sábado, 16 de agosto de 2014

OUÇAMOS APENAS A DEUS

Somos tendentes a deixar que as circunstâncias, principalmente aquelas mais dolorosas, desequilibrem as nossas emoções, impedindo de ater-nos ao comando do Espírito Santo e obstinarmo-nos a obedecê-Lo.

Estávamos em um chá de panela, quando a Sr.ª Ivanise Soares, uma preciosa amiga pôs os olhos sobre mim, sem desviá-los por tempo suficiente a me deixar intrigada. Fui para perto dela e comecei a conversar. Em determinado momento ela me olhou com muita doçura. Percebi perfeitamente, dentro daquele olhar, que ela estava me dizendo adeus. Vi claramente a sua mão fazendo o gesto de despedida, ao mesmo tempo em que uma sombra de morte cobria toda a família. Me calei.

No dia seguinte contei para um dos meus irmãos, genro da nossa amiga Ivanise, e ele me falou: “Não diga isto!”. Respondi-lhe que foi uma visão e que ela iria morrer. Isto aconteceu no sábado dia 28 de junho. Na segunda-feira, quando ela saia de casa para fazer pilates, tropeçou e caiu fraturando o joelho, o ombro e golpeando a cabeça. Sua família decidiu fazer uma tomografia, foi quando souberam que ela estava com um tumor na cabeça de cinco centímetros de diâmetro. Era câncer.

Fomos visitá-la no hospital, cantamos, oramos e procuramos confortá-la. Naquele momento senti que a sombra de morte estava sendo dissipada; uma alegria intensa invadiu meu coração. Pensei: “Ela não vai morrer!”. Porém no dia seguinte, meu coração estava novamente abatido com a presença clara da morte. Voltei lá, orei, cantei e novamente aquela sensação de alegria exuberante dominou o meu coração. Assim continuou, todas as vezes que eu a visitava, independente do quadro ameaçador e das constantes complicações descritas no seu prontuário. 

Seus filhos não pouparam esforços para salvá-la, todas as esperanças dentro da medicina foram utilizadas, mas no dia oito de agosto de 2014, ela foi enterrada em Caruaru – Pernambuco, sua cidade natal.

E aí Guiomar, a sombra não foi dissipada? Seu coração não dançava ao visita-la? Você não levou e compartilhou da esperança de cura junto à família?
Você não pediu a Deus para não deixa-la enganada? E então?

Sim, Deus não me enganou. Deus não me deixou confundida, mas o meu desejo de que ela vivesse, que Deus mudasse os seus planos para a vida dela, foram mais fortes do que a minha disposição de aceitar aquela vozinha que sempre me trazia à lembrança a visão da mão da Sr.ª Ivanise, me dizendo adeus.

Me veio, então, a história do profeta de Judá, que foi a Betel enviado pelo Senhor com ordens definidas. Leiamos:
O rei disse ao homem de Deus: "Venha à minha casa e coma algo, e eu o recompensarei".
Mas o homem de Deus respondeu ao rei: "Mesmo que me desse a metade dos seus bens, eu não iria com você, nem comeria nem beberia nada neste lugar.
Pois recebi estas ordens pela palavra do Senhor: ‘Não coma pão nem beba água nem volte pelo mesmo caminho por onde veio’ ".
Por isso, quando ele voltou, não foi pelo caminho pelo qual tinha vindo a Betel. (1 Reis 13:7-11).

No entanto, apesar da terminante ordem, o coração do profeta não estava totalmente disposto a obedecer à voz de Deus, e a consequência foi trágica. Vejamos:

“O profeta idoso respondeu: "Eu também sou profeta como você. E um anjo me disse por ordem do Senhor: ‘Faça-o voltar com você para a sua casa para que coma pão e beba água’ ". Mas ele estava mentindo.
E o homem de Deus voltou com ele e foi comer e beber em sua casa.
Enquanto ainda estavam sentados à mesa, a palavra do Senhor veio ao profeta idoso que o havia feito voltar.
Ele bradou ao homem de Deus que tinha vindo de Judá: "Assim diz o Senhor: ‘Você desafiou a palavra do Senhor e não obedeceu à ordem que o Senhor, o seu Deus, lhe deu.
Você voltou e comeu pão e bebeu água no lugar onde ele lhe falou que não comesse nem bebesse. Por isso o seu corpo não será sepultado no túmulo dos seus antepassados’ ". 1 Reis 13:18-22).

Finitos como somos, jamais poderemos compreender a equidade de Deus. Toda esta história nos remete a um Deus drástico, cruel, no entanto, me proponho a entender que o mundo espiritual está há anos luz da nossa compreensão. Portanto, a minha confiança não só na soberania, como também na onisciência e fidelidade de Deus, me leva a crer que Ele tem razões inquestionáveis para agir como agiu no caso daquele profeta.


Evangelizei uma senhora, ela se entregou ao senhorio de Cristo, uma semana mais tarde foi constatado que ela também era vítima de um câncer.
Uma manhã despertei às cinco horas e vi claramente uma mão negra, pequena, porém adulta sendo substituída por uma mão muito branca do mesmo tamanho. Entendi perfeitamente que a mãe da minha amiga havia morrido, mas que a morte fora suprimida pela vida eterna. 

Como o profeta de Judá, estamos sempre com disposição para fazer os desejos do nosso coração, ainda que em desobediência à ordem do Todo Poderoso. Eu por exemplo, “entendi” que Deus houvesse mudado os seus desígnios com relação à nossa amiga. Forcei que aquela visão fosse alterada, segundo pedia as minhas emoções. Portanto não me foi difícil interpretar a dissipação da sombra de morte, nem a festa do meu ser, quando eu ia visitá-la, como mudanças de planos divinos, embora no meu coração sempre estivesse presente a visão daquela mãozinha me dando um adeus eterno.

Quantas vezes nos amarguramos com Deus, porque entendemos que Ele mudou os planos que havíamos arquitetado para nós, decidindo que seriam os melhores para a nossa vida... Esquecemos que Deus trabalha em nós e por nós para a eternidade, que a nossa vida aqui é como uma neblina que logo passa.



Hoje meditei muito na Palavra de Deus a ruminei. Isto me trouxe grande conforto e alegria. Meditei sobre o céu, sobre Jesus, pensei em Moisés quando ele pediu ardentemente a Deus para ver a sua glória. Por que ele desejou ver a Deus? Porque ele O conhecia.



Conclusão: Em outras palavras, muitas vezes deixamos de ouvir a voz de Deus, porque insistimos em apenas ouvir os nossos próprios desejos.
Por Guiomar Barba.

“Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra. " (Oséias 6:3).



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