quarta-feira, 18 de agosto de 2010
CONFISSÕES DE UMA PASTORA (EX NEOPENTECOSTAL) PARTE III
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Deus, o Amigo Presente
"Naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará. Este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegaremos." (Isaias 25.9).
Não tenho motivos para duvidar do grande amor de Deus por mim.
Não tenho como negar Sua presença constante em minha vida.
Quando digo que o melhor lugar para mim, é o centro da vontade de Deus, é porque é exatamente estando nele que sinto segurança e tenho constatado que não existem equívocos. Mesmo quando algo não acontece do modo como eu desejava, percebo com muita gratidão que a forma de Deus agir foi muito além, ou além das minhas expectativas.
Porque a nossa confiança está limitada ao conhecimento que temos de Deus, o tempo dEle na maioria das vezes se constitui em fonte de ansiedade, angústia, estresse e até amargura. Queremos ontem o que Ele sabe ser melhor para nós amanhã ou daqui a alguns meses e até anos.
A Bíblia também é um compêndio de testemunhos de homens que depositaram em Deus as suas expectativas, e apesar de muitas vezes abrigarem dores e até amargura em seus corações pelo tempo da espera, as suas esperanças não foram frustradas; no entanto eles devem ser apenas um parâmetro para nós hoje, uma inspiração, e não uma base para nos acomodarmos nela sem buscar as nossas próprias experiências na relação com Deus.
Ouvimos várias vezes pessoas dizerem: Quem sou eu para que Deus faça isto por mim? Sentindo-se pecadoras demais para serem atendidas por Deus. O fato é que tais pessoas avaliam Deus com a mesma medida mesquinha com que são conceituadas pela hipocrisia de muitos homens e até mesmo com a visão que enxergam a si mesmas, baseadas em valores jamais questionados.
Gosto de pensar em Jó que apesar de toda desgraça que lhe sobreveio, ele tinha um conceito correto da sua conduta, sem hipocrisias, sem falsa modéstia, não se deixou, portanto, confundir com as acusações improcedentes dos seus religiosos amigos, antes afirmou: “Pese-me Deus em balanças fieis e conhecerá a minha integridade.” (Jó 31.6).
Somos chamados a um autoconhecimento: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo ALÉM do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12.3).
Portanto não recebemos de Deus alguma dádiva por méritos ou deixamos de receber por demérito, “mas é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que O buscam. (Hebreus 11.6).”
Não estou aqui advogando Deus, não se faz necessário, mas compartilhando aquilo que tem sido absolutamente verdade no meu caminhar com Ele. Lamento profundamente que muitos cristãos estejam navegando tão sozinhos em meio a verdadeiras intempéries, que estejam caminhando sob as mais profundas trevas quando a luz já raiou para todos, que estejam vivendo a mais cruel solidão, quando Jesus levou sobre Si o nosso abandono para que fôssemos abraçados pelo Pai.
Não estamos fazendo apologia às mentiras pregadas pelos mercenários da fé de que cristãos não sofrem as mesmas aflições que atingem todos os mortais sobre a face da terra, pois seria negar a afirmação do salmista Davi, que sofreu na pele tantas dores, quando ele diz: “Muitas são as aflições do justo, mas o senhor de todas o livra.” (Salmo 34.19).
Sabendo que nem sempre o livramento significa passar de nós o cálice, mas sim capacitar-nos para beber até a última gota, o que redundará para nós em eterno peso de glória, acima de toda comparação. (2 Coríntios 4.17).
A soberania de Deus não O afastará jamais da sua fidelidade!