quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

O fato de não sabermos o dia exato do nascimento de Jesus, não implica que Ele não tenha vindo à luz do mundo e muito menos que não tenha ofuscado esta luz com a sua própria luz. Mesmo que a energia solar e toda fonte luminosa viessem a eclipsar, a verdadeira luz que ora alumia jamais perderá o seu fulgor. Guiados por ela, não tropeçaremos.

O cego poderá viver na sua escuridão sem, contudo deixar de participar das atividades necessárias e prazerosas que este mundo nos oferece. No entanto, o nosso espírito não saberia andar em trevas sem mergulhar nas profundezas do não ser.

Estamos indo para Santa Cruz de La Sierra na Bolívia, onde passaremos o natal com a família do meu marido e amigos que um dia saíram das drogas através do nosso trabalho missionário ali. “Será una navidad inolvidable, estoy segura, porque fue un regalo de Dios.” No dia vinte nove, devemos vir a Aracaju com direção a Recife, aonde viraremos o ano e ficaremos para umas férias merecidas, são nossos planos.

Vou tentar neste período postar algo novo. Sentiremos saudades deste convívio, com muitos, silencioso com outros, um contato mais direto, mas todos são parte importante deste blog que amo tanto.

Meu querido leitor, desejo que a luz de Cristo resplandeça na sua vida a cada dia do novo ano que se iniciará e que você tenha um natal cheio desta maravilhosa luz.

Com vocês e para vocês: Aleluia de Handel

Leia Mais




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

SILÊNCIO

Quem me dera voar um pouco de tempo para além das vozes

Meus ouvidos se adaptaram ao barulho das línguas que não param

Ao estrépito das vozes que não sabem sequer falar;

Aos gritos dos que já não conseguem ouvir, se não a si mesmos

Ao murmurar contínuo dos que se devotaram a criticar

Ao balbuciar dos que derramam lágrimas silenciosas

Aos berros horripilantes de comandos.

À suave maciez de vozes que transmitem "sabedoria."

Aos urros de feras que subornam, corrompem para reinar

Aos choros mal contidos, doloridos, dos campos de morte

Ao brado no olhar dos doentes dos corredores de hospitais

Ao gemido da natureza agonizante martirizada por seus algozes.

Desejo calar dentro de mim, fora de mim, todas as vozes

Quero respirar, me embriagar, extasiar nesta pausa

E mergulhar no silêncio desta força benéfica que impulsiona

Que no silêncio da minha alma me entoa o cântico do amor

Deixar-me envolver sob sua ação destilada ao meu limite

Que me conduz suavemente, com segurança ao meu destino

Amo este agir silencioso que apenas me impele como um vagar

Que, no entanto, tem âncora em um porto seguro

Mais que tudo quero aprender a calar e falar.

Leia Mais




terça-feira, 23 de novembro de 2010

IRADOS CONTRA O CRIADOR

Por que se enfurecem tantos homens contra Ti ó Altíssimo? Tentam negar a Tua existência e a do Teu ungido, dizendo: "Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas", quando na cruz do calvário o Teu único Filho se entregou por nós e definitivamente rompeu com as nossas cadeias.

Por que se entendem mais sábios do que a Tua sabedoria? Por que pensam poder apagar os Teus grandiosos feitos e dar outra criação ao universo, se não passam de seres mortais, que sequer sabem o que lhes acontecerá um minuto depois do agora?

Ó Altíssimo! Por Teu infinito amor, tenha misericórdia deles e não lhes imputes pecado, porque na verdade estão desiludidos e decepcionados com homens que a si mesmo se fizeram líderes e dominaram o Teu rebanho. Com interesses escusos ataram fardos pesados sobre os ombros das Tuas ovelhas. Fardos que eles nem com o dedo querem movê-los. Tosqueam as incautas ovelhas e com a sua lã vivem uma vida nababesca, engordam com a carne das mais fartas. Enganam-nas, fazendo-se passar por filhos teus que se fatigam salvando vidas do inferno, e que portanto, são dignos de extorqui-las.

Tu sabes também Senhor, que o joio tem sido confundido com o trigo, sendo assim, para quem não acredita mais em Ti, tudo está em um só pacote. Por este motivo, a Tua verdadeira igreja que realmente caminha contigo, têm sido denegrida sem misericórdia.

Confessamos também Senhor, que poucos são aqueles que têm se envolvido com as aflições da humanidade. Uma expressiva maioria tem estado fechada no seu egoismo, construindo a enganosa torre de babel, enquanto esquecem-se da misericórdia, do repartir o pão, de suprir os órfãos e as viúvas nas suas necessidades, de visitar os encarcerados, vestir o nu, afofar o leito dos enfermos, enfim, praticar a justiça em nome do amor. E assim, como diz o Leonardo Boff: "A instituição perde o rosto humano e se faz insensível aos problemas existenciais".

Ainda mais Senhor, muitos daqueles que arrefeceram na fé, estão apavorados com o Teu aparente silêncio. Já não podem crer que Tu, Jesus, "estás conosco todos os dias até a consumação dos séculos". Como Tomé, precisam por os dedos nas Tuas mãos e no Teu lado, necessitam ver as marcas nos Teus pés e na Tua testa. Com razão Senhor; somos carentes, precisamos de renovação a cada dia, o maná de ontem apodreceu e estamos sobremodo famintos. A descrença da nossa mente racionalmente desequilibrada quase confunde o nosso espírito fragilizado por esta fome de Ti.

No entanto, Senhor temos sempre a esperança que eles voltarão a Te encontrar. Houve um grande filósofo que após propagar que Tu estavas morto, sob a luz de uma bendita loucura, orou:

"A Oração ao Deus Desconhecido" Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para frente uma vez mais, elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo. A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em Cada momento, Tua voz me pudesse chamar. Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: "Ao Deus desconhecido". Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quero servir só a Ti.

[Friedrich Nietzsche]

Há outros que acreditam que Tu estás eternizado no coração do homem e interpretam este filósofo assim:

"Quando li pela primeira vez essa oração do Nietzsche fiquei tentando entender o que se passava no inconsciente do alemão mas não tive muito sucesso. Fugir de quem negava...render-se a quem afrontava...hoje compreendo melhor essa dinâmica toda, da saudade da alma de um braço forte de um Pai celestial que ampara e cuida e ao mesmo tempo castiga e guia. Hoje repudiamos a visão infantil de Deus e forjamos novas espiritualidades mas o Pai celestial da nossa infância nunca vai morrer."

Eduardo Medeiros.

Ainda existem aqueles que inabaláveis proclamam a fé no Teu Filho Jesus.

"pois para mim, a estoria verídica é de que Jesus foi humano, e morreu e ressuscitou......e o resto, é resto...não me importa... Passar uma centena de anos, discutindo, debatendo e apontando todos os fatos e hipóteses que contrariam a estoria bíblica do nazareno, não nos levará a muito longe, pois Jesus não precisa de ser acreditado, mas simplesmente respeitado....pois jogar toda uma estoria no "lixo", fazendo uma nova estoria...é o mesmo que pegar o meu ou o seu diário de infância e colocar no fogo..... Que fique claro, que nada impede de continuar em busca de provas de que Jesus não morreu, não ressuscitou e não fez milagres....mas o dia em que vocês encontrarem provas convictas de tudo isto, me avisem, porque aí eu duvidarei até que algum dia o Elvis existiu...o Raul Seixas..pois tudo o que restou destas grandes celebridades, foram apenas estorias também.... Quem garante que eles realmente existiram, e quando eu morrer, meus futuros tatatatatataranetos acreditarão que realmente tiveram uma tatatatataataravó chamada Paulinha??!! Sou o que estou sendo enquanto viva, depois que eu morrer, quem garante que eu fui o que sou?! Ou melhor, quem garante que um dia eu realmente existi?! A minha mãe?!...se for por isto Jesus teve uma mãe também...!!

Paulinha."

Senhor, os grandes ateus deste século também vasculharam todo o universo e o lugar aonde habitas e não Te encontraram... Sem resposta, eles foram além do Nietzsche, e proclamaram que Tu jamais existisses, enquanto tentam entronizar no teu lugar vazio... A grande "deusa" ciência, que Tu mesmo facultaste para nosso benefício.

Depois disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o SENHOR tem chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá.

E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento, ciência e em todo o lavor,

E para criar invenções, para trabalhar em ouro, e em prata, e em cobre,

E em lapidar de pedras para engastar, e em entalhar madeira, e para trabalhar em toda a obra esmerada.

Também lhe dispôs o coração para ensinar a outros; a ele e a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã.

Encheu-os de sabedoria do coração, para fazer toda a obra de mestre, até a mais engenhosa, e a do gravador, em azul, e em púrpura, em carmesim, e em linho fino, e do tecelão; fazendo toda a obra, e criando invenções. (Êxodo 35.30-35).

Na sua vaidade e soberba, o homem esquece que de Ti procede todo conhecimento, toda sabedoria. No entanto, determinastes que a ciência prosperaria e compartilhastes o fato com o teu sábio servo Daniel.

E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra e a ciência se multiplicará" (Dan.12:4).

A Deus, seja a glória a honra e o louvor pelos séculos, dos séculos. Amém!

Leia Mais




domingo, 7 de novembro de 2010

CELEBRANDO AS CONQUISTAS FEMININAS

É bom rever a história, assim celebraremos não somente a democracia no Brasil, mas também a nossa história como mulheres livres do domínio machista, da barriga ralando no fogão, no tanque, da égua procriadora subserviendo ao macho, ou seja, da “Amélia”, que só ganha poesia nos versos do grande Mario Lago.

Segundo reza a história foi em Mossoró, Rio Grande do Norte (Nordeste) em 1928, o governador Juvenal Lamartine ousou autorizar o voto da mulher em eleições, apesar de que não constava na Constituição Federal, tal proibição, no Brasil a mulher não gozava deste direito. No entanto, a primeira eleitora no país foi a potiguar Celina Guimarães Viana que invocou o artigo 17 da lei eleitoral do Rio Grande do Norte de 1926. No Rio Grande do Norte, poderão votar e ser votados, sem distinção de sexos, todos os cidadãos que reunirem as condições exigidas por lei”. Em 25 de novembro de 1927 ela deu entrada numa petição requerendo sua inclusão no rol de eleitores do município. O juiz Israel Ferreira Nunes deu parecer favorável e enviou telegrama ao presidente do Senado Federal, pedindo em nome da mulher brasileira, a aprovação do projeto que instituía o voto feminino, amparando seus direitos políticos reconhecidos na Constituição Federal”.

Cumpre citar igualmente o pioneirismo da estudante de direito mineira, Mietta Santiago (pseudônimo de Maria Ernestina Carneiro Santiago de Souza). Mineira educada na Europa, com 20 anos retornou do velho mundo e descobriu, em 1928, que o veto ao voto das mulheres contrariava o artigo 70 da Constituição Brasileira de 24 de fevereiro 1891, então em vigor. Com garantia de sentença judicial (fato inédito no país), proferida em Mandado de Segurança, conquistou o direito de votar. O que de fato fez, votando em si mesma para uma vaga de deputada federal. Acreditem, Mietta não foi eleita. Escritora, advogada e oradora competente, frequentava com desenvoltura o círculo de políticos, como também as rodas boêmias dos escritores mineiros, tais como Pedro Nava, Drummond, Abgar Renault e outros. Carlos Drummond de Andrade, impressionado com a conquista do voto feminino, dedicou a Mietta o poema "Mulher Eleitora":

Mietta Santiago loura poeta bacharel Conquista, por sentença de Juiz, direito de votar e ser votada para vereador, deputado, senador, e até Presidente da República, Mulher votando? Mulher, quem sabe, Chefe da Nação? O escândalo abafa a Mantiqueira, faz tremerem os trilhos da Central e acende no Bairro dos Funcionários, melhor: na cidade inteira funcionária, a suspeita de que Minas endoidece, já endoideceu: o mundo acaba

Carlos Drummond de Andrade

(Extraído da Wikipédia)

Portanto, a Dilma Rousseff tem o privilégio de, encontrando tombados os seculares carvalhos do preconceito machista, galgar o mais alto cargo da República, com o argumento de que, apesar de haver sido esta a sua primeira disputa por um cargo público e de tamanha magnitude, foi brilhantemente vitoriosa.

Não podemos atribuir ao presidente Lula a façanha da vitória, ele teve seu elevado peso, no entanto, não podemos subestimar a capacidade, inteligência e cultura da Dilma. Pessoas que a conheceram há muito fazem apologia a sua capacidade de organização e garra para conquistas.

A Dilma, sem dúvidas, foi alvo das mais cruéis calúnias, tanto através de internautas irresponsáveis, como do seu adversário; também de líderes religiosos inconseqüentes, e através de veículos midiáticos com interesses escusos. No entanto, com garra e destemor, ela ergueu a cabeça e continuou seu percurso nacional em busca de votos que garantissem sua escalada à rampa do Palácio do Planalto. Com a meta de fazer o Brasil continuar crescendo de cabeça erguida, sem intimidar-se diante das maiores potências mundiais.

Rogo a você meu querido leitor que não perca a oportunidade de ouvir novamente, se já o fez, a entrevista feita por William Bonner e Fátima Bernardes com a então candidata Dilma Rousseff no Jornal Nacional datado de .... e a entrevista agora, ela sendo Presidente. Tire suas conclusões...

Entrevista com Dilma em 09/08/2010, ainda candidata à Presidência.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1315694-7823-DILMA+ROUSSEFF+E+ENTREVISTADA+NO+JORNAL+NACIONAL,00.html

Entrevista com Dilma, em 01/11/2010, um dia depois de eleita Presidente da República Federativa do Brasil.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1367091-7823-JORNAL+NACIONAL+ENTREVISTA+A+PRESIDENTE+ELEITA+DILMA+ROUSSEFF,00.html

“Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos?” (Tiago 2.2-4).

Dilma, a apenas candidata indesejada, andrajosa, e agora a Dilma com os trajos luxuosos da Presidência... Por pouco não a tomaram nos braços para não deixá-la fazer o esforço de sentar-se sozinha.

Parabéns Dilma pela humildade e decência de não retribuir com a mesma moeda.

Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;

Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;

Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,

Leia Mais




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

TRANSPARÊNCIA TRAZ PAZ

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? “ (Jeremias 17.9)

Temos observado na Bíblia que Deus se refere a transparência como algo prioritário à vida cristã.

Não vamos nos referir a pecados que se exteriorizam, mas a sinceridade, a autenticidade a verdade no coração e do coração. Ou seja, sermos capazes de nos exergar, de identificar as nossas intenções indignas, de admitirmos os nossos erros, as nossas inconsequências, sem dissimulações, sem auto-condenação, sem cobranças. No entanto, temos consciência de que esta gama de atitudes negativas, habitando em nós, traz prejuízo não somente a nós mesmos, mas a todos quantos nos cercam. E por ser assim, não temos direito de nos acomodarmos a tais sentimentos, de cultivá-los dentro de nós, em detrimento principalmente do nosso próximo.

Vemos que Jesus condenava sempre o farisaísmo, tratava com dureza os fariseus hipócritas. Ele estava sempre evidenciando os desígnios do coração do homem. Sempre confrontando as pessoas a respeito dos julgamentos equivocados nos seus corações, da falsidade, da hipocrisia.

Temos uma lição extraordinária na história da mulher pecadora: quando o fariseu Simão viu Maria Madalena ungindo os pés de Jesus, beijando-os, e enxugando com os seus cabelos as lágrimas que ela deixava rolar sobre os seus pés, ele pensou no seu coração: “se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.” (Duplo julgamento).

Jesus não se enganava, Ele conhecia as pessoas carregadas de pecados, mas que no mais íntimo do seu coração desejavam a pureza da alma. Conhecia também aqueles que apenas exibiam uma capa de boa moral, e isto o indignava. Portanto, Ele fez questão de expor a grandeza do coração daquela mulher diante de todos com a seguinte parábola dirigida especificamente a Simão:

Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?

Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a que, mais perdoou. Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem.

“Abro um parêntese aqui para chamar a nossa atenção sobre o fato de que o hipócrita conhece muito bem o que é justo, mas escolhe o que lhe é mais conveniente. A resposta de Simão evidencia claramente isto.”

Seguindo:

E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. (Lucas 7. 44, 47).

Simão havia convidado Jesus a uma ceia na sua casa. Qual seria a motivação do coração daquele homem ao convidar o Mestre...? Segundo o costume, ele deveria ter recebido Jesus com todas as honras comuns a um convidado especial. No entanto, aquela pecadora, entre todos os convidados, que por certo a desprezaram, foi a única que atribuiu a Jesus a honra que lhe era devida, porque o seu coração era reto na sua busca por uma vida de integridade.

A condição única para sermos amoldados àquilo que realmente deseja o nosso coração, a termos uma escala de valores que nos enobrece o espírito, é nos desnudarmos completamente, tirar peça por peça, por mais acabrunhante que nos seja.

Somos tão soberbos que custa nos deixar a nós mesmos ver a nossa própria nudez. Tentamos desesperadamente justificar para nós mesmos as nossas mazelas, culpar alguém por elas; nos descabelamos por nos enganar, mentir para nós, atribuir nossos desatinos aos sofrimentos que a vida nos impingiu. Este objetivo foi cômico no jardim do Éden: foi a mulher que VOCÊ me deu; foi a serpente...

Lembro-me de um homem que era cruel com a sua esposa. Enquanto eu o confrontava sobre os maus tratos que ele lhe forçava a suportar, ele me gritou: você sabe o que eu passei na vida? Sabe o que sofri?

No mesmo tom de voz dele eu lhe fiz a mesma pergunta sobre mim.

Ele calou.

Eu lhe disse: é uma escolha. Você repete com sua esposa o que fizeram com você se você assim o desejar. Se não foi bom para você, por que repetir com ela?

Não há psiquiatra, não há psicólogo, não há conselheiro espiritual que possa ajudar alguém a encontrar um caminho de paz interior, de equilíbrio, sem ter que trabalhar em cima da nudez de quem se propõe a ser ajudado. O próprio Deus, que sonda os corações, que conhece o mais emaranhado do nosso ser se nega a fazer este trabalho sozinho. Ele não aceita agir em nós se de todo coração não concordarmos nisto.

“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29.13).

“Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem.” (Provérbios 27.19).

Se não formos leais, após desfiarmos nosso rosário de dores provocadas por tantas fontes impiedosas contra nós ou criadas por nós mesmos, salvo se o conselheiro conseguir discernir a verdade, receberemos apenas a piedade do nosso conselheiro, que se empenhará em nos orientar, baseado nas nossas falácias. Prosseguiremos então, com nosso ego massageado, fortalecido para continuarmos a farsa, e em conseqüência seguiremos a mesma vida “não própria para um ser humano.”

A escolha é nossa...

Leia Mais




segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A PALAVRA DOS POLÍTICOS

O mesmo desabafo ecoa dos quatros cantos da terra. No blog http://filhosdeumdeusmenor.blogspot.com/search?q=as+palavras+de+um+pol%C3%ADtico do nosso lusitano Paulo Sempre, me percebi, reconheci muitos dos nossos leitores. Portanto transcrevo aqui o que o nosso amigo soube traduzir com poesia, amenizando assim a nossa dor. Obrigada Paulo por ser tão sensível e por me deixar trazê-lo para nosso blog.

No "orvalho" das palavras dos políticos – em discursos de ocasião de vésperas de eleições - há «arco-íris» travestidos. Por vezes sinto-os como "uivos" de lobos a tocar presságios antigos, outras vezes como enternecedores apelos, chamamentos, sinais...como se eu ainda tivesse todas as fragilidades da incerteza e/ou o deslumbramento da novidade.... O "eco" dos "gritos" da liberdade ancorados no meu peito, continuam a traduzir todo o caos de um passado pejado de ausências, expectativas, promessas e silêncios redondos, que, paulatinamente, desmoronaram os valores mais sofridos da minha Pátria amada mais que quantas. Cresci a crédito, algures em terras Lusas e embarquei em frases do tipo daquelas que os meus pais embarcaram: «sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em pouco tempo (Oliveira Salazar)”. Entre sonhos e realidades - que entretanto me forjaram o carácter e me algemaram em "abrigos" de "betão armado" - . “Dei” aos políticos todo o tempo do mundo mas, infelizmente, nunca tive a certeza do "azimute" das suas verdadeiras intenções. Quando tentei entender os discursos de ocasião – vindos de púlpitos ornamentados com símbolos da Pátria - Confundi-me vezes sem conta com a linguagem politicamente correcta(?) que ecoavam no meu espírito humilde e devoto. Andei, mas em vão, "perdido" e sem "norte" numa desalmada procura de respostas daqueles que anunciavam o " bem-estar" mas acabei por me perder entre labirintos cruéis e quotidianos sedentos de sonhos e devaneios. Ainda assim, salvaram-se a firmeza das minhas próprias ideias e um “olhar” desinteressado para a “obra” dos políticos. Tal “salvamento” catapultou-me para fora do pântano do «simplex» das ilusões. Mas… um certo meu "medo" ainda paira no horizonte; pois não expurguei todos os "fantasmas" dos bairros pobres onde, cabisbaixo, calcorreei ao encontro do "arco-íris". Afinal…, quando esperava encontrar analogias de mim e “gaivotas em festa”, encontrei gente depravada, sociedades secretas, tráfico de influências e, sobretudo, muita desumanidade. Não é difícil inventar o progresso... fundado em verdades de "plástico" pelo contrário, o que é difícil é as pessoas conservarem-se dignas de confiança e estima por força da sua autenticidade, serem o rochedo batido por todas as tempestades, mas que, ainda assim, ficam de pé e que nenhum furacão pode abalar. Hoje, mesmo sabendo que o egoísmo tudo submergiu, ainda espero encontrar um político isento de subterfúgios ou palavreados desembrenhados de dogmas - como fonte épica de poesia - para merecer, de facto, a minha confiança e estima. Paulo

Leia Mais




domingo, 10 de outubro de 2010

DEUS CRIOU O MAL E O BEM

Fica a pergunta: O diabo criou alguma coisa?

“Eu formo a luz e crio as trevas, promovo a paz e crio a desgraça; Eu, o senhor faz todas estas coisas.” Isaias 45.7.

DEUS CRIOU LÚCIFER

É curioso que antes de se tornar satã, o diabo era chamado de lúcifer, sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura, tinha o entendimento sobre o bem e o mal e o direito de escolher o seu próprio caminho. Concluímos que Deus não criou seres manipuláveis ao seu bel prazer, mas ditou regras para os que escolhessem viver no seu país celestial, o que é natural e justo, que toda comunidade tenha sua disciplina.

Admiro-me quando escritores decidem afirmar que Deus não criou o mal e que as enfermidades pertencem ao diabo e que, assim sendo, todos os enfermos da terra foram feridos por satanás.

Vejamos o que afirma o escritor T. L. Osborn em seu livrete: “Fatos Sobre A Cura Divina”, embora deseje com todo coração que ele vivencie o que diz crer e que nunca venha buscar médicos ou fazer operações as ocultas, como já fizeram outros por vergonha, orgulho ou que sei eu... O Sr. Osborn me pareceu sincero na sua crença.
Para não sermos prolixos, citaremos apenas alguns textos do livrete.
“Jesus disse em Lucas 9.56: O filho do homem não veio para destruir almas [vidas] dos homens, mas para salvá-las. A doença destrói; portanto, ela não é de Deus...”
No texto ao qual o autor se refere, a resposta de Jesus aos discípulos foi exatamente porque eles se ofereceram para fazer descer fogo do céu e consumir os samaritanos que se negaram a recebê-los. Não se aplica, portanto, à saúde física, e sim contra a violência. Nem sempre a doença mata.
“Jesus disse em João 10.10: O ladrão {falando de satanás} não vem senão a roubar, matar e a destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
Satanás é um assassino; suas doenças destroem vidas. Suas doenças são os ladrões de felicidade, saúde, dinheiro, tempo e esforços. Cristo veio para dar-nos vida abundante em nossa alma e em nosso corpo.”
Precisamos entender que uma vida abundante não é posse de quem tem saúde e dinheiro, mas sim daqueles que vivenciam o caminhar de Cristo. Encontramos Pedro cheio do Espírito Santo, dizendo ao coxo que assentava-se na porta formosa: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos. 3.6). Com esta referência não quero dizer que uma vida abundante necessariamente cura enfermos; João Batista não fez milagre algum, mas não houve profeta maior que ele, segundo testemunhou Jesus a respeito dele. (Mateus 11. 11).
João profetizando ao anjo da igreja em Esmirna diz: “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico)[...]. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2.9a-10).
A doença, portanto, é de satanás. A saúde, consequentemente, é de Deus. (Osborn)
CAUSAS DE DOENÇAS:
Entendo que, assim como não podemos desafiar as leis da gravidade, como nem mesmo o próprio Jesus desafiou quando o diabo, citando astutamente a palavra, pede-lhe que se atire do pináculo do templo (Mateus 4.6). Não devemos desrespeitar os limites do nosso organismo com coisas como a gula, alimentações prejudiciais, excesso de trabalho, ansiedade, ódio, falta de perdão, negligenciando o sono, em fim, com quaisquer coisas que tragam prejuízo ao nosso corpo e mente, ou seremos nós os maiores inimigos de nós mesmos, não os demônios.
“Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.” (Salmo 139.5).
Diz Osborn:
“Em 2 Crônicas 16, relata-se como Asa morreu de sua enfermidade, porque não buscou ao Senhor, mas, antes, aos médicos; enquanto em Isaias 38, Ezequias viveu porque buscou não aos médicos, mas ao Senhor.”
No entanto, uma análise rápida da história de Asa nos mostra que a enfermidade dele fugia à capacidade da medicina: “[...] a sua doença era em extremo grave” (2ª Crônicas 16:12aª. Ele carecia de um milagre, como no caso da mulher do fluxo de sangue, que havia gastado todo o seu dinheiro com médicos, mas sem proveito, antes, indo a pior. Não podemos afirmar, no entanto, que se Asa houvesse clamado a Deus, como o fez Ezequias, teria sido curado ou se isto é uma mera conclusão do escritor do Livro das Crônicas, já em que, em 1º Reis 15:23 e 24, é dito que Asa morreu por padecer de doença nos pés, já na sua velhice. O profeta Elizeu também foi acometido por uma enfermidade fatal (2º Reis 13:14). No caso de Ezequias, não foi diferente. Ele adoeceu mortalmente e o profeta Isaias o avisou que sua enfermidade era fatal. Assim como a mulher do fluxo de sangue buscou um milagre em Jesus, ele também buscou em Deus, e ainda ousou rezar seu rosário de boas obras dizendo: “Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo”. Aprouve então a Deus acrescentar a ele mais quinze anos de vida. (2 Reis 20: 1-7).
Apesar de o escritor Osborn ensinar que não são aos médicos a quem devemos recorrer, porque, como sabemos, eles nos prescrevem remédios, encontramos que Deus receitou para o rei Ezequias um tratamento com produto natural: Tome-se uma pasta de figos e ponha-se como emplasto sobre a úlcera; e ele recuperará a saúde.” (2 Reis 20.7). Em nenhuma parte da história foi atribuída ao diabo a enfermidade de Ezequias.
O apóstolo Paulo diz: E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15.54-55).
Enquanto estivermos neste mundo poluído, cheio de agrotóxico, violência, muito trabalho e tantas mazelas, nosso corpo estará fadado a contrair as mesmas enfermidades que qualquer mortal. Como diz Salomão: Tudo sucede igualmente a todos:
“O mesmo sucede ao justo e ao perverso; ao bom, ao puro e ao impuro;” (Eclesiastes 9. 2).
Aqui o escritor parece menos radical:
“Se a enfermidade fosse a vontade de Deus, então cada médico seria um transgressor da lei, cada enfermeira profissional seria uma desafiadora do Todo-Poderoso, e cada hospital seria uma casa de rebelião em vez de ser uma casa de misericórdia!”

Dou graças a Deus pelos médicos e enfermeiras que por vezes atenderam a mim e a tantos outros amigos com amor e dedicação.
O apóstolo Paulo conta para os gálatas que pregou o evangelho a eles, pela primeira vez, por causa de uma enfermidade física. A doença parecia asquerosa, uma vez que ele diz:Minha enfermidade na carne foi uma tentação, contudo não me revelaste desprezo nem desgosto; antes me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus.” (Gálatas 4. 13,14).
Apesar de haver exercido o dom de cura e até ressuscitado morto, Paulo receitou a Timóteo um pouco de vinho, por causa do seu estômago e das suas freqüentes enfermidades. (1 Timóteo 5.23). Por que será que Deus não curou Timóteo? Segundo consta na Bíblia, era um moço irrepreensível...
Cita Osborn:
Em 1 Coríntios 6. 20. Paulo diz: Fostes comprados por bom preço, glorificai, pois, Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
No versículo citado acima, o apóstolo Paulo estava aconselhando contra a prostituição, a impureza, lembrando que nosso corpo é o templo do Espírito Santo e que, portanto, devemos mantê-lo puro.
Osborn apela:
“Não glorificamos Deus em nosso espírito permanecendo em pecado, tampouco O glorificamos em nosso corpo permanecendo doentes.”
SANTOS ENFERMOS:
Por que será, então, que o grande profeta Elizeu permaneceu doente até a morte? É interessante como cita o escritor: “Estando Elizeu padecendo da enfermidade de que havia de morrer, Jeóas, rei de Israel, desceu a visitá-lo, chorou sobre ele e disse: Meu Pai, meu pai! Carros de Israel e seus cavaleiros!” (2 Reis 13.14). O mais incrível é o que sucedeu depois de Elizeu já descarnado pelos vermes, quando já era apenas uma “caveira”, segundo conta o historiador: “Enquanto alguns enterravam um homem, eis que viram um bando; então, lançaram o homem na sepultura de Elizeu; e, logo que o cadáver tocou os ossos de Elizeu, reviveu o homem e se levantou sobre os seus pés.” (2 Reis 13.21). Um santo assim, morrer enfermo? O que alegaria o Osborn?
Osborn diz: João 11.4 é usado para provar que a enfermidade glorifica Deus; mas Ele não foi glorificado enquanto Lázaro não foi ressuscitado da morte. O resultado, então, foi: Muitos dos judeus [...] creram nele (v. 45).
O escritor Osborn esquece que se Lázaro não houvesse ficado doente e morrido, Deus não teria sido glorificado tão grandiosamente.
Osborn pergunta e afirma:
Se a cura não é para todos, por que Jesus levou nossas doenças, dores e enfermidades? Se Deus queria que alguns de Seus filhos sofressem, Jesus nos livrou de levar algo que Deus queria que levássemos. Mas, uma vez que Jesus veio fazer a vontade do Pai e levou nossas enfermidades, deve ser a vontade de Deus que todos nós sejamos saudáveis.
Creio piamente nisto, que a vontade de Deus é que todos fossemos saudáveis. No entanto, apesar de Jesus haver carregado também os nossos pecados, nós insistimos em pecar e sofremos a conseqüência dos nossos próprios atos: “É bom e aceitável diante de Deus, nosso salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 1. 3-4)
Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmo nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (1João 1.8-9).
Osborn diz:
Em números 21.8, Deus sarou aqueles que foram picados pelas serpentes ardentes quando olhavam para uma serpente de bronze pendurada em uma estaca – uma tipificação do Calvário (Jo 3.14,15). Se todo aquele que olhava para a serpente de bronze era curado, é lógico que todo aquele que olha para Jesus pode ser curado hoje.
Jesus disse: Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim [com o mesmo propósito] importa que o Filho do Homem seja levantado (Jo. 3.140. Leia números 21.4-9.
Naquela ocasião, as pessoas haviam pecado contra Deus. A humanidade peca contra o senhor hoje.
Sim o povo de Israel havia murmurado contra Moisés e contra Deus, contra o alimento e a falta d’água. Um povo que tinha conhecimento de Deus e estava sendo tratado de uma maneira muito especial por Ele; que havia contemplado sinais e maravilhas extraordinárias, foi ferido em conseqüência da sua rebeldia, segundo eles mesmos reconheceram. (Números 21.7). No entanto, quando João aponta para o Filho do homem sendo levantado do mesmo modo como foi a serpente no deserto, para que todo o que nEle crê tenha a vida eterna (João 3.14-15), ele está se referindo explicitamente à remissão de pecadores que nunca tiveram seus pecados perdoados.
Ou seria certo entender que toda enfermidade resulta de pecado do homem, o que contrariaria o que diz Tiago: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, SE (prestemos atenção à partícula SE), houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (Tiago 5.14-15)?
Osborn interpreta:
Paulo diz que Deus nos tem preparado para toda boa obra (2Tm 2.21b), perfeitamente instruído para toda boa obra (2 Tm 3.17b), para que abundemos em toda boa obra (2 Co 9.8). Uma pessoa doente não está à altura dessas instruções bíblicas. Tais condições seriam impossíveis, se a cura não fosse para todos. Ou a cura não é para todos, ou esses versículos não se aplicam a todos.
Eu creio que o escrito entendeu que Paulo falava de diversidade de obra e daquele tipo versátil e ativista, que não encontra tempo para ficar nem consigo mesmo, muito menos a sós com Deus.
Conheci um ex-travesti que contraiu AIDS e foi internado em um grande hospital em São Paulo. Após o diagnóstico do médico de que seu caso era fatal, ele não se deixou abater, antes, levava consolo através da palavra de Deus e da sua alegria para todos quantos estavam no mesmo vale de sombra de morte que ele, a ponto de chegar ao conhecimento do diretor do hospital, que fez questão de conhecer quem era aquele paciente que estava levando tanto refrigério para os que esperavam apenas o dia da sua morte. E assim morreu o nosso amigo Antônio, fazendo uma grande e boa obra a favor das vítimas da AIDS.
Poderemos encontrar em todos os lugares, pessoas que, apesar das suas muitas enfermidades como as que tinha nosso querido Timóteo, estão habilitadas para toda boa obra. Sabemos que até mesmo mutilados de braços e pernas, muitos estão prestando serviços admiráveis a comunidades com mais desempenho que muitos perfeitos e robustos.
Osborn diz:
As escrituras são citadas: Muitas são as aflições do justo (Sl 34.19), mas isso não quer dizer doença como alguns querem que acreditemos. Esse texto trata de tribulações, provações, perseguições, tentações etc., mas nunca de doenças ou enfermidades físicas.
Seria uma contradição dizer: “Cristo levou nossas enfermidades e com Suas pisaduras fomos sarados”, mas depois acrescentar: “Muitas são as enfermidades do justo, as quais Deus deseja que ele suporte”.
Bem, o salmo citado não especifica quais são as tribulações dos justos, antes generaliza: “Muitas”. No caso, também teríamos que negar que nós ainda pecamos tanto, porque Jesus levou nossos pecados, mas nossas transgressões são tão claras como a luz do dia. Em nossas comunidades evangélicas, mesmo entre os que professam o novo nascimento e na verdade nasceram de novo, mas ainda estão sendo terminados, existem mentiras, invejas, maledicências, ciúmes, intrigas, luta por poder, cobiça e tantas outras mazelas que muitos de nós estão longe de se parecer com Jesus. Ai de nós se as misericórdias do Senhor não se renovassem sobre nós a cada manhã (Lamentações 3.22-23). Quanto às enfermidades, já falamos acima, no parágrafo: CAUSAS DE DOENÇAS.
Osborn diz:
Outra tradição: Deus castiga Seus filhos com doenças. Citam-se os versículos de Hebreus 12.6-8: O Senhor corrige o que ama [...]. É verdade. Deus corrige aqueles que ama, mas não diz que Ele os faz adoecer. O verbo corrigir, nesse caso, significa instruir, treinar, disciplinar, ensinar ou educar, assim como um professor instrui seu aluno, ou como um pai treina seu filho e ensina-lhe algo.
Aqui o Osborn faz um grande esforço para provar que Deus não castiga com doenças. Não obstante, no início do seu livrete ele diz: “Naquela ocasião [em que foram picadas por serpentes abrasadoras (grifo meu)] as pessoas haviam pecado contra Deus. A humanidade peca contra o Senhor hoje.”
A picada da serpente venenosa resultou em morte naquela ocasião. O salário do pecado é a morte hoje (Rm 6.23).
Não entendi o porquê do hoje, se no passado resultou também em morte...
Ele prossegue:
O povo clamou a Deus, Ele ouviu seu clamor e proveu um remédio – a serpente levantada. Aqueles que clamam a Deus hoje descobrem que o Senhor tem ouvido seu clamor e tem-lhes provido um remédio – Cristo levantado.
Ele deixou claro que as serpentes venenosas morderam o povo como conseqüência dos seus pecados, para já nas últimas páginas negar que Deus castiga com enfermidades, negando assim, não só as suas próprias palavras, como também a Bíblia. Vejamos:
“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, como do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos DISCIPLINADOS PELO SENHOR, para não sermos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11.26-32)
Na carta ao anjo da igreja em Tiatira, referindo-se a Jezabel, instrutora de pecado, o profeta transmite a seguinte profecia: “Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que Eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.” (Apocalipse 2. 21-23).
Concluímos que existem enfermidades consequentes das nossas transgressões, enfermidades provocadas por nossas negligências aos limites do nosso organismo, enfermidades contraídas naturalmente neste mundo tão poluído e enfermidades comuns, a natural degeneração do nosso corpo mortal.
No entanto, temos uma maravilhosa promessa e estou certa que, como eu, muitos já provaram da veracidade dela:
“O senhor assiste no leito da enfermidade; na doença, Tu lhe afofas a cama. (Salmo 41.3).
O mundo precisa ver como se porta no leito da enfermidade uma pessoa que confia em Deus. Ainda que esta pessoa esteja com um câncer da pior espécie, AIDS, lepra ou toda quebrada após um acidente catastrófico, será a oportunidade exata de provar realmente aquilo que ele prega: Confiança! Não é assim que muitos de nós cantamos:
“Eu te louvo de coração, eu te louvo com minha voz
E se me faltar minha voz, eu te louvo com minhas mãos,
E se me faltar minhas mãos, eu te louvo com meus pés
E se me faltar meus pés, eu te louvo com minha’alma
E se me faltar minha’alma é que já me fui com Ele?

Osborn diz:

Para chegarmos à plenitude de nossa idade e para que Deus tire o nosso fôlego, não é necessário a ajuda de um câncer ou de qualquer outra doença. A vontade de Deus para a morte de Seus filhos é que, depois de terem vivido uma vida frutífera e cumprido o número de seus dias, simplesmente parem de respirar e durmam em cristo, para acordarem do outro lado e viverem com Ele para sempre. Assim estaremos sempre com o Senhor. (1 Ts. 4.17c). De fato, essa é a bendita esperança dos justos.
Mirabolante nosso escritor. O que pensaria ele daqueles cristãos que foram decapitados, queimados em fogueiras clericais, servido de alimento para animais ferozes entre as gargalhadas, palmas e assovios dos reis e povos perversos e intolerantes? Que diria dos nossos patriarcas que ficaram cegos na velhice?
Salomão disse: Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer...
... E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. (Eclesiastes 12. 1,7).
Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade. (Eclesiastes 6.15)
Céu? Só após a morte, se nos assemelharmos realmente ao Filho do Deus Eterno, nesta vida.
Leia Mais




quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CONFISSÕES DE UMA PASTORA (EX NEOPENTECOSTAL) PARTE III

Convidamos você meu querido leitor a ler esta postagem extraída do blog http://arazaodaesperanca.blogspot.com/, sem reservas, com sabedoria, analisando as verdades inteligentes e cristãs citadas nesta confissão.
Creio, ser muito importante para o amado leitor ler no blog citado, as outras partes desta confissão. Não podemos esquecer a proposta da palavra de Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." (Romanos 12.1) O que faz uma pessoa praticar certas atrocidades, exalando total falta de amor e se utilizando de uma manipulação rasteira para obter migalhas? Para mim esta resposta veio nesta última década. A força motriz é uma fé equivocada em portadores de um perfil psicológico Paulino. Ninguém parava Paulo, nem ele mesmo com suas idiossincrasias e complexidades foi capaz de se boicotar. Já disse que meu relato não pretende fazer denuncismo, não vou dar nome aos bois, isso não traria alivio tão pouco contribuiria com o lado de lá. A proposta é desenrolar o novelo do meu envolvimento. O porque, o como e o para quê, da minha alma, isto basta. Estive envolvida em um ativismo frenético que começou com intenção de fazer a tal "obra" e terminou com o total afastamento do que seria fazer realmente a Obra do Senhor. Se você andou por estes atalhos mal feitos sabe sobre o que estou falando. O discipulado gira em torno do quanto você se dedica a igreja-clube, o quanto se é fiel a visão, o quanto você é obediente aos mandos e desmandos da deusa mãe. No meu caso existiu a figura poderosa de uma profetisa que revela seu RG e CPF sem pestanejar, nada de frutos, o impressionante eram os "dons", casada com um líder desprovido de auto-estima marionetado conforme as pulsões da esposa, um pobre títere devoto. O que me manteve lá por 4 anos foi a proposta de uma igreja-clube aberta ao diferente, sem usos e costumes imbecis, organizada por uma liderança jovem e aparentemente bem intencionada. Quando comecei galgar os degraus de poder, a viagem às entranhas foi inevitável e comecei ver, ouvir e participar de tudo aquilo que hoje normalmente podemos chamar de formação de quadrilha. Pesado? Entendo que não, pois como disse no inicio do texto, tudo é feito na base da fé, acreditasse no deus mesquinho pagão que recebe crianças como sacrifico tal como moloque, acreditasse que uns são mais queridinhos que outros, acreditasse que com a barganha os céus estarão abertos 24hs. Ora, pelo menos 4 ou 5 precisam fazer a manutenção desta pregação para torná-la acachapante. Moloque moleque é o deus de alguns neopentecostais. Recebe tudo que é puro, queima, consome mas mantém as bênçãos e céus abertos para os queridinhos. O último golpe que fez renascer minha consciência, foi quando na porta da igreja uma moça recém saída da ala psiquiátrica, que estivera internada por 20 dias, levou seu dízimo entregou para a pastora shamã e este foi muito bem recebido. Sim, o dinheiro foi bem recebido, ela ficou naquela distância segura que os poderosos estabelecem entre eles e menos amados por seu deus. Quem e em qual estado de deformidade aceita dinheiro de alguém em tratamento psiquiátrico, que não tem condições de comprar os remédios caríssimos? Conhece alguém? Eu conheci. Naquele dia começou minha jornada para dentro, chorei feito criança, soluçava tanto que mal ouvia meus pensamentos. De duas uma: ou eu era igualzinha ou estava me tornando um deles. Porque não improvisei um chicote de cordas e sai dando na cara de todos, da portaria ao sagrado púlpito-oráculo? Simplesmente porque Jesus estava longe de minhas ações. Daquele momento em diante nada fazia sentido, fui levada ao exílio dentro dos Evangelhos como se fossem minha caverna particular, lá me refugiei. Só conseguia pregar sobre a Graça e me tornei uma estranha no ninho. Sentia um orgulho santo de nunca ter ensinado sobre dízimos usando como texto base Malaquias 3:10 (um aberração teológica!) mas por outro lado era incapaz de reagir quebrando tudo. Eu precisava de libertação. Tal como o gadareno eu fui visitada no cemitério pútrido no qual residia minha espiritualidade. Tudo corria muito bem em Gadara, cidade que administrava seus negócios e cunhava suas próprias moedas, mas o gadareno sem nome foi a voz do desespero, da revolta e da insurgência ainda que louca. No exilo encontrei a resposta. O Jesus que me visitava e que estava nos evangelhos não era convidado a entrar naquele "santo lugar", que até então eu chamava de minha igreja. Não fiz a opção, a Opção me fez, sai correndo sem olhar pra trás, fui liberta da amarras que eu mesma construi e que só Ele poderia destruir.
Leia Mais




Retornar para o topo da Página
Powered By Blogger | Design by Genesis Awesome | Blogger Template by Lord HTML