quarta-feira, 26 de novembro de 2014

JESUS NÃO REINA NESTE MUNDO, O BRASIL NÃO É DO SENHOR JESUS





Então Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo." (João 18.36).
Ouço constantemente evangélicos proclamando que o Brasil é do Senhor Jesus ou que Jesus reina neste mundo. Ora, o próprio Jesus declara que o seu reino não é deste mundo. Encontramos na primeira carta de João, esta declaração assombrosa: "Nós sabemos que somos filhos de Deus e que o mundo todo ao nosso redor está sob o poder e o domínio do maligno. (I João 5.19).

Constatamos a veracidade desta afirmação de João quando a justapomos com a maravilhosa declaração de Paulo aos romanos: "Afinal de contas, o Reino de Deus não é o que comemos ou bebemos, mas sim a justiça, a paz e a alegria que vêm do Espírito Santo. (Romanos 14.17). O mundo não pode desfrutar de justiça, de paz e de alegria, porque não se deixa guiar pelo Espírito Santo.

Sabemos que a terra e toda a sua plenitude pertencem ao Senhor (I Coríntios 10.26), no entanto não podemos ignorar que "O diabo levou Jesus a um lugar alto e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo. E lhe disse: "Eu lhe darei toda a autoridade sobre eles  e todo o seu esplendor, 'porque me foram dados' e posso dá-los a quem eu quiser." (Lucas 4.5,6). Jesus sabia perfeitamente que o diabo estava falando a verdade, pois na ocasião da sua morte, Ele disse aos seus discípulos que o príncipe deste mundo estava se aproximando (João 14.30), ou seja: o chefe reinante do principado terreno. Embora saibamos que este reino lhe tenha sido entregue através do próprio homem quando este, no Éden, escolheu ouvir e obedecer a voz do diabo. Respalda-nos este argumento o salmista Davi, quando diz: "Porque os mais altos céus pertencem ao Senhor, 'mas a terra' confiou ao homem. (Salmo 115.16).

O apóstolo Paulo chama ao diabo, "deus deste século". "Satanás, o deus deste mundo pecaminoso, o fez cego, incapaz de ver a luz do evangelho da glória de Cristo, que mostra como Deus realmente é (II Coríntios 4.4). Entendemos, portanto, que todo o sistema deste mundo está sob a influência do maligno e que todos nós, antes de sermos iluminados, vivíamos como diz Paulo:  "Mortos por causa dos nossos pecados. Seguíamos a multidão e eramos iguais a todos os outros, cheios de pecado e obedientes à ordem deste mundo e  ao poderoso príncipe do poder do ar, que está operando agora mesmo no coração daqueles que vivem em desobediência ao Senhor." (Efésios 2.1,2).

O reino de Jesus virá, é certo, como diz o apóstolo Paulo, explicando sobre a ressurreição:  "... Então virá o fim, quando Ele entregar o Reino a Deus, o Pai, 'depois de ter destruído' todo domínio, autoridade e poder.
Pois é necessário que Ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.
 Porque Ele "tudo sujeitou debaixo de seus pés". Ora, quando se diz que "tudo" lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio Deus, que tudo submeteu a Cristo.
Quando, porém, tudo lhe 'estiver' sujeito, então o próprio Filho se sujeitará àquEle que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo em todos."(I Coríntios 15.24,28).

Não há dúvida que Jesus não reina neste mundo, nem tampouco que o Brasil é do Senhor Jesus Cristo. Repito que, se Jesus fosse Rei do mundo ou Senhor do Brasil, estaríamos vivendo um reinado de "justiça, paz e alegria". Além do mais, Jesus não só diz que Ele não é deste mundo, como nos adverte dizendo: "Se o mundo os odeia, lembrem-se: o mundo me odiou antes de odiar vocês. O mundo amaria vocês, se vocês pertencessem a ele; todavia vocês não são do mundo, pois Eu escolhi vocês, tirando-os do mundo; por isso é que são odiados pelo mundo. (João 15.18,19).

 Deus conclama a igreja para revestir-se do Espírito Santo, para que as nossas atitudes neste mundo sejam conhecidas pelo poder que opera em nós.

Infelizmente alguns líderes têm cometido tantas infantilidades espirituais, como declarar que o Brasil é do Senhor Jesus Cristo; outros oram para que os bares sejam fechados, outros para que a  revista playboy não explore mais as mulheres, etc.

Temos que entender que Deus não vai destruir as casas que oferecem aos frequentadores voluntários diversões pecaminosas, que as revistas que expõem a nudez de homens e mulheres que espontaneamente se oferecem por um preço não vão parar de circular; e que nem se impedirá que haja festas mundanas, etc. Isto porque Deus não manipula o ser humano. Deus deu liberdade ao homem para escolher o caminho que ele deseja percorrer. O desejo de Deus é de que o homem se arrependa dos seus maus caminhos e não que seja privado dele pela força ou violência.
"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." (I João 2:15)

Por Guiomar Barba.
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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

AMOR



Creio que esta reflexão se ajusta para todo tipo de relacionamento. (Guiomar Barba).

 "AS CRÍTICAS E QUEIXAS DEVERIAM SER ENTREGUES EM CAIXINHAS DE VELUDO."

Entre um casal, nem tudo são maravilhas e as diferenças devem ser expressadas, mas com respeito, nunca no meio de uma discussão. Na hora da briga, emerge nosso lado mais primitivo e acabamos dizendo o que não devemos, ou pelo menos de um jeito que não devemos. Faz melhor quem espera a poeira baixar para falar amorosamente com seu amor sobre o que está incomodando na união.

No calor da discussão, a pretexto de dizer "poucas e boas", veredictos são emitidos, julgamentos são feitos, sentenças são atribuídas. Que hora mais infeliz para se dizer qualquer coisa: o emissor da mensagem não consegue se fazer ouvir e, consequentemente, respeitar, e o receptor perde a chance de ser nutrido com algo que, se dito em momento mais oportuno, poderia ser precioso. Nesse embate, só há perdedores.

Bate-bocas ativam nas pessoas o que nelas há de mais irracional, trazendo para o primeiro plano a impulsividade, a impetuosidade, a falta de filtro. Quem não viveu ou testemunhou situação deste tipo? Os interlocutores dizem coisas acreditando que o "sujeito" de suas falas seja sua personalidade consciente. Engano. Em situações passionais, a consciência é engolida pelo inconsciente, isto é, pelo elemento primitivo, associado ao plano dos instintos, que, em condições normais de temperatura e pressão, mantém-se silencioso, embora não morto. As pessoas imaginam ter domínio sobre a situação, mas são meros ventríloquos de parcelas poderosas de seu inconsciente. Uma vez desencadeado, é praticamente impossível brecar fluxo desenfreado das emoções. Os atacantes proferem "verdades", no estilo "E digo mesmo! E você isto e aquilo outro. E tem mais isto! E fique sabendo que você..., porque você nunca... e você sempre... E sua mãe, então...", desenrolando um carretel de impropérios e desqualificações de toda ordem.

Se o interlocutor morde a isca e embarca na mesma viagem (na mesma "maionese", talves se possa dizer), é o que basta para que, em lugar de um diálogo, se instale um
embate titânico entre forças jurássicas. 
O elemento humano, em situações como essa, já escorreu pelo ralo.

Quanto desperdício de energia psíquica! 

A incidência de episódios assim, passionais na vida de um casal costuma indicar que poeiras foram varridas para debaixo do tapete; quinquilharias foram ocultadas no porão; mágoas foram negadas; dores, sonegadas; amores, não amados como deveriam ser. É só mexer no vespeiro para que todo esse entulho apareça, em geral com consequências desastrosas.

Quem ama não sonega. Nem do outro, nem de sua própria consciência. Dores e desagrados são elementos integrantes da experiência amorosa. No entanto, incluí-los e comunicá-los apenas no momento do desespero e da ira é a mesma coisa que entregar um bebê aos cuidados de uma hiena. O bebê pode se desenvolver, mas de modo catastrófico. 

Críticas, queixas, assinalamentos, protestos, tudo isso requer tratamento requintado. São jóias. Precisam ser revelados em caixinhas de veludo. São expressões de faceta difícil, mas legítima, do amor. Não antagonizam com o amor. Servem para torná-lo mais forte, mais maduro. Por isso mesmo, para serem reveladas, requerem a mais amorosa das atitudes. Isso não significa que devam ser dissimuladas ou distorcidas. Devem -- isto sim -- ser veiculadas com clareza, com comedimento e sem presunção (sem que a elas se imprima o caráter de "verdades") e com profundo respeito pelo outro. Se são coisas amorosas -- e, em princípio, são --, devem ser entregues como presentes. O outro se sentirá visto com olhos límpidos e profundamente considerado, o que nele promoverá acolhimento e gratidão.



Por Alberto Lima, psicoterapeuta de orientação junguiana, é professor-doutor em Psicologia Clínica e autor de O Pai e a Psique (Editora Paulus) e de Alma: Gênero e Grau (Editora Devir).
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