência devastadora. O mal despertou e se alojou em sua coluna
danificando circuitos nervosos controladores de todos os músculos desde o abdômen
até os pés, provocando avassaladora e irreversível paralisia, e desequilíbrio
emocional. Intercorrência desestruturadora não somente pessoal mas dos
relacionamentos da vida em todos os seus aspectos.
A fé
religiosa e a medicina seriam a esperança possível. Familiares, a irmandade da
fé, os amigos, profissionais da saúde, todos mobilizados em orações e ações na
busca de uma solução; desejo frustrado até agora.
O jovem
casal descobriu e passou a vivenciar o amargo gosto de uma indispensável e
radical readequação ao modus vivendi, inclusive experienciando o comportamento
dos, por assim dizer, “amigos de Jó”, além do dilema entre a abdicação da fé
religiosa e a busca por amadurecer na compreensão das nuances da fé procedente
de Deus.
Firmado na
fé como única esperança, o jovem a ela se rende dedicando-se por três longos
meses a intensa disciplina de reclusão, jejum, oração, meditação, leitura de
autores cristãos e tudo o que nos seus limites era possível na tentativa de
arrancar do Deus para quem nada é impossível, a graça da almejada cura. Reunião de culto, ministração de cura tudo
incluso no cardápio sob incentivo da irmandade e tudo resultando em dolorosa
frustração. A cura não veio.
A cura não
veio, mas veio uma provisão marcante, não pensada e não buscada mas dentro de
um contexto e em uma circunstância emocional e espiritual que sou completamente
incapaz de descrever, mas que todavia, pelo que ouvi do jovem, (“ouvi no meu
coração: FOI POR AMOR TUDO O QUE VOCÊ FEZ?”) me remete ao que disse o Deus todo
poderoso: “Porque os meus pensamentos
não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o
Senhor, porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os
meu caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais
altos do que os vossos pensamentos. Porque assim como descem a chuva e a neve
dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e
a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a
palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me
apraz e prosperará naquilo para que a designei” Is. 55:8-11 . Sim, o Jovem
recebeu uma provisão da graça que como o martelo do lapidador de uma pedra
preciosa deixou visível por enquanto ainda, apenas uma face das muitas que
determinarão a beleza e a raridade da joia de valor imensurável que o sábio
artífice certamente intentou produzir do que ao entendimento humano é tão
somente desventura.
“A MINHA
GRAÇA TE BASTA, PORQUE O PODER SE APERFEIÇOA NA FRAQUEZA”.
Pr. Jair
Rocha.
Fevereiro 2017
Fevereiro 2017