segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

OLHEMOS PARA NÓS MESMOS




Conhecemos uma garota que apesar de soteropolitana, ou seja, de ser de uma cidade onde existem milhares de igrejas evangélicas, ela sequer sabia o que os crentes faziam nas suas igrejas. Apesar de ser católica nominal, ignorava plenamente o que seria uma vida de espiritualidade.

No decorrer da nossa amizade, falamos para ela sobre o amor de Deus por nós, emprestamos alguns livros os quais ela leu sofregamente, enviamos músicas evangélicas; e quando ela desejou conhecer uma comunidade evangélica, foi levada por um amigo a uma igreja onde o pastor fez um apelo diretivo, insistente, constrangendo-a a “aceitar Jesus”. Evidentemente ela não voltou mais ali. No entanto, ela continuou no desejo de conhecer uma igreja evangélica e foi a uma Igreja Quadrangular cerca da sua casa, cujo pastor conquista multidões com as suas pregações inteligentes e sábias.

Fiquei profundamente emocionada quando ela me contou que durante todo tempo da mensagem ela chorou abundantemente, embora não soubesse por que chorava. Disse-me: “Saí de lá como se me houvessem lavado totalmente por dentro”.

Aquela garota foi ali por ela mesma, em busca de algo que desse resposta aos anseios do seu espírito. Estava desprovida de julgamentos sobre as pessoas que frequentavam aquela igreja, estava livre de conhecimentos doutrinários que regem a vida dos que se dizem crentes. Em suma, estava sozinha consigo mesma e suas carências.

 Este fato me traz certa nostalgia.

Domingo eu estava assistindo uma palestra, quando se falou sobre relacionamentos de cônjuges e uma filha olhou para a sua mãe e fez uma crítica perceptível a todos os que estavam no banco de traz, trazendo-me a memória um episódio semelhante passado em outra igreja, e as minhas próprias lembranças de quantas vezes pensei nos pecados de outros quando ouvia certas considerações sobre delitos. Sinto profunda “inveja” daquela garota que não teve dedos apontados para nenhuma direção, mas na sua profunda sinceridade, olhava apenas para si mesma; em consequência, foi confrontada e lavada das suas transgressões recebendo perdão, conforto e o gozo da liberdade.

Leio no Facebook e recebo e-mails de inúmeras mensagens de lições de relacionamentos, sobre como viver feliz, bla bla bla. Se todas as pessoas que postam pensamentos alheios porque acreditam neles se determinassem a vivenciá-los, teríamos como resposta uma sociedade mais sadia, independente do credo religioso. Repito sempre Agostinho: “Pregue sempre, se necessário, use palavras.” No meu esforço para vivenciar a palavra, lembro-me sempre da ordem dada por Deus a Abraão: “Sê TU uma benção!” (Gêneses 12.2).Como esta garota, quero olhar para dentro de mim mesma. Quero reconhecer o quanto sou ambígua, como necessito ser sal, ser luz, não escandalizar os pequeninos, os ainda frágeis na sua fé.



“Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos.” (Mateus 7.1).
Por Guiomar Barba
















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sábado, 1 de dezembro de 2012

A BÍBLIA NA MINHA VIDA




Um argentino muito barulhento, que junto com a sua família se tornou um amigão para nós, um dia em que o estava evangelizando, me gritou em alto e bom som: “Eu quero lá saber o que a Bíblia diz, Guiomar! Eu quero saber o que ela é na tua vida!” Para mim, foi uma excelente pergunta, me sacudiu e me levou a uma profunda reflexão. Eu jamais esqueci esta confrontação tão a queima-roupa.


Ele disse “quero saber o que a Bíblia é na tua vida”, e não o que foi. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 10:17). Foi ouvindo a palavra que meu coração se encheu de fé e eu recebi a Jesus como salvador da minha vida. No entanto, o apóstolo Paulo nos admoesta: Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.” (Filipenses 2:12). 


O que Paulo estava nos orientando a fazer? Dinamizar a nossa salvação, tornando-a efetiva através de uma vida transformada pela renovação da nossa mente pelo Espírito Santo de Deus, para que, em consequência, a palavra SEJA realidade na nossa vida.

Sabemos que Jesus morreu trinitariamente, ou seja, pelo nosso espírito, alma e corpo. O sacrifício da cruz tem como proposta nos libertar do pecado; dos escombros em que reside a nossa alma; das enfermidades, na maioria das vezes, psicossomáticas que nos debilitam o corpo e até mesmo o espírito. Partindo deste princípio, devemos nos confrontar a nós mesmos, nos perguntando:

A Bíblia tem se cumprido em minha vida?

Em que áreas da minha vida posso dizer que fui transformado pela palavra?

Os meus pais; irmãos carnais e espirituais; parentes; amigos, vizinhos; colegas de trabalho, de escola, percebem que sou cristão?

Todos testemunham que a Bíblia é uma realidade na minha vida? Ou sou apenas uma caricatura de Cristão?

E o mais importante: como estou dentro de mim? Tenho paz de espírito? Qual o estado da minha alma? Ela tem se libertado dos traumas; complexos; medos; insegurança; culpa; das patologias que negariam que realmente a minha salvação tem se desenvolvido? Realmente posso confirmar que “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Provérbios 4.18).

A boa notícia é sabermos que a única forma para conseguirmos viver uma vida abundante, uma vida em que a Palavra seja realidade em nós, é AMAR. Amar, a nós mesmos; amar ao próximo; amar a vida. Tudo se resume em AMOR. Todavia, amar como Jesus amou define-se como: olhar como Ele olha; ouvir como Ele ouve; falar como Ele fala; em suma: andar como Ele andou. Mas por ser tão impossível vivenciarmos este amor com a nossa própria capacidade é que o Espírito Santo de Deus nos habilita. 
“Tudo podemos, então, naquEle que nos fortalece.”  (Filipenses 4.13). 

No entanto, não podemos nos esquecer de que o caminho é longo, e a nossa disposição de percorrê-lo é cheia de altos e baixos e muitas vezes de tentativas de atalharmos o percurso. Mas para nosso ânimo, Deus tem paciência em esperar, por ser Ele longânimo para conosco.

A Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho.” (Salmo 119.105).

Por Guiomar Barba.



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quarta-feira, 21 de novembro de 2012




TENHA PACIÊNCIA COM VOCÊ

Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (2 Coríntios 3.18).

Muitos de nós perdemos o ânimo com nós mesmos por estarmos sempre transgredindo ou duvidosos. Chegamos ao engano de que nunca retornaremos à imagem e semelhança de Deus. Vemos as figuras bíblicas como super santos, apesar de serem tão humanos quanto nós. Pensamos em desistir. No entanto, sem muito esforço podemos descobrir que todos eles com exceção apenas de Jesus, transgrediram, desanimaram de si mesmos e até desejaram a morte diante das circunstâncias negras da vida ou em momentos de sombras. Vejamos:

O profeta Elias apesar de orar para não chover – “durante três anos e meio não choveu” – e, depois, para chover – “então choveu e a terra deu sua colheita” - ameaçado por Jezabel, ele fugiu para salvar a sua vida. No deserto, orou: “Já chega ó Senhor Deus! Acaba com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados.” (1 Reis 19.3-4).

O profeta Jeremias apesar de haver comunicado várias vezes o juízo de Deus por 23 anos seguidos, e com coragem para suportar torturas, prisões e ameaças de morte, exausto, ele clama: “Por que a minha mãe me pôs no mundo?” [...] Não tenho gasto o meu tempo rindo e gozando a vida com outras pessoas. Por causa do trabalho pesado que me deste, fiquei sozinho e muito indignado. Por que continuo a sofrer? Por que as minhas feridas doem sem parar? Por que elas não saram? Será que não posso confiar em Ti? Será que És como um riacho que seca no verão? (Jeremias 15.10-18).

Baruque, secretário de Jeremias após escrever duas vezes num rolo a mensagem de Deus, e ler no templo e para o rei Jeoaquim o qual picou o livro com uma faca e jogou-o na lareira, sentiu-se totalmente desanimado e sentenciou: “Eu desisto! O Senhor Deus aumentou a minha tristeza e o meu sofrimento. Estou cansado de gemer e não consigo descansar.” (Jeremias 45.1-5). 

O grande salmista Asafe, dominado por uma crise ímpar de desânimo, reconhece que o seu relacionamento com Deus está por um fio. “Quase tropecei e caí e por pouco não abandonei o caminho certo”. (Salmo 73.2).

Questionamentos filosóficos dominaram os pensamentos de Asafe: “Os ímpios não sofrem; os ímpios são fortes e cheios de saúde e os justos estão sempre doentes; os ímpios ficam cada vez mais ricos e os justos, cada vez mais pobres. Enquanto os justos se dominam e se desviam do pecado, negando-se continuamente, os ímpios são orgulhosos, fazem uso da violência, têm a mente cheia de planos perversos e não temem a Deus.”

Asafe continua expondo a amargura do seu coração dizendo: “Parece que não adiantou nada eu me conservar puro, pois Tu, ó Deus, me tens feito sofrer o dia inteiro e todas as manhãs me castigas”.

Duas semanas atrás enfrentei esta crise de desânimo. Deixei que o meu coração se amargurasse contra Deus e o seu aparente silêncio. Não li a bíblia e as minhas “orações” não passavam de acusações contra Deus. Percebi, então, o quanto meu mundo estava ficando tenebroso e assustador. Foi quando, como o salmista Asafe, meus olhos foram abertos e clamei pela presença do meu Pastor por excelência e Ele me ouviu e encheu meus lábios de louvor e o meu coração de gozo.
Tenho dançado e me alegrado na presença do nosso Deus e estou desfrutando de Sua amizade, carinho, cuidado e orientações para o nosso dia a dia. Portanto, não desista de você. Somos assim, ambíguos. Mas as misericórdias do Senhor se renovam dia a dia sobre nós.

Por Guiomar Barba.

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012





DEUS! SEI QUE FOI PROFETIZADO: "FARÃO COMÉRCIO DE VÓS", MAS QUE A TUA JUSTIÇA VENHA PARA QUE SAIBAM QUE TU NÃO OS ENVIASTES.

CHORANDO DE DOR.  (Guiomar Barba).

Pastores ou sanguessugas?

Deus abençoa financeiramente os fiéis, sou o mais próspero dentre todos na comunidade. Logo, minha prosperidade material é a autenticação da minha fidelidade. 

É com esta lógica perversa que muitos líderes eclesiásticos ostentam suas riquezas sem ter a mínima discrição e consideração pelos seus subordinados que em muitos casos são os responsáveis diretos pelo seu sucesso ministerial e financeiro. 
E estes por sua vez não ousam questionar, pois segundo sua cosmovisão, este poder de aquisições são um sinal indiscutível da aprovação divina no seu ministério. Estão vivendo o que pregam, dizem! E até os estabelecem como o exemplo a serem seguidos, sem levar em conta que a possibilidade de enriquecer somente por servir a Deus é tão paradoxal quanto uma mulher rodeada por filhos afirmar que é virgem, como dizia Kierkegaard. Isto é, nenhuma!

Há alguns anos Ronaldo o fenômeno desfilou palas ruas do Rio de janeiro com uma Ferrari avaliada em mais de um milhão de reais. Porém o que deixou boa parte da mídia perplexa, e por isso a repercussão teve conotação negativa, foi o fato de o jogador ter dito que no Brasil é mais divertido ter uma Ferrari, pois foge do comum. No Brasil o status é diferente do que na Europa onde ser rico faz parte do trivial. Na época esta afirmação foi considerada uma afronta à grande maioria dos brasileiros que não tem direito a nem sequer o mínimo de dignidade no que tange aos seus meios de locomoção.

E não é por acaso que os magnatas do meio evangélico, não satisfeitos com o anonimato em meio a tantas celebridades, e com o pretexto de possuir um status de líder moderno e revolucionário, com a clara pretensão de mostrar um estereotipo modernista, têm trabalhado para que, nos mesmos moldes da revista CARAS, encontre um meio de estampar suas proezas no que se refere ao poder aquisitivo e o estilo de vida glamouroso que possuem. 

E nesse sentido, consideram que o padrão de humildade e desprendimento nos quais os obreiros do passado pautavam seus ministérios são ultrapassados e falidos. Transmite a ideia de fracasso. Por isso pousam com toda pose no afã de ostentar suas riquezas e seu poder. 

A mensagem central que estes sanguessugas do dinheiro alheio tentam passar a sociedade, é de que não adianta apenas pregar o evangelho. É preciso um púlpito acarpetado com tapete vermelho que comunica a ideia de requinte e glamour. Uma cadeira centrada com dimensões e estofamento diferente para não ser confundido com qualquer um. Precisa ter o melhor carro, aliás, como prova da sua excentricidade ser um colecionador, de preferência de marcas importadas. É preciso apresentar-se também como tendo inúmeras alianças políticas, para deixar claro aos seus subalternos que sua autoridade transcende os limites eclesiásticos, e que, para ser um líder respeitado, no melhor modelo maquiavélico, algumas virtudes como humildade, mansidão e amor precisam ser ignorados. 

E numa clara demonstração de terrorismo psicológico apontar que uma decisão pastoral tem valor convencionalmente celestial, e que qualquer divergência de ideias será tratada como rebelião e quando identificada terá como consequência a marginalização do indivíduo com relação ao ministério. E estes, dotados daquele temor que levou Davi a não cometer nenhum ato contra Saul, pois este último seria o representante legítimo de Deus, consideram um ultraje um simples ponderar acerca das resoluções tomadas unilateralmente pelo seu líder maior. Há! é preciso também ter um jatinho particular para melhor ostentar a posição de “ungido” do Senhor. 

Agora, cada um faz o que quer da sua imagem. Acredito até que há profissionais assessorando suas carreiras. E também não cabe a mim julgar precipitadamente o crescimento “palociano” de seus bens, ainda que uma CPI seria muito bem vinda. 

A indignação ocorre pelo fato de, enquanto o líder máximo revela de forma tão provocativa (estilo Ronaldo) seu poder aquisitivo, a maioria absoluta daqueles que estão no andar de baixo, come o ”pão de Ezequiel” para, por amor fazer a obra de Deus.

Por Donizete Aparecido Vieira.
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012




DÊ A LIBERDADE DE OUTREM O REJEITAR III, MP 3
 O Evangelho que escreveu Lucas, ou o evangelho segundo Lucas capítulo 13 versículo 34, estaremos hoje na segunda reflexão nesse versículo. Esta é a terceira parte da reflexão. Nós pregamos a primeira no verso trinta e um, a segunda, no verso trinta e dois e trinta e três, a terceira no verso trinta e quatro. E hoje estaremos na parte dois dessa terceira reflexão, que diz assim:
“Jerusalém! Jerusalém! Que mata os profetas e apedreja os que te foram enviados quantas vezes quis eu reunir os teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas e vos não quisestes.”
Uma breve recapitulação do que falamos até aqui, somente citando os tópicos principais das reflexões, das mensagens, na primeira parte nós falamos que quem quer alcançar os seus propósitos deve se preparar para a oposição e uma das formas das oposições que surgem são os conselhos. Conselhos que aparentemente são bons podem nos livrar das adversidades, mas junto com o livramento das adversidades, os conselhos podem nos tirar do alvo pelo qual estávamos decididos a conquistar ou achegar. A base foi no verso trinta e um quando os fariseus chegam a Jesus e aconselham-no a retirar-se porque Herodes queria matá-Lo. Então nós falamos que precisamos de discernimento para não aceitarmos  conselhos que aparentemente são bons, mas que vão nos desviar, tirar-nos do alvo pelo qual estamos decididos a chegar. Na segunda parte nós falamos nos versos trinta e dois e trinta e três, que Jesus disse: “Eis que hoje e amanhã Eu expulso demônios e curo enfermos e no terceiro dia terminarei. Então mostra     Jesus aqui fazendo um planejamento da sua vida. Fazendo um planejamento para atingir os seus propósitos e nós falamos aqui que nós precisamos, quem quer vencer os propósitos, atingir os seus propósitos, vai encontrar oposições e a segunda oposição que nós vemos aqui nesse versículo é que não conseguimos definir  prioridades, surgem muitas coisas importantes em nossas vidas e nós temos que definir, discernir entre aquilo que é importante e aquilo que é prioridade. Nem tudo que é importante é prioridade. Então Jesus aqui, Ele planeja o que Ele iria fazer com os três dias de vida que lhe restavam e nós temos propósitos, temos projetos, mas não estabelecemos como chegar a estes projetos, não fazemos um planejamento para alcançarmos este projeto. Jesus tinha certeza e tinha convicção que tinha  três dias de vida. Ele sabia quantos dias de vida lhe restavam, e nós não sabemos,  nós não temos convicção sequer se temos um dia de vida, então nós devemos nos programar podemos ter trinta anos, mas podemos ter três dias. Então nós devemos ter em mente aquilo que queremos realizar. E ai nós falamos do grande problema da grande adversidade que nós encontramos que para mim, penso eu ser a maior, aquele de querer fazer muito e não fazer nada, começar muito e nunca terminar, fazer muitos projetos, mas muitos abortos. Nós criamos muitos projetos, mas normalmente abortamos estes projetos até mesmo antes de iniciar. outros começam, mas não terminam. Jesus disse não, hoje e amanhã efetuo curas e expulso demônios, mas no terceiro dia Eu sei aonde vou está. Eu tenho programação, eu tenho um propósito. E na terceira parte que é o versículo que nós lemos, dando continuidade, Jesus aqui, Ele faz uma confissão triste e ai eu convido você a crer pela fé, e agora convido realmente a não querer entender com a razão. Porque a razão e a fé não são duas coisas opostas. Tem pessoas que acham que para ter fé precisam crucificar a razão, ou seja, e ai devido ao extremismo de algumas pessoas, alguns intelectuais fazem a afirmação que ao meu ponto de ver é injusta e absurda. Que o evangelho é para a massa proletária é para o povo inculto, sem cultura, precisa sacrificar a intelectualidade, para aceitar a mensagem do evangelho, primeiro que isto é injusto, segundo que isto não é real. O que acontece são pessoas mal preparadas, pessoas sem estrutura que extremizam, que são fanáticas. Pessoas que acham que a fé ela é irracional, e não é. Podemos concordar que a fé transcende a razão; podemos concordar e é fato, pelo menos para quem crer que há momentos em que a fé deve transcender, ou seja, deve estar além a razão, ela não alcança todas as dimensões da fé. Neste caso sim, ai nós podemos realmente entender assim. Podemos realmente aceitar esta filosofia. Porque no texto em que nós lemos, nós estamos falando do Deus que se fez carne. A nossa confissão de fé, quando eu digo nossa confissão de fé, eu digo do cristianismo, e quando eu digo do cristianismo eu não estou falando do cristianismo protestante com herança dos postulados ou doutrinário da reforma de Lutero, dos reformadores, mas estou falando do cristianismo é, universal, incluindo até mesmo, até mesmo, o catolicismo romano, incluindo até mesmo o catolicismo romano, e qual é a confissão de fé em comum tanto com o cristianismo de herança protestante dos reformadores, e quanto aos católicos com um apostolado da igreja do ocidente que é Roma. É de que em Jesus há cem por cento de humanidade, e cem por cento de divindade. Vou repetir, a natureza humana e divina em Jesus, em sua totalidade tanto divina quanto humana, não é uma doutrina exclusiva dos evangélicos sejam  tradicionais, pentecostais ou neo-pentecostais, é uma doutrina magna que abrange tantos os cristãos reformados quanto os católicos, quanto os católicos ortodoxos russos, então é uma doutrina abrangente. Nós discordamos em alguns itens, mas a humanidade e a divindade de Jesus é unanimidade até mesmo entre católicos e cristãos. E neste texto que nós lemos nós temos que transpor, nós temos que ir para a dimensão da fé, por que e não da razão? Porque Jesus faz uma confissão no mínimo difícil de se entender e porque não dizer impossível se entender de uma forma racional,   Ele diz: “quantas vezes eu quis te juntar como a galinha faz com os seus  e não consegui.” Nós vemos a confissão de um Deus onipotente, impotente, vou repetir, esta confissão de Jesus dizendo “quantas vezes eu quis e não consegui,” e se alguém quiser dizer q é por causa da humanidade dEle, que Ele estava vivenciando é interessante, mas não é a conotação do texto,  primeiro porque Ele diz eu quis, está no passado, segundo não há registro de Jesus tentando trazer Jerusalém para junto de Si a não ser antes da encarnação. Então aqui está uma confissão, primeiro, uma confissão da divindade de Jesus e da sua eternidade, eu disse passado. Segundo uma confissão de que a onipotência de Deus é regida, veja, eu vou falar aqui com muito temor e muito cuidado e vou explicar para que não haja mal entendido. Deixa-me explicar com bastante clareza, não estou afirmando que Deus não é onipotente, não estou contrariando uma doutrina que é uma doutrina aceita por diversas denominações de origem diferente no sentido doutrinário, mas eu estou dizendo e vou dizer o que, que a onipotência de Deus não rege o homem, por que? Porque Deus não se relaciona com o homem na dimensão do poder, mas sim na dimensão da liberdade. Isto não significa que Deus não tem poder, não é isso. Isso significa que Deus abre mão do seu poder, veja, Ele abre mão de usar o seu poder para que o homem use a sua liberdade. Porque se Deus se relacionar com o homem usando o seu poder precisaremos então, excluir a liberdade do homem. Eu sei que é um assunto um pouco difícil de se entender, mas é mais ou menos assim, ou Deus limita as ações dEle, limita a sua soberania, para que o homem tenha uma real liberdade ou livre arbítrio ou Deus usa o seu poder exclui o livre arbítrio do homem. Aliás, essa teologia da soberania de Deus em detrimento ou em cancelamento da liberdade do homem, ela existe e ela foi originada na reforma, a doutrina é chamada calvinista ou de Calvino que, aliás, não teve sua origem em Calvino, a origem foi no quarto século em Agostinho e qual o raciocínio? O raciocínio é o seguinte: se Deus é todo poderoso e usa o seu poder e faz a sua vontade, se a vontade de Deus é sempre perfeita, logo a vontade do homem tem que ser anulada. Então essa é uma doutrina que foi a força praticamente da reforma. Soberania divina em detrimento ou cancelamento da liberdade humana, mas nós não cremos assim. Nós cremos que Deus é soberano ao mesmo tempo em que o homem é livre. Essa outra teologia é chamada de Arminiana, que também não teve a sua origem em Armínio e sim em Pelágio, contemporâneo de Agostinho. Veja, no século quarto depois de Cristo, Agostinho defendia a soberania divina e não o livre arbítrio do homem, Pelágio defendia o livre arbítrio do homem. Porém Pelágio era um tanto extremista, ao ponto de dizer que Deus não era soberano. Praticamente agora na reforma Calvino ressuscita o pensamento de Agostinho defendendo a soberania divina e Armênio em contra partida defende a liberdade do homem. Porém Armínio não excluía a soberania divina, mas ele dizia o seguinte: se existe soberania divina como existe, e se existe liberdade humana, então, alguém tem que abrir mão de alguma coisa. Jesus aqui Ele diz o seguinte: quantas vezes Eu quis, mas não consegui ora, se o relacionamento de Deus para com o homem é um relacionamento de poder e quando eu digo relacionamento de poder eu estou falando de fazer com que a sua vontade sempre seja feita. Nós estamos falando então, de relacionamento com Espírito, por exemplo, da filosofia marxista, da filosofia da ditadura e do comunismo, onde sacrifica-se a liberdade da maioria para o governo da minoria, ou seja: se o relacionamento de Deus para com o homem é um relacionamento em que Deus vai sempre fazer a sua vontade, então o modelo de relacionamento é praticamente ditadura, onde a vontade do soberano é realizada. Este estilo de relacionamento é colocado, por exemplo, na monarquia. Na monarquia a vontade do rei é realizada e não a liberdade dos súditos. Só que Jesus aqui Ele diz o seguinte: não, Eu tenho poder, sempre tive poder, mas Eu fui frustrado. Ele diz: eu quis e não consegui. E não adianta tentar com raciocínios filosóficos, tentar arrumar alguma coisa para dizer que a vontade de Deus não foi frustrada, porque não dá. Não tem jeito, o texto é claro, Eu quis e não consegui. Agora tem pessoas que acham que um Deus que limita a sua soberania, não é soberano, ledo engano. Governar um país ou uma nação com imposição, onde todos se submetem, acaba sendo fácil para quem governa Difícil é governar um país onde as pessoas têm liberdade para contrariar a vontade do governante. Eu não vejo aqui, vamos dizer que a soberania é limitada, que Deus não tem poder, pelo contrário eu afirmo justamente o oposto. O oposto é verdadeiro, que precisa muito poder para manter um governo onde o rei respeita a liberdade dos súditos, é o caso aqui de Jesus. Ele diz, olha o meu governo, é um governo centralizado no amor, e o amor dá liberdade ao outro. O amor não coage, não pressiona o amor não busca os seus próprios interesses. E ai eu vejo algo muito maravilhoso aqui. Paulo escrevendo aos coríntios ele diz que o amor não busca os seus próprios interesses ai eu começo entender o amor de Deus, porque o amor de Deus não busca os interesses dEle, o amor de Deus busca os interesses do objeto do seu amor que é o ser humano, por isso Deus não violenta a liberdade do homem em aceitá-Lo ou rejeitá-lo. Jerusalém! Jerusalém! Quantas vezes eu quis, nós vemos aqui uma confissão de um Deus onipotente, impotente, de um Deus que tem todo poder, se auto limitando, abrindo mão de exercer o seu poder. Não é que Ele perdeu o poder, pelo contrário,  Ele fortaleceu o seu poder através da liberdade. E nesta reflexão vivendo com propósitos, o que é que nós podemos aprender aqui com as atitudes de Jesus com relação a Jerusalém.
Terceiro se você quiser alcançar os seus propósitos, você deve entender que Deus deu liberdade para as pessoas frustrá-Lo. Deus deu liberdade para as pessoas rejeitarem o seus propósitos, não queiram que os outros aceitem os seus propósitos contra a própria vontade. Não obrigue ninguém a aceitar os propósitos que você tem para ela. Porque nem Deus se relaciona assim com o homem. O próprio Deus aceita a possibilidade de ver os seus propósitos sendo rejeitados pelo homem. Mesmo Ele tendo poder, para impor Ele escolheu dá liberdade às pessoas de rejeitá-Lo. Então não queira que os outros aceitem os seus projetos pela violência, pela coação, pela imposição, porque se não você vai ter com você pessoas ao seu lado, você terá pessoas que estarão ao seu lado, mas não estarão verdadeiramente com você. Deixe-me repetir que isto é muito sério. Se você impuser os seus propósitos para as pessoas que você ama e quiser obrigá-la a acompanhar você, você pode conseguir e certamente vai conseguir. Sabe por que vai conseguir? Porque o poder, quem detém o poder, tem força para impor. Só tem uma coisa, você vai violentar a liberdade do outro, você vai ter uma pessoa ao seu lado, mas não terá esta pessoa com você. Você terá pessoas que farão com os seus projetos, mas não estarão com você. Olhe o que Jesus estava dizendo para Jerusalém: o meu desejo era ter vocês comigo, mas não através da opressão, da chantagem, da coerção, e ai abrindo um parêntese você marido, você mulher, você pai, você filho, nós maridos, vocês as mulheres, temos que entender uma coisa, você pode obrigar a pessoa que está com você a participar dos seus projetos, mas você não pode obrigar a pessoa a está em alma com você nos seus projetos. Você pode ter uma mulher que te acompanha, naquilo que você realiza, mas você não pode colocar o coração da sua mulher nas suas realizações. Pai, você pode obrigar o seu filho a seguir os seus passos, você pode obrigar o seu filho a seguir a sua profissão, mas você não pode obrigar o seu filho a seguir a sua profissão, você não pode torcer, não pode inclinar através da opressão, através da força, o coração de quem você ama. Cuidado muitos maridos tem as suas mulheres com eles, as mulheres estão ao seu lado, mas não estão com eles. Obrigam as mulheres a estar com eles na igreja todos os dias, obrigam-na a ser obreiras, acompanhá-los e elas vão, abaixam a cabeça e vão, mas são pessoas frustradas, são pessoas que só não te largam porque você é opressor, é dominador, é tirano, é ditador. Aí você me diz assim: irmão e os meus projetos, o que é que eu faço?  Sabe o que você faz? Reavalie os seus projetos. Veja, pense bem se os seus projetos não são projetos, que não vai violar a liberdade da pessoa que você ama. Não transforme as pessoas que estão com você, em seus adversários. Cuidado! A liberdade é algo que está na natureza do homem. Ao soprar no homem Deus deu o princípio básico para a sobrevivência do homem que se chama liberdade. Liberdade de questionar, de não aceitar. A liberdade é a base do relacionamento de Deus para com o homem. Não pense em fazer com quem você ama aquilo que nem Deus quis fazer. Vou repetir esta colocação: Cuidado! Não pense em fazer com quem você ama aquilo que nem Deus quis fazer.
Deus aceita a rejeição dos seus projetos. Você também deve está pronto. Porque a liberdade do outro é mais importante do que a sua realização. Porque você pode se realizar oprimindo outro, mas nunca você poderá trazer o coração do outro onde você está.

Por J.Lima. (Professor, teólogo, escritor).


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segunda-feira, 22 de outubro de 2012




TEM TANTO PODER A ORAÇÃO?

“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago 5.16).
Pode muito, e não, “pode tudo”.

 Quantas vezes centenas de pessoas se reúnem em oração, jejuam e clamam por algo, e Deus não responde? Quantas vezes eu e você oramos anos a fio por restauração do casamento de alguém que amamos; por transformação de alguma vida; por cura; por determinado emprego; para que alguém encontre um cônjuge, ou por soluções de tantos males que nos afligem, mas o céu se faz de bronze?  No entanto, Jesus disse: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho”. (João 14.13).

“E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis, batei, e abri-se-vos-á.” (Lucas 11.9).

São muitas as passagens que nos garantem respostas às nossas orações. Mas porque elas não se cumprem nas nossas vidas?
Por que tantas pessoas que buscam a Deus quando lhes convém pedem algo e Ele as atende tão prontamente, se a bíblia diz: “Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve.” (João 9.31)?

Quantas vezes pedimos a Deus que a Sua palavra se torne uma realidade em nossa vida em muitos aspectos, e o tempo passa e nada do que desejamos com tanto ardor acontece?

Todos nós questionamos estes sucessos, e, como não temos respostas, nos tornamos advogados de defesa de Deus, sem, contudo, termos argumentos convincentes. O fato é que temos medo de questionar Deus. Embora Ele convide:Apresentai a vossa demanda, diz o Senhor; trazei as vossas firmes razões, diz o Rei de Jacob.” (Isaias 41.21). 

Não temos coragem de admitir que não sabemos porque a palavra não se cumpre apesar de tantas promessas claras.Temos medo de argumentar diante de Deus, porque concebemos um Deus drástico, que não cede aos argumentos dos “seus súditos”, embora saibamos que Ele recuou algumas vezes diante de orações ou argumentações de servos seus, como Moisés, Paulo e outros, e nós não somos menos filhos do que estes homens, apenas não temos ousadia, para vivenciarmos o conselho a seguir, que nos deu o nosso apóstolo Paulo:“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, pra que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. (Hebreus 4.16).

As promessas de Jesus, então, são falhas? De modo nenhum. O que costumamos fazer é nos focarmos em um versículo, ou mesmo em um trecho da Bíblia, isoladamente, sem sequer estudá-lo, e esperar que ele se cumpra literalmente nas nossas vidas.

Jesus na verdade prometeu que se pedíssemos em Seu nome, receberíamos, no entanto, não podemos nos esquecer de que não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Romanos 8.26).

Muitas vezes nos perguntam: “Mas não seria a vontade de Deus curar tal pessoa?” Lembremos que Timóteo era muito amado de Paulo - apóstolo o qual até mesmo os objetos, se tocados, traziam cura ou libertação de espíritos malignos: “E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saiam,” (Atos 19.11,12). Apesar disso, ele não pôde curar Timóteo, conforme podemos entender pelo conselho dado a ele:Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.” (1Timóteo 5.23).

Assim, muitos outros homens de Deus, como o profeta Elizeu, morreram como qualquer outro mortal. “E Elizeu estava doente da enfermidade de que morreu” (2 Reis, 13.14 a).

Imaginemos que se Deus fosse responder a todas as orações feitas em nome de Jesus, irresponsavelmente, viveríamos um caos entre nós, os seus filhos, além de que Ele teria que decidir a quem responder quando os pedidos fossem os mesmos. Exemplo:
Uma amiga me falou que não iria desistir de orar para que Deus desse à sua filha o meu filho em casamento. Soube ainda de outras mães que também queriam o mesmo, no entanto, ele ama profundamente sua namorada e já estão completando um ano e seis meses de namoro. Como Deus atenderia a todas as mães satisfatoriamente? 

O apóstolo do amor nos diz: “E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele nos ouve. E se sabemos que Ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito.” (João 5.14,15).

Não sabemos o que é melhor para nós. Pedimos o que acreditamos que seria o melhor para nós; no entanto, estamos aqui de passagem. Estamos sendo amoldados para uma vida infinitamente melhor. Portanto, só Deus sabe o que é o melhor para nós.

Orei intensamente pela restauração de alguns casamentos até compreender que Deus respeita as nossas decisões.

Quando um dos cônjuges dizia: “não volto, não quero mais”, eu pensava: “mas Deus pode mudar o coração dele, ou dela”, e continuava orando e chorando incessantemente diante de Deus. No entanto, temos que entender que Deus quer que tenhamos vontade própria, decisões pessoais, que sejamos responsáveis por nossos atos. Só cheguei a esta conclusão após haver sido frustrada várias vezes quanto a respostas. Percebi claramente que eu estava pedindo que Deus não levasse em conta o sentimento, as decisões das pessoas pelas quais eu orava, mas respondesse segundo a vontade do cônjuge que queria seguir com o casamento, o qual, na maioria das vezes, sequer estava disposto ou disposta a ceder em atitudes não aceitas pelo outro.

Portanto, a nossa oração PODE MUITO em seus efeitos quando ela é inspirada pelo Espírito Santo de Deus, que nos leva a orar como convém.

Por Guiomar Barba.
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012







Vivendo com propósitos
Lucas 13.31-35
        
         Quando se vive com propósitos, temos forças para vencer os obstáculos, uma pessoa que tem propósitos definidos, é menos propensa a depressão, pois a mente ocupada, tem maior resistência no tocante às frustrações da vida.
         A força do propósito levou Santos Dumont a tentar 13 vezes levantar vôo com a seu 14 Bis, pois o nome mostra que somente na décima quarta vez ele conseguiu o seu objetivo, ele não desanimou, o seu propósito era maior do que os obstáculos que enfrentou, por isso colocou o seu nome na história.
         Os grandes nomes da história viveram com tal intensidade os seus propósitos que nada os detiveram, foram incansáveis, o desejo de conseguir o que se propôs a foi o combustível para a sua perseverança.
         Jesus mais uma vez é um modelo impar na história, ele tinha propósito bem definido, ir até a cruz, consumar a obra da redenção e enfrentou diversos obstáculos, mas deixou lições valiosas para quem quiser ir até o fim em seus objetivos, ele enfrentou todo o tipo de adversidade, mas nada o deteve.
         No Evangelho segundo Lucas 13.31-35  Jesus agiu diante dos obstáculos que surgiram para o tirar de seus propósitos, e podemos aprender com ele como fazer para que os obstáculos não nos desviem de nossos propósitos.

Se viver com propósitos: Cuidado com conselhos de pessoas que não querem o seu bem, mas oculta as suas reais intenções com conselhos que parece bom[i].

Os fariseus não tinham interesse no bem estar de Jesus, pelo contrário, eles eram invejosos, queriam de qualquer jeito desviar Jesus de seus propósitos, e estavam dispostos a tudo para isso, até mesmo demonstrar “preocupação” com o seu bem estar, veja na fala: “Retira-te daqui e vai porque Herodes quer matar-te[ii]” acontece que eles também queriam colocar Jesus em situação de risco sempre procurando algo para o acusar.

“Saindo Jesus dali, passaram os escribas e fariseus a argüi-lo com veemência, procurando confundi-lo a respeito de muitos assuntos, com o intuito de tirar das suas próprias palavras motivos para o    acusar”[iii].

         O que leva alguém que não quer o bem do outro dar um conselho para preservar aquele que ele quer destruir? A maldade humana usa até mesmo, gesto de bondade para esconder a maldade, há uma camuflagem tão maquiavélica que se for para prejudicar aquele que é alvo da inveja, vale até fingir que está preocupado com o seu bem, quando na realidade quer o destruir!
         Conselhos não são dados para ser acatados, mas para ser julgados, a bondade de um conselho não pode ser qualificado por livrar ou não quem o recebe dos obstáculos, mas até que ponto o livramento dos obstáculos poderá  o tirar do alvo.
         Os adversários dos nossos objetivos estão dispostos até a usar a “bondade”, como forma de “maldade”, visto que o fim último do invejoso é impedir aqueles que perseveram em seus objetivos a conseguir aquilo a que se propôs!
         Às vezes na “má” - temática da vida, que nunca é exata, o grau de adversidade, é proporcional a grandeza do propósito, Jesus sabia dessa realidade afinal nenhum homem viveu com propósitos tão sublime quanto Ele.
         Não era só Herodes adversário dos seus propósitos, mas os próprios fariseus que se sentiam ameaçados, devido à leveza do fardo que Jesus propôs aos seus seguidores. O termômetro que mede a grandeza do propósito está na adversidade a ser enfrentada para realizá-los, “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará em suas mãos”[iv].
Nunca aceite conselhos de ameaças, que somente “pré” - vêem as dores que você enfrentará, pois essas, outros podem ver, mas a alegria da realização nem sempre vemos ou “pré” - vemos, mas experimentamos:

“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu”[v]

        
Se viver com propósitos: Defina prioridades, pois Jesus definiu o que iria fazer em três dias, e não sabemos sequer se temos um dia para realizar aquilo que desejamos.[vi]

         Jesus colocava os seus propósitos acima de qualquer ameaça, não permitia que ninguém determinasse quais deveriam ser as suas prioridades, naquele momento da sua vida, ele sabia que só tinha mais três dias, e já tinha traçado a sua estratégia de como alcançar o que havia determinado:

“Ele, porém, lhes respondeu: Ide dizer a essa raposa que, hoje e amanhã, expulso demônios e curo enfermos e, no terceiro dia, terminarei. Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã e depois, porque não se espera que um profeta morra fora de Jerusalém. (Lucas 13:32-33).   

        
         Jesus tinha duas prioridades antes de conseguir o seu propósito, expulsar demônios e curar enfermos, e fala que no terceiro dia teria êxito, mesmo com todas as ameaças, ele teve firmeza.
         Quem quer realizar os seus propósitos, deve ter firmeza de convicções, ser destemido, não se intimidar com ameaças, enfrentar as oposições que muitas vezes são explicitas, mas também podem ganhar uma forma implícita, sutil, camuflada por pessoas cheias de maldade, com estereótipo de bondade, usando uma fala de bem, para ocultar o mal, mesmo assim Jesus, não se intimidou, estava caminhando para a morte, mas essa não o assustava pois era para isso que tinha vindo.
 Quando temos convicção do que queremos nada pode intimidar, nem ameaças externas, tão pouco internas, o que  assusta a muitos, podem ser alvo de nossos desejos, e aquilo pelo qual lutamos e desejamos não pode ser objeto de medo!
Quem tem propósitos deve ter planejamento, não sabemos quanto tempo temos, mas podemos ter esperança que teremos tempo para realizar, o tempo que teremos não podemos definir, mas o que faremos com o tempo que tivermos,  devemos programar!



Se viver com propósitos: Entenda os seus propósitos nem sempre serão aceitos pelas pessoas que você ama nunca as force, pois Deus deu a elas até o direito de rejeitá-lo! (Lucas 13.34)

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes”!

O livre arbítrio é a liberdade que temos de optar por escolher os propósitos de Deus para a nossa vida, ou rejeita-los, é a liberdade que temos de dizer não para Deus, mas precisamos ter consciência que a liberdade só vai até a decisão da escolha, podemos rejeitar Deus e dizer não para Ele.
Ele não vai obrigar-nos a agir contra a nossa liberdade, da mesma forma temos que respeitar a liberdade dos outros, às vezes ao fazer os nossos planos incluímos pessoas que não querem o mesmo que nós, enquanto as queremos juntos, elas desejam estar longe.
Jesus entendeu, aceitou a rejeição, queria o melhor, mas para o objeto do seu desejo o melhor seria não estar com Ele, sentiu-se frustrado, lamentou, entristeceu, mas respeitou o direito de escolha! Da mesma forma devemos entender que as pessoas que amamos, também podem rejeitar o que de melhor queremos dar a elas, ficaremos tristes, frustrados, decepcionados, mas não devemos cometer o erro de querer que elas aceite a força aquilo que queremos para elas.
Às vezes usamos o argumento que queremos o melhor, mas quem deve decidir o que é melhor para si e a própria pessoa, devemos lutar ir até elas como fez Jesus que mesmo sabendo que seria rejeitado não desistiu de Jerusalém: “Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã e depois, porque não se espera que um profeta morra fora de Jerusalém. (Lucas13:33).
Devemos lutar por quem amamos fazer o que for possível para protegê-las, ir até elas, enfrentar todas as oposições, e mesmo sabendo que podemos ser rejeitados juntamente com nossos projetos em relação a elas, deixar que elas tomem a decisão, se vai ou não nos acompanhar, esse é o prazer da liberdade de quem tem o direito de dizer não, e a dor de quem sente a rejeição!

Se viver com propósitos: Não se sinta culpado pelas decisões de quem você ama, a liberdade é um direito de escolha, mas a escolha uma vez feita traz conseqüências inevitáveis!  (Lucas13.35)

“Eis que a vossa casa vos ficará deserta. E em verdade vos digo que não mais me vereis até que venhais a dizer bendito o que vem em nome do Senhor”!

         Olhando para a tristeza de Jesus ao ver Jerusalém o rejeitar, ao mesmo tempo em que ele diz que outras vezes isso já tinha ocorrido, certamente ele se referia a história de Jerusalém que sempre se desgarrava dos propósitos de Deus.
         A rejeição de Jerusalém a Jesus, mostra que Deus pode ser rejeitado, e que não forçará o homem a aceitar os seus propósitos, mas toda ação tem uma reação, não uma ação de Deus como vingança pela rejeição, mas as conseqüências de rejeitar livremente a Deus, traria  para Jerusalém, o domínio das nações, escravidão e perseguição, não porque Deus iria se vingar, mas as conseqüências de uma nação que mais uma vez rejeitou os propósitos de Deus, iria sofrer as conseqüências da sua liberdade de escolha.
         Muitos carregam a culpa por pessoas que resolveram seguir os seus caminhos, e ficaram em situação de desolamento, decepções, olham para o outro e sentem-se culpado por não ter feito mais do que fez, acham até mesmo que deveriam usar a força para que o outro compreendesse que estava rejeitando algo que não deveria ser rejeitado.
         Marido que se culpa por não ter persuadido a mulher à não tomar a decisão que tomou, pais que se culpam por que os filhos fizeram escolhas que hoje estão sofrendo as conseqüências, alguns  interpretaram erroneamente esse versículo de provérbios “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. (Provérbios 22:6).
         Precisamos observar que “ensinar” na cultura judaica, é diferente da metodologia aplicada no ocidente, pois “ensinar” é a atitude daquele que transmite o conhecimento, fazer na prática, aquilo que deseja que o aluno “aprenda”, ou seja, é uma dialética entre o sujeito e o objeto do ensino, não é uma transmissão de mandamentos, para se gravar no intelecto!
         A Pedagogia não pode ser subjetiva e sim objetiva, a criança aprende conceitos abstratos através da associação com o que é concreto, ela não entende a fala do pai quando ele diz que a “ama”, mas se o pai a abraça e diz que a ama, ela irá associar o subjetivo “amor”, com o concreto “abraço”, isso quer dizer que a teoria e a prática na cultura Judaica cristã, não segue a epistemologia grega de que a teoria antecede a prática, mas sim que uma age e inter-age com a outra, juntas, de forma que a teoria necessita da prática, e toda prática tem uma teoria, ainda que essa nem sempre esteja explicita.
         O pai na cultura judaica não se preocupava em passar conceitos teóricos, mas a prática dos conceitos, visto que a mentalidade da criança, não decodifica o abstrato, a vida dúbia de muitos pais cristãos levou-os ao equivoco de que uma criança que vai a igreja aprende mensagens de conceitos , quando eles em casa agiam concretamente, em antítese aos conceitos da sua fala.
         Mas o que provérbios está falando é que uma criança que aprende com os pais olhando a sua prática de vida, pode até não seguir os passos dos pais, por terem livre arbítrio, mas terão consciência até a velhice do que aprendeu, pois a sua mente tem gravada não só as palavras, mas os atos, que associados às palavras gravaram de forma que jamais elas poderão culpá-los por ter seguido outro caminho! Isso deve tranqüilizar os pais, pois eles não podem ser responsáveis pelas decisões de seus filhos, quando esses tiverem a capacidade de decidir por Si, qual o caminho a seguir!
         Jesus advertiu que Jerusalém sofreria as conseqüências, se entristeceu por ter seus propósitos rejeitados, mas não tirou o direito de Jerusalém o rejeitar, no entanto, ele jamais se sentiu responsável pelo exercício da liberdade de quem o rejeitou. Não se culpe pelas conseqüências das decisões de pessoas que você quis inclui-las nos seu propósito, cada um é responsável pelas conseqüências das suas decisões!



[i] Lucas 13.31
[ii] Idem
[iii] Lucas 11.53-54
[iv] Isaías 53.10
[v] Isaías 53.11-12
[vi] Lucas 11.32-33

Por José Lima ( Professor, teólogo)


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