Perguntaram-me em uma palestra para mulheres: é pecado fazer sexo oral? É pecado fazer sexo anal? Um homem me perguntou em outra feita: você concorda que o homem mame na mulher? Duas mulheres me disseram: meu marido quer variar de posição e eu não aceito. Como devemos fazer sexo? O que é ou não pecado?
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12.2).
Deus nos deu esta benção chamada sexo para que desfrutemos dela. Para que nos tornemos uma só carne com a pessoa que amamos e juntos gozemos em relaxe das delícias do amor.
Temos o instinto que dando vazão a ele seremos direcionados a procedimentos que nos trarão prazer absoluto, sem que tenhamos constrangimentos ou culpas. Em conseqüência dessa mente renovada, dominada por uma escala de valores sublimados, esse instinto será seguido segundo padrões santos.
Salomão, em Cântico dos Cânticos, expõe sua intimidade na sexualidade como um esposo amante, carinhoso, sensível às sensibilidades eróticas femininas, das quais ele também sabia tirar proveito. Ele se deliciava em contemplar a amada atentamente.
Que formosos são os seus passos dados de “sandálias,” (veja o detalhe)
Os meneios dos teus quadris são como colares trabalhados por mãos de artista.
O teu umbigo é taça redonda, a que não falta bebida;
O teu ventre é monte de trigo, cercado de lírios.
Os teus dois seios, como duas crias, gêmeas de uma gazela.
O teu pescoço, como torre de marfim;
Os teus olhos são as piscinas de Hesbom,
O teu nariz como a torre do Líbano, que olha para Damasco.
A tua cabeça é como o monte Carmelo,
A tua cabeleira, como a púrpura; um rei está preso nas tuas tranças.
Em meio a tão minuciosa apreciação da sua amada, ele parece haver sido tomado de êxtase e absoluta excitação e exclamou:
“Quão formosa e quão aprazível és ó amor em delícias!
Esse teu porte é semelhante à palmeira, e os teus seios, a seus cachos.
Dizia eu: subirei à palmeira, pegarei em seus ramos.
Sejam os teus seios como os cachos da vide, e o aroma da tua respiração, como o das maçãs.
Os teus beijos são como o bom vinho.”
Percebamos, no entanto, que a Sunamita não era a diversão sexual de Salomão, mas ela era tão ativa quanto ele, exaltava-lhe também o porte e apreciava verbalmente suas carícias e verbosidade.
Vejamos como ela completa seu poema: "vinho que escoa suavemente para o meu amado, deslizando entre seus lábios e dentes."
Ela não era uma mulher insegura quanto ao amor do seu esposo, ela proclama confiadamente: "Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim."
Ela era ardente, expressiva, desejou beijá-lo publicamente, como não era comum na sua cultura à uma mulher que não fosse de moral duvidosa.
“Tomara fosses como meu irmão, que mamou os seios de minha mãe! Quando te encontrasse na rua, beijar-te-ia, e não me desprezariam! Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; eu te daria a beber vinho aromático e mosto das minhas romãs. A sua mão estaria debaixo da minha cabeça. E a sua direita me abraçaria."
Precisamos como a Sunamita exprimir nosso conceito sobre nosso esposo. Ela faz uma descrição da "sua altura, cor, cabeça, cabelos, olhos, faces, lábios, mãos, (vejamos que ela vai mais longe que ele) ventre, pernas, porte, voz e completa: sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, tal, o meu esposo."
Aquela mulher amante, expressiva perturbava as entranhas de Salomão quando pousava nele os olhos. Ao observá-la ele a desejava. E para ele, ela era única.
“Sessenta são as rainhas, oitenta, as concubinas, e as virgens sem número.
Mas uma só é minha pomba, a minha imaculada.”
Trago a memória o desafio de Saint Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo...”
Você não é mais amado (a) por ter o corpo escultural, olhos azuis, verdes, castanhos ou negros, mas sim, porque você é contemplado (a) pela ótica do amor que penetra muito além dos limites da carne. Aos olhos de Salomão sua esposa era perfeita porque ele a amava.
Uma baixa auto-estima empece uma entrega descontraída, desnudada ao relacionamento sexual.
A religiosidade é um demônio que represa as disposições que queimam os maiores amantes e provoca separações dolorosas. Ela cria pecado onde não existe, ela dissipa as festas do amor que trariam alegria, ela proíbe o lazer que nos traz descanso e renovação, ela nos submete a uma aparência de vida. Ela é a própria morte.
Portanto, deixemos que a palavra lave nossa mente, e estaremos aptos ao relacionamento a dois com total liberdade, sem a luxúria que exige os encontros desprovidos de amor. A própria natureza se encarregou de nos prover o aparelho genital para nos deleitarmos sexualmente e os nossos instintos sadios que nos levam as carícias preliminares de importância fundamental para um relacionamento totalmente prazeroso.
“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.” (1Coríntios 7.5).