quinta-feira, 29 de maio de 2008

SEM PEDRAS



“Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 16:18.

Sinto doer o meu coração quando leio acusações veementes contra a igreja de Cristo, mas, doloroso ainda por serem provenientes de membros do corpo, que chegam a dispensar a igreja como se houvessem recebido particular revelação de Deus neste sentido e apedrejam a Igreja de Cristo, sem discernimento, enfeixam joio e trigo, esquecem-se que haverá uma separação reservada à digna e única autoridade: O Senhor da ceara, no tempo próprio.
Sabemos que o ser humano nunca foi diferente, os fariseus sempre existiram e continuarão permeando todos os segmentos da sociedade, no entanto, não serão empecilhos para que Deus continue comunicando-se e sendo amigo do Seu povo, o profeta Amós é claro: “Certamente, O Senhor Deus não fará COISA ALGUMA, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas.” Amós 3:7.
Deus estava sempre empenhado em corrigir o Seu povo por exortações, castigos, conforme Sua onisciência e soberania, mesmo aos hipócritas, cínicos, soberbos, dominadores de rebanho, as estrelas, os sectaristas, Ele continua estendendo a Sua misericórdia em longanimidade como o fez a Jezabel:
Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os Meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.
“Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia não quer arrepender-se da sua prostituição.” Apocalipse 2:20,21.

E não tenho dúvidas que tem muita gente parecendo joio que se transformará em vinho vertido se realmente for discipulado, amado e disciplinado. Somente os olhos de Deus, que perscrutam o coração do homem, descobrem esses grãos preciosos que ainda não morreram...

Se existe, ainda que seja um grande número de pessoas que não aprendeu e não querem aprender a tratar com o rebanho de Cristo, não podemos denominá-los de “igreja”. A igreja de Cristo invisível está espalhada por toda a terra, ainda que se dê uma outra conotação ao termo, fica explicito que se está injuriando o povo que se ajunta em templos; e quem somos nós para julgarmos quem aí está se é joio ou trigo, embora esteja no momento agindo como joio?
Por outro lado, se um determinado agrupamento ou vários não ensinam ou não julgam com sabedoria certos problemas comportamentais no seu meio, não se pode interpretar que ele creia que o assunto está resolvido. Não podemos determinar seu silêncio e muito menos julgá-lo como omisso e covarde e assassino dos seus próprios filhos sem conhecermos as causas e nos oferecermos para somarmos nossos esforços pela saúde do grupo.
Se vociferamos contra a igreja por práticas suspeitas que ocorram em alguns ou vários currais, sem contribuirmos com eles para mudança, não temos o direito de denegrir, condenar e propagar difamação contra parte da igreja que reúne-se ali, porque mesmo com todas as enfermidades, o evangelho está sendo pregado e, com certeza, Deus levantará intercessores que gemam pela saúde do grupo.

“Para que, pela igreja a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais.” Efésios 3:10.

Paulo, exortava, ensinava, repreendia, mas em nenhum dos seus escritos vemos o apóstolo referindo-se à igreja com ironia, desrespeito, acusações, como se ele mesmo não fizesse parte do corpo, mas fosse apenas um mero espectador.
Mesmo a igreja de Corinto, com todas as suas mazelas, não foi tratada por Paulo a pedradas, como fazem os “santos críticos” de hoje.

Temos os exemplos dos reis e profetas que se prostravam diante de Deus pelo povo e não se consideravam isentos de culpas, embora não houvessem praticado os mesmos pecados e nem tampouco fossem coniventes com as transgressões de Israel.

“No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara O SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.
Voltei o rosto ao Senhor Deus, para O buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza.
Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; temos pecado e cometido iniqüidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em Teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra.
A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha, como hoje se vê; aos homens de Judá, os moradores de Jerusalém, todo o Israel, quer os de perto, quer os de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas transgressões que cometeram contra ti.
Ó SENHOR, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti.
Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele
e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
Sim, todo o Israel transgrediu a Tua lei, desviando-se, para não obedecer à Tua voz; por isso, a maldição e as imprecações que estão escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós, porque temos pecado contra Ti.” Daniel 9:2-12.

Esta deve ser a nossa postura: “a nós nos cabe corar de vergonha”, porque todos nós pecamos. Se Deus olhar iniqüidade em nós, um sequer de nós se salvará. Não há ninguém bom, somente Deus; somos todos justificados pela infinita graça e misericórdia do Pai.
A igreja de Cristo é a noiva invisível, que está sendo tratada, forjada, para ser arrebatada sem mácula e sem ruga.
Tenhamos cuidado quando nos referimos à igreja, Seu noivo a ama profundamente e tem zelo por ela. Se somos membros do corpo, não podemos agredi-lo sem que nós mesmos sejamos machucados. Usemos o nosso talento com amor em prol dela e não a acusemos em detrimento de nós mesmos.
Doída, Pra. Guiomar Barba.
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segunda-feira, 26 de maio de 2008

O GRÃO DE TRIGO



Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. João 12:24.

É interessante como Jesus escolheu propositadamente o “grão de trigo”, sabendo que estava referindo-se a Ele, O Pão partido e repartido entre nós.
Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: isto é O Meu corpo, que é dado por vós. 1ª Coríntios 11: 23,24.

Jesus morreu literalmente no corpo, alma e espírito por nós, para que nós tivéssemos vida abundante trinitariamente. Ele se fez pecado, por essa razão morreu também em espírito. Ali na cruz, Ele foi plenamente separado de Deus pelos nossos delitos de pecado, no entanto, não ficamos isentos de morte, temos que fazer morrer com Ele o nosso homem velho, para, a exemplo de Cristo, frutificarmos.
Ainda que nós, como sementes pequenas e sem expressão aparente, não podemos esquecer que o grão é em si um potencial, por mais minúsculo que seja, sua capacidade é cobiçada pelo lavrador. Referindo-Se ao grão de mostarda, Jesus disse que era a menor semente, mas que, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos. (Mateus 13: 31,32).
O mais difícil, no entanto, é realmente esta morte morosa que nós mesmos provocamos com essa facilidade que temos de retroceder. Começamos a matar a nossa carne, negando-lhe o que a robustece e de repente, por um instantezinho de deleite, a revigoramos.
O pior é que nem sempre o que nos leva a mantê-la viva são os apetites externos, ao contrário, muito mais são aqueles pecados que nos mantém a alma presa na masmorra fria, pegajosa, escura, escorregadia e traiçoeira da mentira, inveja, cobiça, hipocrisia, falsidade, maledicência, lasciva, amargura, intriga, maldade, disputa, vulnerabilidade, calúnia, dissensão, e do ciúme, ódio, julgamentos, e de tantas outras mazelas que nos poluem e nos embaçam interiormente, impedindo que a luz de Cristo seja refletida através de nós. Temos uma terrível facilidade de nos acomodarmos a eles por estarem ocultos justamente ai neste calabouço que nos facilita camuflar o exterior com uma roupagem de “falsa santidade”.
Mas, se realmente somos sinceros no nosso desejo de servir aquEle a quem amamos, nosso coração desesperado cantará esta canção:

NO BASTA

No basta solo con cantar,
No basta solo con decir,
No es suficiente solo con querer hacer,
Es necesario morir.
No basta solo con soñar,
No basta solo con pedir,
No es suficiente solo con querer tener,
Es necesario morir.
CORO: Dame tu vida,
esa clase de vida que sabes dar,
Dame tu vida, yo quiero vivir solo para ti,
Dame tu vida,
resucitame en ti,
Yo quiero vivir solo para ti.

Sim! Aquele que nasceu de novo não suportará viver uma vida dupla, O doce Espírito Santo, cheio de amor e ternura, estará nos convencendo de pecado, de justiça e de juízo até que nosso coração contrito se renda àquEle que É, e que há de ser por toda a eternidade. Lutemos, para crucificar a nossa carne e não nos esqueçamos de amar e encorajar aqueles que, como nós, estão nesta mesma batalha ou mesmo a aqueles que ainda não se aperceberam, porque estão envolvidos demasiado com os “pecados externos.”
O dedo em riste é perigoso. Cuidemos dos nossos dedos.

“Aquele, pois, que pensa está em pé veja que não caia.” 1ª Coríntios 10:12.
“Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.” Tiago 2:13
Pra. Guiomar Barba.
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quinta-feira, 22 de maio de 2008

NOSSA EX-MINISTRA MARINA




(Recebi esta carta do meu amigo pastor André fazendo suas considerações, e o desabafo do Pr. Ricardo Gondim sobre a ex-ministra do Meio ambiente).
Guio,
A Marina Silva, sempre me inspirou profundamente como pessoa por sua conduta ética, guerreira e serena e claro por todo o seu passado! Tenho muito respeito pela sua conduta como cristã nesse meio de lobos. Bom se 10% dos políticos evangélicos fossem como ela é, sem falcatruas, sem ostentações, sem manipulação da massa evangélica!
Sempre percebi como os evangélicos nunca deram muita importância para ela e eu atribuo essa falta de importância ao fato dela nunca se utilizar da condição de evangélica para se eleger a nada, como foi o caso de tantos e tantos que assim o fizeram, enganando muitas pessoas incautas e sem percepção do que está por trás daquele político vampiro com título de evangélico!
Sua luta pela preservação do meio ambiente também parece ser algo que não importa muito ao mundo evangélico.
Também é muito salutar que ela não se utilize dos jargões evangélicos para nada, ela simplesmente é e fez o que de maneira tão tolhida lhe foi possível fazer!
De fato é uma das poucas personalidades na política que me orgulho e não tenho vergonha!
É daquelas que gostamos de saber: esta professa o nome do Senhor!!!
Beijos,
André Soares
21.05.2008 Marina, minha irmã de fé.
Ricardo Gondim.


Já fazia algum tempo que não sentia simultaneamente orgulho e tristeza pela postura de algum evangélico. Refiro-me à demissão da ex-ministra Marina Silva.

Eu a conheci pessoalmente em um evento sobre fé e justiça onde partilhamos nossas idéias. Mas fora os abraços formais de despedida, nunca mais tive qualquer contato com a senadora.

Guardo, porém, uma admiração profunda por esta mulher. Para mim, Marina Silva faz parte do seleto panteão das pessoas extraordinárias. Sua conduta e testemunho de vida no Ministério não foram apenas impecáveis, mas inspiradores. Marina foi um Davi que nunca se acovardou diante de inúmeros Golias. Ela enfrentou a volúpia dos encastelados no poder, a gula desenfreada dos latifundiários da Amazônia, o rolo compressor dos cartéis internacionais e a irresponsabilidade de tecnocratas míopes, que só analisam gráficos. No Ceará, dizemos que gente assim é “madeira de lei.”

No “Painel do Leitor” da Folha de São Paulo de 16 de maio de 2008, Stalmir Vieira escreveu sobre a demissão de Marina: “No mundo encantado do poder, ocupado por ex-subversivos e ex-torturados, hoje bochechudos, rosados e de cabelos bem arranjados, o único papel que caberia a uma mulatinha magrinha, que jamais aceitou abandonar suas origens, seria o de servente. Ela não topou”.

Não penso só em Marina Silva quando lamento a sua demissão, mas nos rios, nos santuários ecológicos que se degradarão, nos mognos contrabandeados. Estou triste pela chuva ácida, pelos plásticos boiando, pelos aeroportos interditados com fumaça. O governo preferiu perder uma cabocla para prestigiar um “drag-queen cultural”. O acadêmico que vai tocar o PAS (Plano Amazônia Sustentável) veio do Norte, não sabe a diferença entre um papagaio e uma arara, e fala com sotaque de gringo – parece um missionário que faltou às aulas de português. Marina Silva nunca desaprendeu os regionalismos. No dia em que sentei do seu lado, não me senti perto de uma ministra, mas de uma nortista cheia de brios.

O empobrecimento ético dos evangélicos é notório e Marina Silva destoa. Portanto, quando não der para sentir orgulho dos crentes brasileiros, nos inspiremos em nossa irmã.
Soli Deo Gloria.


Concordo plenamente com nossos queridos pastores e sinto a dor de havermos perdido uma ministra de moral ilibada, diga-se a verdade: espécie em extinção. Pra. Guiomar Barba.
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segunda-feira, 19 de maio de 2008

SEJAMOS LONGÂNIMOS


Tenho estado atenta às vozes que clamam contra pastores que enclausuraram Jesus dentro de quatro paredes e criaram ditames para os seus seguidores, estando preparados para punir ao seu bel prazer qualquer ovelha que deslize; atenta também aos pastores que vivem sob a máscara de santidade e, no entanto, estão corroídos por pecados que se ocultam nos recônditos dos seus corações e arbitrariamente, ao ensino da palavra, dominam o rebanho como se fosse propriamente seu.

Nasci em um lar evangélico, meu pai era pastor de uma igreja pentecostal, linha de ferro. Lembro-me que um dia, lá do púlpito, ele me ordenou que desfizesse o rabo de cavalo que estava no meu cabelo. Com as lágrimas rolando pela minha face, sob os olhares de vários membro deixei que minha mãe, que estava ao meu lado, desfizesse o penteado.
Lembro-me que jogar Ioiô era pecado, ir a um parque de diversão, cinema, assistir televisão, nem pensar. Meu Deus, poupo meu leitor de saber por que sofri uma disciplina da igreja, que consistia em ficar suspensa da santa ceia, até receber uma comissão em casa, demonstrar arrependimento pelo “pecado” cometido e retornar a convivência dos “santos”.
Foi exatamente após esta disciplina que, me sentindo totalmente injustiçada, decidi romper com a tradição religiosa e, por falta de um conhecimento claro do caminho, abandonei a igreja, mergulhando de cabeça no mundo mesmo. Como eu acreditava plenamente no evangelho antes de abandonar tudo que eu cria, ainda me envolvi com uma igreja batista tradicional, que me acolheu com amor, mas, por ser menor, foi solicitada à minha mãe permissão para que eu fizesse parte daquela congregação, mas ela foi taxativa: ela vai ficar na pentecostal. O que ela não pôde ouvir foi o grito do meu coração: nem aqui e em nenhuma... Durante longos nove anos e meio me alimentei das alfarrobas e das amarguras contra o farisaísmo da igreja. Quanto desperdício...

Mas com esta exposição trago à memória o caminhar não só do meu pai, mas também de outros pastores e irmãos que conheci. Homens e mulheres que amavam ao Senhor na sua ignorância. Falo principalmente do exemplo de casa, meu pai era um homem comprometido com os pobres, com a alma dos pecadores, pôs sua vida em jogo muitas vezes para salvar almas do inferno. Lembro-me de seus gemidos, várias vezes ao dia junto com minha mãe ou só, com a porta do quarto fechada. Lembro-me como o criticaram por negligenciar a família no que concerne a procurar meios econômicos para nos oferecer uma vida melhor. Ele vivia em função de evangelismo no sertão de Pernambuco, nos lugares mais inóspitos, e quando chegava em casa parecia um garotão sentado no chão com os filhos contando sobre as matutices das pessoas com quem ele trabalhava e amava. Nunca o vi em busca de crédito humano ou preocupado com estrelismo. Seu exemplo de amor e dedicação resultou em que seus filhos, hoje, abraçassem o ministério: cinco de nós somos pastores e dois são atuantes nas igrejas onde congregam.

Recebi hoje o convite de um pastor para dar palestra e pregar em um mini-congresso para mulheres em Sergipe, Em meio às coordenadas, ele me perguntou se eu lembrava quando estive na sua cidade e ele com outras pessoas me criticaram pelo cabelo curto... Realmente não me lembrava, mas lhe adverti que eu havia cortado recentemente meu cabelo, e ele contestou: não irmã, agora é diferente, tenho outra visão.

Conversando com um pastor das Novas Assembléias muito recentemente, ele, com lágrimas, me disse: “irmã, eu estou mudando, eu não tinha coragem de ficar sem camisa, de pôr uma bermuda, de bater uma pelada na praia, não podia nem pensar em mulher no púlpito, era muito exagerado em “não-podes”, mas Deus está me ensinado a amar”. Aleluia! Nós conversamos várias vezes sobre muitas coisas que se referem a usos e costumes e sempre tínhamos desentendimentos, mas, agora posso testemunhar que realmente ele tem aberto o seu coração para mudanças, não só ele, mas muitos outros que conheço têm reconhecido que estavam vivendo os seus evangelhos.

Portanto, tenhamos cuidado ao vociferar contra estes supostos “fariseus”, para não estarmos caindo no pecado de julgar segundo a vista dos nossos olhos ou ouvir dos nossos ouvidos. Jesus tinha autoridade para chamar pelo nome o pecado que estava no mais profundo do coração dos falsos cristãos ou seguidores da lei, porque Ele conhecia o interior do homem e também as suas pretensões, mas, nós, ao julgarmos, poderemos estar condenando ao inferno, em nome da nossa visão clara e aberta, o trigo que ainda não foi separado do joio pelo dono do reino e, em conseqüência, agindo como verdadeiros fariseus hipócritas, criticando os seus procedimentos em detrimento deles.
Portanto, se queremos que a igreja de Cristo seja purificada, não devemos aborrecê-los, como se não fizéssemos parte dela, como se estivéssemos de fora, como meros espectadores aptos para fazer o julgamento apenas, mas sim, como parte do corpo, devemos chorar e gemer pelas feridas que corroem como câncer a igreja, oferecer nossos talentos como oferta Ao Senhor, para que Ele possa contar conosco na restauração do corpo e tabernacular em nós com alegria.
Pra. Guiomar Barba.
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sexta-feira, 16 de maio de 2008

LIMITES

É impressionante como várias pessoas lutam por provar biblicamente, para descanso de suas consciências, uma vida cristã sem limites, mundana e sempre “respaldados na graça” (com certeza não a de Jesus, que tem um valor inestimável). Trabalhei durante longos vinte anos diretamente com drogados, homossexuais e alcoólatras. Sei como era doloroso ver a luta de um alcoólatra para abandonar a miséria do alcoolismo. Ouvi um velhinho aos urros em uma reunião, aconselhando aos presentes evitarem o primeiro copo, porque depois de vinte anos de abstinência, um único copo de cerveja levou-o novamente à desgraça do alcoolismo.
Não ignoro que um copo de vinho, cerveja ou mesmo uma dose de outras determinadas bebidas, não afastaria alguém da comunhão com Deus, da santidade. No entanto eu mesma fiz minha opção. Após longos anos entre os viciados, cheguei à conclusão de que seria melhor abster-me por amor ao psicodependente, que numa luta sem tréguas para conseguir libertação do vício, tinha em nós um referencial para a abstinência, além de ouvir tantas histórias de alcoólatras que iniciaram seu caminho de desgraça com o primeiro copo, exatamente como o viciado em drogas inicia, geralmente, com o primeiro cigarro de maconha, que deixa milhares dependentes dela e de outras drogas. Se algum chegava a mim e perguntava: você toma um aperitivo? Eu lhe contestava: não! Era uma força para ele. Caso contrário, ele me imitaria, mas não conseguiria ficar no aperitivo, iria para o copo, do copo para a garrafa, e ai eu teria contribuído para seu fracasso... Qualquer um tem o direito de discordar da minha exposição sucinta, mas foram vinte anos de labuta, em determinadas circunstâncias atuávamos vinte e quatro horas por dia, muitas e muitas vezes escutando lamentos e vendo lágrimas copiosas de muitos pais e familiares... “Só se vê bem com o coração.” (Exupéry). É melhor não começar.
Sei que havia uma cultura judaica com relação ao vinho. Era tão comum que Paulo admoesta que as mulheres idosas não sejam escravizadas a muito vinho (Tito 2:3). Sabemos, sim, que Jesus tomava vinho, e não “tudo”, como exagera Caio Fábio em um texto publicado em seu site. Por pouco não disse “tomava todas.” Tenhamos também como referencial o conselho de provérbios vinte e três, versículo trinta e um e trinta e dois: “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como uma serpente e picará como o basilisco.”
Espero que entre os seus argumentos ele não busque convencer os seus discípulos de que os homens poderão ter seu harém, salvo pelo fato de que Davi, o grande amigo de Deus, tinha o seu.
Ultimamente o Caio, parece pretender ser a “única verdade”. Basta ler a matéria dele: PERSEGUIÇÃO DE CRISTÃOS SOBRE CRISTÃOS!‏ Aqui estão alguns trechos: Sim! Gente de “igreja” odiando um familiar em razão de que a pessoa apenas confessa que o Evangelho é como é, e não como vem sendo ensinado pelos mestres do engano ou da manipulação. E quando a família da pessoa é parte da “liderança da igreja”, é muito pior ainda; pois, os familiares, além de que julgam que o membro da família está desviado, ainda mais o julgam por esse desvio ter se dado junto a mim. Amontoam-se aqui em meu e-mail tanto quanto são passiveis de encontro na estrada, centenas de pessoas que me dizem que em razão do Evangelho que agora entendem ou começam a entender, estão sendo perseguidas. Toda hora alguém me escreve falando que chegou desconfiado aqui no site, e que, devagar, lendo, a Palavra venceu o preconceito, e o coração se abriu. A questão é que depois que se encontra o Evangelho de Jesus [e não a “montagem” da “igreja”], nada mais é o mesmo e ninguém mais consegue ver como fazendo qualquer sentido aquilo que antes via e com o que se iludia. (Enviado por atendimento@caiofabio.com). Jesus disse que quem é Dele ouve a Sua voz! (Caio Fábio)
Não estou sabendo se há algum líder a quem ele indique como fidedigno... Até agora tenho lido e ouvido que ele derruba todos.
No contexto cultural em que Jesus viveu, havia uma secular tradição vinícola: No Israel dessa época havia os que exageravam no consumo do vinho e outras bebidas de teor alcoólico muito elevado, e havia também os que se abstinham do vinho, como era o caso dos recabitas, uma comunidade sectária que levava a vida nômade e não praticava a cultura da vinha nem qualquer tipo de agricultura, como vemos em Jeremias 35:12-15(...)
É verdade que em Mateus 11:19, Jesus é acusado de ser comilão e beberrão. Vemos que a palavra utilizada no grego é “oinos” e beberrão poderia ter sido traduzido por bebedor de “oinos”. Claro que não podemos aceitar esta acusação. O que deve ter acontecido, é os seguidores de João Batista imaginarem um Messias do tipo de João Batista, e quando viram que Jesus em vez de se isolar no deserto ou no interior do Templo, procurou aproximar-se dos pobres, sem fazer distinção alguma, ficaram escandalizados. E ainda mais escandalizados ficaram ao ver Jesus a beber com os pecadores e logo o acusaram de beberrão. Isto ainda acontece nos nossos dias com esses “santarrões” que se afastam do homem pecador e também querem confinar Jesus ao seu reduzido espaço litúrgico. O vinho era bebida que geralmente fazia parte das refeições, no contexto cultural em que Jesus viveu, e o nosso Mestre, integrado na sua cultura, tomava vinho assim como todo o homem do seu tempo. (www.estudos-biblicos.com.br). No ensino da Palavra há “um mundo” ao qual se deve odiar e há “um mundo” ao qual se deve amar. O mundo que se deve odiar é feito de espíritos de maldade, inveja, corrupção, malícia, manipulação, ódio, raivas, iras, perseguições, antipatias, inafetividade, e objetização do próximo. Esse é mundo que se deve odiar, e que existe tanto na “igreja”, em seus concílios e em suas convenções, quanto em qualquer disputa política no Congresso Nacional. Já o mundo que se deve amar é feito de gente, de todo tipo de gente, e tem a ver com a celebração da vida, da alegria, da comunhão humana, da sociabilidade que aproxima os diferentes; visto que tal “mundo” é objeto do amor de Deus: A humanidade. (Caio Fábio) O Caio não está tão autorizado a falar de “AMAR”, uma vez que ele vem agredindo e denegrindo de uma maneira tão corrosiva várias pessoas, mesmo aquelas que procuram da forma mais humilde possível admoestá-lo.
Claro, atrever-se a exortar o “infalível” é meter a mão na lata do siri. Então esse siri deve esquecer a palavra “amor”.
“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração.” Salmo 32:11.
O mundo que mais me apavora é esse mundo maligno que se disfarça de religião de Deus. É aí que as mais estranhas e malignas manifestações do mundo se manifestam, embora ninguém dance, beba ou fume. Sim, eles não fazem nada disso. Porém, devoram-se uns aos outros, conspiram contra os irmãos, torcem pela queda de alguns, alegram-se com suas vitórias filhas da malícia e vivem para garantir o cosmético de sua falsa humildade, as quais são os disfarces dos lobos que se vestem de ovelhas. (Caio Fábio) Um pecado não justifica outro, nem anula também. E o coração do homem só é perscrutado pelos olhos justos de Deus. Muitos enganam abertamente, outros só no grande dia do juízo serão descobertos: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não profetizamos em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticam a iniqüidade. Mateus 7:22,23. Quanto ao charuto do Spurgeon, “Príncipe dos Pregadores”, não é álibi para ninguém contaminar o templo do Espírito Santo, que somos nós. Ninguém é santo porque tem uma eloqüência convincente, ainda que esteja radicalmente centralizada na bíblia. Sejamos coerentes, santidade é vida e não a arte de bem pregar. Mas quem somos nós para julgá-lo ou absolvê-lo?
O próprio Charles Haddon Spurgeon, tão aclamado entre os evangélicos sob o título de "príncipe dos pregadores", fumava charuto, e a maioria deles, nem sabe disso. Conta-se que certa vez, D.L. Moody descobriu que Spurgeon fumava, e ele, encabulado disse:"Eu não exagero"e Moody lhe indagou: "O que é exagero para você"? E ele lhe disse: "Fumar dois de uma só vez"! (Caio Fábio)
Porque encabulado? E o que se ocultou por trás desta evasiva?
“Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.” Não há outro modelo que possamos imitar a não ser aquele que imita Cristo, porque é aquele que, realmente como nosso Mestre, crucifica a carne. Em esperança estou caminhando para a morte com Cristo, somente a Ele seja a glória. Pra. Guiomar Barba.
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terça-feira, 13 de maio de 2008

" FIAT JUSTITIA, PAREAT MUNDUS (faça-se justiça, ainda que o mundo pereça)"



O profeta Amós denunciou a decadência da justiça nos seus dias e a revista Ultimato parafraseou:
vocês pisam a cabeça do necessitado como pisam o pó da terra, e negam a justiça ao oprimido. Amós 2:7.

Vocês "não sabem agir com retidão" e acumulam em seus palácios o que roubaram e saquearam. 3:10.
Vocês estão corrompendo os tribunais, transformando-os em intrumentos de injustiça. 5:7.

Vocês odeiam aquele que defende a justiça no tribunal e detestam aquele que fala a verdade. Vocês não se conformam com o trabalho dos reformadores sociais nem com o testemunho daquele que não faz uso de mentira. 5:10.

Vocês usufruem do bom e do melhor, têm cada vez mais e os outros passam fome e tem cada vez menos. 6:6.

Sejamos uma voz com Amós.

Grito desde Portugal de um jovem, bem jovem, que não se cansa de militar a favor da verdade e da justiça através do seu blog "Filhos de Um Deus Menor".
Tenhamos a ousadia de juntarmo-nos a ele com determinação.


A ideia de justiça, até ao século XVII, pelo menos, ou até mesmo muito mais recentemente, indissociável de um sentido de religiosidade, que continua a ela fortemente ligado em quase todas as sociedades não ocidentais, foi revestido de um respeito que explicará a célebre fórmula latina «fiat iustitia, pereat mundus» (faça-se justiça, ainda que o mundo pereça).Mas a verdade é que o direito nasce na sociedade e para a sociedade: ampara a actividade produtiva, tutela a vida, facilita e assegura o progresso, favorece o esforço humano, o labor benéfico, a evolução geral. Ao direito interessa a prosperidade, não a ruína; a saúde, não a doença; o bem-estar, não a desgraça. Por isso, hoje a antiga fórmula latina (fiat iustitia, pereat mundus), filha primogénita da exegese tradicional, rígida, simétrica e silogística, não é acolhida pelos que aplicam a justiça numa perspectiva compatível com o bem geral e as ideias modernas de protecção dos fracos, de solidariedade humana.Só se pode lamentar o facto de muitas pessoas, com responsabilidades de aplicação da justiça , assim não terem entendido: que se deve fazer justiça de tal modo que o mundo prossiga o rumo dos seus altos destinos.Num momento em que a referida fórmula, vetusta e terrível, passou a ser olhada com antipatia por muitos, com desconfiança pelo maior número; alguns , inacreditavelmente, ainda a repetem como um motivo de decisão e fazem dela o seu "lema de vida".Alguns ainda não entenderam que o direito é um meio para atingir os fins a que o homem se propõe, que a sua função é eminentemente social, construtora; logo, não pode prevalecer o seu papel antigo de entidade cega, indiferente às "ruínas" que inconsciente ou conscientemente possa espalhar entre os que estão sob uma relação funcional ou hierárquica dos que ainda fazem da antiga fórmula a "máxima" da sua forma de comandar/administrar/chefiar.São Tomás de Aquino, em plena Idade Média, já chamava a atenção para os perigos da rígida aplicação do Direito, criando a regra "SUMMUM JUS, SUMMA INJURIA" (supremo direito, suprema injustiça: direito elevado ao máximo, injustiça em grau máximo resultante). Como disse Rudolf Stamler: « O juiz muito rígido na administração da justiça ofende a prudente intenção do legislador e incomoda os povos».Com tudo isto, não tenho como propósito defender uma jurisprudência sentimental, ou seja, ao ponto de "torturar" os textos para atender a pendores individuais de bondade e a concepções de justiça. Não se pode desprezar o sentido evidente, nem se deve restringir um alcance dilatado, para proteger ou libertar uma pessoa. Pretendo, tão só, dizer, tal como Celso, que "jus est ars et aequi" (o Direito á a arte do bem e da equidade).Assim, queria dizer aqueles que ainda pensam que a ascensão nas suas carreiras profissionais se consegue à custa da sua "lealdade" à referida fórmula latina que, quando a linguagem jurídica se não presta a mais de uma exegese; em tal emergência, adoptem a interpretação mais humana e em conformidade com os superiores interesses da colectividade, e não dos seus próprios interesses pessoais.Hoje, a grande maioria dos juristas quer libertar da letra da lei o julgador, pelo menos quando da aplicação rigorosa dos textos jurídicos resulte injusta dureza, ou até mesmo simples antagonismos com os ditames da equidade. Assim, vai perdendo apologistas na prática a frase de Ulpiano "durum jus, sed ita lex scripta est" (duro Direito, mas assim a lei está escrita), prevalecendo no seu lugar o " summum jus, summa injuria" (supremo direito, suprema injustiça).Em conclusão: O Direito prevê e provê. Logo, não é indiferente à realidade. Faça-se justiça, porém salve-se o mundo e o homem de bem que vive nas suas imperfeições, limitações e dificuldades do quotidiano.É pena que muitas vezes as sentenças de condenação sejam lidas perante as câmaras da televisão sem que se "leia" no rosto de quem as determinou, o mínimo de pena pelo facto de ser forçado a chegar a essa tão dura extremidade: punir. Paulo
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domingo, 11 de maio de 2008

CORAÇÃO DE MÃE




“Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes.” Mateus 23:37b.
Jesus, lamentando sobre Jerusalém, expressa uma dor semelhante à de uma mãe que é desdenhada pelo filho que ama.
Que verdadeira mãe não daria a vida pelo fruto do seu ventre?
Compreendemos no amor de Jesus em dar Sua vida por nós um amor muito mais sublime que qualquer outro amor. Ele Se deu na cruz do calvário quando estávamos mortos nos nossos delitos de pecado, ainda quando não éramos filhos, Ele nos amou antes de nos gerar através de uma morte cruel.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no Seu nome;” João 1:12.

“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus.” Romanos 8:14.

Uma vez aceitando esta paternidade criada pelo sacrifício da cruz, seremos amados com um amor que extrapola o mais profundo dos amores maternos.

Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia, não me esquecerei de ti. Isaias 49:15.

“Ainda que viesse a esquecer...” Deus deixa aqui uma possibilidade remota, quase impossível. No entanto, têm se tornado cada dia mais comum mães que abandonam seus filhos, tornando o delito mais grave, uma vez que não é causado por um esquecimento, que seria aceitável se procedente de alguma enfermidade, e sim por desamor, o que evidencia com maior ênfase o amor incondicional de Deus por Seus filhos: por mais obstinado, rebelde, ingrato, que seja um rebento de Deus, Ele repete: “Não esquecerei de ti,” Estou sempre de braços abertos à tua espera.

Não vamos fantasiar a realidade, sabemos que ser mãe nem sempre é sinônimo de amar. Em um mundo doente, que gera personalidades enfermas, traumatizadas, neuróticas, quando mais sadias, são: magoadas, feridas, inseguras; é presumível que nem todas as fêmeas que geram são Mães amorosas, que se inclinam a percorrer um caminho excelente com o filho até que ele esteja preparado para caminhar só e vencer.

Encontramos uma belíssima história sobre duas prostitutas que foram ter com o rei Salomão, a fim de serem julgadas nas suas demandas, se puseram diante dele.
Disse-lhe uma das mulheres: Ah! Senhor meu, eu e esta mulher moramos na mesma casa, onde dei à luz um filho.
No terceiro dia, depois do meu parto, também esta mulher teve um filho. Estávamos juntas; nenhuma outra pessoa se achava conosco na casa.
De noite, morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.
Levantou-se à meia noite, e, enquanto dormia a tua serva, tirou-me a meu filho do meu lado, e o deitou nos seus braços; e a seu filho morto deitou-o no meu.
Levantando-me de madrugada para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto, mas, reparando nele pela manhã, eis que não era o filho que eu dera à luz.
Então, disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho; o teu é o morto. Porém esta disse: Não, o morto é teu filho; o meu é o vivo. Assim falaram perante o rei.
Então, disse o rei: esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho é o morto; e esta outra diz: Não, o morto é teu filho, e o meu filho é o vivo.
Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. Trouxeram uma espada diante do rei.
Disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo e dai metade a uma e metade a outra.
Então a mulher cujo filho era o vivo falou ao rei, porque o amor materno se aguçou por seu filho, e disse: Ah! Senhor meu, dai-lhe o menino vivo e por modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem meu nem teu; seja dividido.
Então, respondeu o rei: Dai à primeira o menino vivo; não o mateis, porque esta é sua mãe. 1ª Reis 3:16-28.

A mãe apenas biológica, pouco se lhe dava se a criança era seu filho ou não. Com astúcia, trocou o filho que gestara durante nove meses, sem a menor comoção. Jamais poderia entender a desesperada aflição que explodia aquele coração da verdadeira mãe, que preferiu ver seu filho dado a uma perversa mulher que vê-lo dilacerado pela espada do rei.
No entanto, a sabedoria de Deus habitava na mente de Salomão, que impressionou todo o Israel também com o seu senso de justiça.

Mãe é aquela que enquanto desenvolve o seu papel deixa livre o seu filho das ambigüidades da sua própria personalidade, lançando-o no seu próprio mundo, e o segue apenas com o olhar, até que ele se distancie para além das fronteiras do seu domínio, sem deixar que ele perceba as lágrimas que banham o seu rosto na hora dolorosa do corte umbilical.
Ser MÃE é ser amor. Pra. Guiomar Barba.
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quinta-feira, 8 de maio de 2008

FILHOS DO MEU VENTRE





Quantas qualificações se confere à mãe, quantos louvores, tornando-a quase um ser perfeito, sublimada como nenhuma outra atribuição é igualmente reconhecida.
Mas quantas mães se enquadram neste perfil tão cuidadosamente desenhado por filhos que tiveram a felicidade de ter uma mãe padrão?

Ó, filhos das minhas entranhas, quantas vezes me surpreendo querendo amoldar vocês na forma irreal das minhas deduções de que seria um sucesso para vocês serem segundo meu modelo...
Quantas vezes não perguntei se era exatamente o que tracei para vocês o que realmente lhes interessaria...
Quantas vezes as minhas ambigüidades reprimiram vocês e quem sabe até mataram algum sonho, e vocês calaram a frustração no fundo da alma para não me entristecer...
Sabe Deus, quantas vezes estou tão aquém do que vocês necessitam...
Segundo vocês me dizem, sou a melhor mãe do mundo. Claro, sou aquela que gerou vocês no ventre e no coração, que talvez, nem lembro, tenha passado noites em claro cuidando-os em alguma enfermidade; que muitas vezes renunciou a reunião de amigos, passeios, porque ainda eram bebês demais para serem expostos à confusão dos adultos.
Sei que derramei muitas lágrimas quando vocês sofriam as mazelas naturais a todo bebê, ou quando me sentia impotente diante de alguma carência.
Mas vocês me encheram a vida de sorrisos e felicidades, depois cresceram e continuam recompensando cada lágrima com tanto carinho, respeito, gratidão e confiança, cheios de atenção para cada admoestação.
Sinto-me em nuvens quando vejo um chegar da faculdade, cheio de novidades para compartilhar e o outro da Escola de Aplicação, com sua camisa escolar manchada de bola ou brincadeiras e a carinha de fome...
Obrigada Renato, por passar no primeiro vestibular e em três faculdades, e estar na Federal, classificado no trigésimo quarto lugar do curso de Administração de Empresas. Obrigada Daniel, por ser aprovado no teste seletivo da Escola de Aplicação em segundo lugar, e nas olimpíadas de matemática, em segundo lugar em todo o estado, e ainda estar no Projeto de Iniciação Científica. Obrigada, filhos dos meus amores, com o paizão de vocês, por serem cotados em todos estes anos como alunos que não dão problemas, mas que são responsáveis, sociáveis, adaptáveis a mudanças, respeitosos, conforme sempre ouvimos, não só dos professores, como também de diretores e secretárias, pelos vários colégios que, forçados por circunstâncias de mudanças, vocês estudaram.
Não vou ter a pretensão de ser esta mãe ilusoriamente perfeita, quero ser apenas MÃE, continuar cumprindo o meu papel com responsabilidade, com amor e dedicação. Quero reconhecer que sou o arco e vocês a flecha, e que não me cabe reter vocês, mas sim lança-los o mais longe possível, quem sabe, até os perderei de vista, mas no meu coração vocês permanecerão, serão sempre a melhor herança da minha vida, os meus amores.
Obrigada pelo privilégio que me trazem a cada dia, a cada ano, de comemorar a alegria de ser mãe. Os amoooooooooo. Guio.
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terça-feira, 6 de maio de 2008

DIA DAS MÃES (COPIADO DO BLOG: FILHOS DE UM DEUS MENOR / Portugal)


O Dia das Mães tem a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas. Em pouco tempo, a comemoração e consequentemente o Dia das Mães se alastrou por todos Estados Unidos e, em 1914, sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson: dia 9 de Maio. Nalguns países a data é variável. O Dia das Mães em Portugal, Lituânia, Hungria, Cabo Verde, África do Sul, Espanha, Suécia, é no primeiro domingo do mês de Maio.
POEMA À MÃE
No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãeT
Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.
Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves. "
Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro
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domingo, 4 de maio de 2008

DEUS NÃO deus



Tapo os ouvidos diante das considerações que fazem de Ti ó Deus dos deuses, ao confundir-Te com os deuses que conceberam nos seus sentimentos de culpabilidade para puni-los.
Não quero conhecer o deus da religiosidade, da ignorância bíblica.
Este monstro que castiga ao simples cogitar que não se lhe submeteram.
Ele já me fez muito mal no passado, mesmo sem conhecê-lo, quando na minha inocência me apresentaram a ele dizendo-lhe que eu iria ser sua súdita, em delírio de tirania ele me cegou me envolveu e me impôs seu amargo jugo.
Cobrou de mim cada minuto ao seu inteiro dispor, proibiu-me de ler o que me traria cultura secular, de freqüentar qualquer ambiente de lazer, de usar veste que não fosse ditada por ele, através dos seus "líderes superiores," de usar adornos, cortar o cabelo, em suma, transformou-me em mais uma marionete para satisfação dos seus caprichos, anulando-me prazerosamente.
Este deus ainda que, me encolhendo de pavor dele, eu o abortei aos dezessete anos, embora resquícios de sua ditadura ainda me persigam, continuarei fazendo curetagem com toda força do meu coração, até que esteja trinitariamente sã.

Este deus se impõe entre os homens desde os tempos mais remotos.
Encontramos na bíblia muitos personagens em confusão de deuses, suplicando ao Deus verdadeiro que não os trate segundo os seus pecados do passado ou atribuindo os seus sofrimentos ao castigo do único Deus que é puro compaixão e amor.

Estudando a bíblia, vemos um Deus que faz malabarismo para levar povos, nações, pessoas ao arrependimento, que espera com paciência que uma Jesabel adúltera e aliciadora de discípulos reconheça as suas transgressões para não castigá-la; que envia profetas após profetas para anunciar ao povo que Ele os ama e que se dispõe a perdoar o contrito e quebrantado; um Deus que vai em busca da ovelha que se extraviou e a toma nos Seus braços, pensa suas feridas sem a humilhar ou fazer cobranças.
Um Deus Pai que espera Seu filho dias, meses e anos a fio para abraçá-lo, recebe-lo com festas e danças, embora tenha ele extraviado com mulheres, amigos e vícios, parte dos Seus bens.

Este é O Deus, O Senhor, O Pai que eu amo, busco conhecê-Lo diligentemente em cada um dos Seus atributos e Ele me toma pela mão e acalma a minha alma fatigada, leva-me a pastos verdejantes e águas tranqüilas e não permite que os lobos vorazes que estão a minha espreita me assustem sequer. Este é O Deus pleno, que nos proporcionou VIDA abundante, através do Seu Único Filho Jesus. Para Ele o meu amor.
Pra. Guiomar Barba.
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sexta-feira, 2 de maio de 2008

DEUS DESCONHECIDO


Friedrich Nietzsche (1844-1900), aquele mesmo que disse: "Deus está morto”. Olha que interessante:
ORAÇÃO AO DEUS DESCONHECIDO

Antes de prosseguir em meu caminho
e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,
elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração,
tenho dedicado altares festivos para que, em
Cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
“Ao Deus desconhecido”.
Sou, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.
Sou, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-Lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, O incompreensível, mas meu semelhante,
quero Te conhecer, quero servir só a Ti.
Nietzsche (Traduzido do alemão por Leonardo Boff).

“Porque nos fizestes Senhor, para ti, nosso coração anda sempre inquieto enquanto não se tranqüilize e descanse em Ti.” (Santo Agostinho).

Porque, passando e observando os objetos do vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adoras sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio. Atos 17:23. (Apóstolo Paulo)
Nietzsche não dispensava a leitura da bíblia, ele também erigiu seus altares, seu raciocínio não concebia O criador, mas seu espírito se negou a concordar com tamanho desvario.

“Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles.” 3:19.


Não seria o mais recôndito do espírito sedento do homem que clama por este Desconhecido, levando-o mesmo contra as razões do seu raciocínio a buscá-Lo?
Sua alma corre em demanda de Deus como a corça suspira pelas correntes de águas, e enquanto sua lógica louca pensa em matá-Lo, no seu próprio coração ele é surpreendido por um altar erguido para O Eterno e pela misericordiosa longanimidade de Deus esperando que em um raio de lucidez ele atente para o Seu amor, deixando que Ele destile sobre si a sã doutrina.

Não há orfandade mais real que ignorar o pai vivo, quando realmente ele é genitor. O desequilíbrio da humanidade está diretamente ligado a esta desassociação da paternidade plena do criador, uma vez que só Ele conhece trinitariamente os seus filhos e só Ele é capaz de restaurar todas as enfermidades, distorções e carências da nossa alma.
Deus é um pai vigilante e jamais castrador, indica o caminho sem nos forçar a caminhar por ele, ensina sem nos anular, apesar de jamais errar, é tolerante com nossas tendências a descaminhos, está sempre pronto a perdoar e a recomeçar conosco. E por ser O Deus plenamente divino, com todos os atributos de pai perfeito, é que tem erigido nos corações sensíveis ao Espírito UM ALTAR.

“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a Sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Oséias 6:3.
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