quinta-feira, 28 de outubro de 2010

TRANSPARÊNCIA TRAZ PAZ

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? “ (Jeremias 17.9)

Temos observado na Bíblia que Deus se refere a transparência como algo prioritário à vida cristã.

Não vamos nos referir a pecados que se exteriorizam, mas a sinceridade, a autenticidade a verdade no coração e do coração. Ou seja, sermos capazes de nos exergar, de identificar as nossas intenções indignas, de admitirmos os nossos erros, as nossas inconsequências, sem dissimulações, sem auto-condenação, sem cobranças. No entanto, temos consciência de que esta gama de atitudes negativas, habitando em nós, traz prejuízo não somente a nós mesmos, mas a todos quantos nos cercam. E por ser assim, não temos direito de nos acomodarmos a tais sentimentos, de cultivá-los dentro de nós, em detrimento principalmente do nosso próximo.

Vemos que Jesus condenava sempre o farisaísmo, tratava com dureza os fariseus hipócritas. Ele estava sempre evidenciando os desígnios do coração do homem. Sempre confrontando as pessoas a respeito dos julgamentos equivocados nos seus corações, da falsidade, da hipocrisia.

Temos uma lição extraordinária na história da mulher pecadora: quando o fariseu Simão viu Maria Madalena ungindo os pés de Jesus, beijando-os, e enxugando com os seus cabelos as lágrimas que ela deixava rolar sobre os seus pés, ele pensou no seu coração: “se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.” (Duplo julgamento).

Jesus não se enganava, Ele conhecia as pessoas carregadas de pecados, mas que no mais íntimo do seu coração desejavam a pureza da alma. Conhecia também aqueles que apenas exibiam uma capa de boa moral, e isto o indignava. Portanto, Ele fez questão de expor a grandeza do coração daquela mulher diante de todos com a seguinte parábola dirigida especificamente a Simão:

Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?

Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a que, mais perdoou. Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem.

“Abro um parêntese aqui para chamar a nossa atenção sobre o fato de que o hipócrita conhece muito bem o que é justo, mas escolhe o que lhe é mais conveniente. A resposta de Simão evidencia claramente isto.”

Seguindo:

E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. (Lucas 7. 44, 47).

Simão havia convidado Jesus a uma ceia na sua casa. Qual seria a motivação do coração daquele homem ao convidar o Mestre...? Segundo o costume, ele deveria ter recebido Jesus com todas as honras comuns a um convidado especial. No entanto, aquela pecadora, entre todos os convidados, que por certo a desprezaram, foi a única que atribuiu a Jesus a honra que lhe era devida, porque o seu coração era reto na sua busca por uma vida de integridade.

A condição única para sermos amoldados àquilo que realmente deseja o nosso coração, a termos uma escala de valores que nos enobrece o espírito, é nos desnudarmos completamente, tirar peça por peça, por mais acabrunhante que nos seja.

Somos tão soberbos que custa nos deixar a nós mesmos ver a nossa própria nudez. Tentamos desesperadamente justificar para nós mesmos as nossas mazelas, culpar alguém por elas; nos descabelamos por nos enganar, mentir para nós, atribuir nossos desatinos aos sofrimentos que a vida nos impingiu. Este objetivo foi cômico no jardim do Éden: foi a mulher que VOCÊ me deu; foi a serpente...

Lembro-me de um homem que era cruel com a sua esposa. Enquanto eu o confrontava sobre os maus tratos que ele lhe forçava a suportar, ele me gritou: você sabe o que eu passei na vida? Sabe o que sofri?

No mesmo tom de voz dele eu lhe fiz a mesma pergunta sobre mim.

Ele calou.

Eu lhe disse: é uma escolha. Você repete com sua esposa o que fizeram com você se você assim o desejar. Se não foi bom para você, por que repetir com ela?

Não há psiquiatra, não há psicólogo, não há conselheiro espiritual que possa ajudar alguém a encontrar um caminho de paz interior, de equilíbrio, sem ter que trabalhar em cima da nudez de quem se propõe a ser ajudado. O próprio Deus, que sonda os corações, que conhece o mais emaranhado do nosso ser se nega a fazer este trabalho sozinho. Ele não aceita agir em nós se de todo coração não concordarmos nisto.

“Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29.13).

“Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem.” (Provérbios 27.19).

Se não formos leais, após desfiarmos nosso rosário de dores provocadas por tantas fontes impiedosas contra nós ou criadas por nós mesmos, salvo se o conselheiro conseguir discernir a verdade, receberemos apenas a piedade do nosso conselheiro, que se empenhará em nos orientar, baseado nas nossas falácias. Prosseguiremos então, com nosso ego massageado, fortalecido para continuarmos a farsa, e em conseqüência seguiremos a mesma vida “não própria para um ser humano.”

A escolha é nossa...

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A PALAVRA DOS POLÍTICOS

O mesmo desabafo ecoa dos quatros cantos da terra. No blog http://filhosdeumdeusmenor.blogspot.com/search?q=as+palavras+de+um+pol%C3%ADtico do nosso lusitano Paulo Sempre, me percebi, reconheci muitos dos nossos leitores. Portanto transcrevo aqui o que o nosso amigo soube traduzir com poesia, amenizando assim a nossa dor. Obrigada Paulo por ser tão sensível e por me deixar trazê-lo para nosso blog.

No "orvalho" das palavras dos políticos – em discursos de ocasião de vésperas de eleições - há «arco-íris» travestidos. Por vezes sinto-os como "uivos" de lobos a tocar presságios antigos, outras vezes como enternecedores apelos, chamamentos, sinais...como se eu ainda tivesse todas as fragilidades da incerteza e/ou o deslumbramento da novidade.... O "eco" dos "gritos" da liberdade ancorados no meu peito, continuam a traduzir todo o caos de um passado pejado de ausências, expectativas, promessas e silêncios redondos, que, paulatinamente, desmoronaram os valores mais sofridos da minha Pátria amada mais que quantas. Cresci a crédito, algures em terras Lusas e embarquei em frases do tipo daquelas que os meus pais embarcaram: «sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em pouco tempo (Oliveira Salazar)”. Entre sonhos e realidades - que entretanto me forjaram o carácter e me algemaram em "abrigos" de "betão armado" - . “Dei” aos políticos todo o tempo do mundo mas, infelizmente, nunca tive a certeza do "azimute" das suas verdadeiras intenções. Quando tentei entender os discursos de ocasião – vindos de púlpitos ornamentados com símbolos da Pátria - Confundi-me vezes sem conta com a linguagem politicamente correcta(?) que ecoavam no meu espírito humilde e devoto. Andei, mas em vão, "perdido" e sem "norte" numa desalmada procura de respostas daqueles que anunciavam o " bem-estar" mas acabei por me perder entre labirintos cruéis e quotidianos sedentos de sonhos e devaneios. Ainda assim, salvaram-se a firmeza das minhas próprias ideias e um “olhar” desinteressado para a “obra” dos políticos. Tal “salvamento” catapultou-me para fora do pântano do «simplex» das ilusões. Mas… um certo meu "medo" ainda paira no horizonte; pois não expurguei todos os "fantasmas" dos bairros pobres onde, cabisbaixo, calcorreei ao encontro do "arco-íris". Afinal…, quando esperava encontrar analogias de mim e “gaivotas em festa”, encontrei gente depravada, sociedades secretas, tráfico de influências e, sobretudo, muita desumanidade. Não é difícil inventar o progresso... fundado em verdades de "plástico" pelo contrário, o que é difícil é as pessoas conservarem-se dignas de confiança e estima por força da sua autenticidade, serem o rochedo batido por todas as tempestades, mas que, ainda assim, ficam de pé e que nenhum furacão pode abalar. Hoje, mesmo sabendo que o egoísmo tudo submergiu, ainda espero encontrar um político isento de subterfúgios ou palavreados desembrenhados de dogmas - como fonte épica de poesia - para merecer, de facto, a minha confiança e estima. Paulo

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domingo, 10 de outubro de 2010

DEUS CRIOU O MAL E O BEM

Fica a pergunta: O diabo criou alguma coisa?

“Eu formo a luz e crio as trevas, promovo a paz e crio a desgraça; Eu, o senhor faz todas estas coisas.” Isaias 45.7.

DEUS CRIOU LÚCIFER

É curioso que antes de se tornar satã, o diabo era chamado de lúcifer, sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura, tinha o entendimento sobre o bem e o mal e o direito de escolher o seu próprio caminho. Concluímos que Deus não criou seres manipuláveis ao seu bel prazer, mas ditou regras para os que escolhessem viver no seu país celestial, o que é natural e justo, que toda comunidade tenha sua disciplina.

Admiro-me quando escritores decidem afirmar que Deus não criou o mal e que as enfermidades pertencem ao diabo e que, assim sendo, todos os enfermos da terra foram feridos por satanás.

Vejamos o que afirma o escritor T. L. Osborn em seu livrete: “Fatos Sobre A Cura Divina”, embora deseje com todo coração que ele vivencie o que diz crer e que nunca venha buscar médicos ou fazer operações as ocultas, como já fizeram outros por vergonha, orgulho ou que sei eu... O Sr. Osborn me pareceu sincero na sua crença.
Para não sermos prolixos, citaremos apenas alguns textos do livrete.
“Jesus disse em Lucas 9.56: O filho do homem não veio para destruir almas [vidas] dos homens, mas para salvá-las. A doença destrói; portanto, ela não é de Deus...”
No texto ao qual o autor se refere, a resposta de Jesus aos discípulos foi exatamente porque eles se ofereceram para fazer descer fogo do céu e consumir os samaritanos que se negaram a recebê-los. Não se aplica, portanto, à saúde física, e sim contra a violência. Nem sempre a doença mata.
“Jesus disse em João 10.10: O ladrão {falando de satanás} não vem senão a roubar, matar e a destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
Satanás é um assassino; suas doenças destroem vidas. Suas doenças são os ladrões de felicidade, saúde, dinheiro, tempo e esforços. Cristo veio para dar-nos vida abundante em nossa alma e em nosso corpo.”
Precisamos entender que uma vida abundante não é posse de quem tem saúde e dinheiro, mas sim daqueles que vivenciam o caminhar de Cristo. Encontramos Pedro cheio do Espírito Santo, dizendo ao coxo que assentava-se na porta formosa: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos. 3.6). Com esta referência não quero dizer que uma vida abundante necessariamente cura enfermos; João Batista não fez milagre algum, mas não houve profeta maior que ele, segundo testemunhou Jesus a respeito dele. (Mateus 11. 11).
João profetizando ao anjo da igreja em Esmirna diz: “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico)[...]. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2.9a-10).
A doença, portanto, é de satanás. A saúde, consequentemente, é de Deus. (Osborn)
CAUSAS DE DOENÇAS:
Entendo que, assim como não podemos desafiar as leis da gravidade, como nem mesmo o próprio Jesus desafiou quando o diabo, citando astutamente a palavra, pede-lhe que se atire do pináculo do templo (Mateus 4.6). Não devemos desrespeitar os limites do nosso organismo com coisas como a gula, alimentações prejudiciais, excesso de trabalho, ansiedade, ódio, falta de perdão, negligenciando o sono, em fim, com quaisquer coisas que tragam prejuízo ao nosso corpo e mente, ou seremos nós os maiores inimigos de nós mesmos, não os demônios.
“Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.” (Salmo 139.5).
Diz Osborn:
“Em 2 Crônicas 16, relata-se como Asa morreu de sua enfermidade, porque não buscou ao Senhor, mas, antes, aos médicos; enquanto em Isaias 38, Ezequias viveu porque buscou não aos médicos, mas ao Senhor.”
No entanto, uma análise rápida da história de Asa nos mostra que a enfermidade dele fugia à capacidade da medicina: “[...] a sua doença era em extremo grave” (2ª Crônicas 16:12aª. Ele carecia de um milagre, como no caso da mulher do fluxo de sangue, que havia gastado todo o seu dinheiro com médicos, mas sem proveito, antes, indo a pior. Não podemos afirmar, no entanto, que se Asa houvesse clamado a Deus, como o fez Ezequias, teria sido curado ou se isto é uma mera conclusão do escritor do Livro das Crônicas, já em que, em 1º Reis 15:23 e 24, é dito que Asa morreu por padecer de doença nos pés, já na sua velhice. O profeta Elizeu também foi acometido por uma enfermidade fatal (2º Reis 13:14). No caso de Ezequias, não foi diferente. Ele adoeceu mortalmente e o profeta Isaias o avisou que sua enfermidade era fatal. Assim como a mulher do fluxo de sangue buscou um milagre em Jesus, ele também buscou em Deus, e ainda ousou rezar seu rosário de boas obras dizendo: “Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo”. Aprouve então a Deus acrescentar a ele mais quinze anos de vida. (2 Reis 20: 1-7).
Apesar de o escritor Osborn ensinar que não são aos médicos a quem devemos recorrer, porque, como sabemos, eles nos prescrevem remédios, encontramos que Deus receitou para o rei Ezequias um tratamento com produto natural: Tome-se uma pasta de figos e ponha-se como emplasto sobre a úlcera; e ele recuperará a saúde.” (2 Reis 20.7). Em nenhuma parte da história foi atribuída ao diabo a enfermidade de Ezequias.
O apóstolo Paulo diz: E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15.54-55).
Enquanto estivermos neste mundo poluído, cheio de agrotóxico, violência, muito trabalho e tantas mazelas, nosso corpo estará fadado a contrair as mesmas enfermidades que qualquer mortal. Como diz Salomão: Tudo sucede igualmente a todos:
“O mesmo sucede ao justo e ao perverso; ao bom, ao puro e ao impuro;” (Eclesiastes 9. 2).
Aqui o escritor parece menos radical:
“Se a enfermidade fosse a vontade de Deus, então cada médico seria um transgressor da lei, cada enfermeira profissional seria uma desafiadora do Todo-Poderoso, e cada hospital seria uma casa de rebelião em vez de ser uma casa de misericórdia!”

Dou graças a Deus pelos médicos e enfermeiras que por vezes atenderam a mim e a tantos outros amigos com amor e dedicação.
O apóstolo Paulo conta para os gálatas que pregou o evangelho a eles, pela primeira vez, por causa de uma enfermidade física. A doença parecia asquerosa, uma vez que ele diz:Minha enfermidade na carne foi uma tentação, contudo não me revelaste desprezo nem desgosto; antes me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus.” (Gálatas 4. 13,14).
Apesar de haver exercido o dom de cura e até ressuscitado morto, Paulo receitou a Timóteo um pouco de vinho, por causa do seu estômago e das suas freqüentes enfermidades. (1 Timóteo 5.23). Por que será que Deus não curou Timóteo? Segundo consta na Bíblia, era um moço irrepreensível...
Cita Osborn:
Em 1 Coríntios 6. 20. Paulo diz: Fostes comprados por bom preço, glorificai, pois, Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
No versículo citado acima, o apóstolo Paulo estava aconselhando contra a prostituição, a impureza, lembrando que nosso corpo é o templo do Espírito Santo e que, portanto, devemos mantê-lo puro.
Osborn apela:
“Não glorificamos Deus em nosso espírito permanecendo em pecado, tampouco O glorificamos em nosso corpo permanecendo doentes.”
SANTOS ENFERMOS:
Por que será, então, que o grande profeta Elizeu permaneceu doente até a morte? É interessante como cita o escritor: “Estando Elizeu padecendo da enfermidade de que havia de morrer, Jeóas, rei de Israel, desceu a visitá-lo, chorou sobre ele e disse: Meu Pai, meu pai! Carros de Israel e seus cavaleiros!” (2 Reis 13.14). O mais incrível é o que sucedeu depois de Elizeu já descarnado pelos vermes, quando já era apenas uma “caveira”, segundo conta o historiador: “Enquanto alguns enterravam um homem, eis que viram um bando; então, lançaram o homem na sepultura de Elizeu; e, logo que o cadáver tocou os ossos de Elizeu, reviveu o homem e se levantou sobre os seus pés.” (2 Reis 13.21). Um santo assim, morrer enfermo? O que alegaria o Osborn?
Osborn diz: João 11.4 é usado para provar que a enfermidade glorifica Deus; mas Ele não foi glorificado enquanto Lázaro não foi ressuscitado da morte. O resultado, então, foi: Muitos dos judeus [...] creram nele (v. 45).
O escritor Osborn esquece que se Lázaro não houvesse ficado doente e morrido, Deus não teria sido glorificado tão grandiosamente.
Osborn pergunta e afirma:
Se a cura não é para todos, por que Jesus levou nossas doenças, dores e enfermidades? Se Deus queria que alguns de Seus filhos sofressem, Jesus nos livrou de levar algo que Deus queria que levássemos. Mas, uma vez que Jesus veio fazer a vontade do Pai e levou nossas enfermidades, deve ser a vontade de Deus que todos nós sejamos saudáveis.
Creio piamente nisto, que a vontade de Deus é que todos fossemos saudáveis. No entanto, apesar de Jesus haver carregado também os nossos pecados, nós insistimos em pecar e sofremos a conseqüência dos nossos próprios atos: “É bom e aceitável diante de Deus, nosso salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 1. 3-4)
Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmo nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (1João 1.8-9).
Osborn diz:
Em números 21.8, Deus sarou aqueles que foram picados pelas serpentes ardentes quando olhavam para uma serpente de bronze pendurada em uma estaca – uma tipificação do Calvário (Jo 3.14,15). Se todo aquele que olhava para a serpente de bronze era curado, é lógico que todo aquele que olha para Jesus pode ser curado hoje.
Jesus disse: Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim [com o mesmo propósito] importa que o Filho do Homem seja levantado (Jo. 3.140. Leia números 21.4-9.
Naquela ocasião, as pessoas haviam pecado contra Deus. A humanidade peca contra o senhor hoje.
Sim o povo de Israel havia murmurado contra Moisés e contra Deus, contra o alimento e a falta d’água. Um povo que tinha conhecimento de Deus e estava sendo tratado de uma maneira muito especial por Ele; que havia contemplado sinais e maravilhas extraordinárias, foi ferido em conseqüência da sua rebeldia, segundo eles mesmos reconheceram. (Números 21.7). No entanto, quando João aponta para o Filho do homem sendo levantado do mesmo modo como foi a serpente no deserto, para que todo o que nEle crê tenha a vida eterna (João 3.14-15), ele está se referindo explicitamente à remissão de pecadores que nunca tiveram seus pecados perdoados.
Ou seria certo entender que toda enfermidade resulta de pecado do homem, o que contrariaria o que diz Tiago: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, SE (prestemos atenção à partícula SE), houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (Tiago 5.14-15)?
Osborn interpreta:
Paulo diz que Deus nos tem preparado para toda boa obra (2Tm 2.21b), perfeitamente instruído para toda boa obra (2 Tm 3.17b), para que abundemos em toda boa obra (2 Co 9.8). Uma pessoa doente não está à altura dessas instruções bíblicas. Tais condições seriam impossíveis, se a cura não fosse para todos. Ou a cura não é para todos, ou esses versículos não se aplicam a todos.
Eu creio que o escrito entendeu que Paulo falava de diversidade de obra e daquele tipo versátil e ativista, que não encontra tempo para ficar nem consigo mesmo, muito menos a sós com Deus.
Conheci um ex-travesti que contraiu AIDS e foi internado em um grande hospital em São Paulo. Após o diagnóstico do médico de que seu caso era fatal, ele não se deixou abater, antes, levava consolo através da palavra de Deus e da sua alegria para todos quantos estavam no mesmo vale de sombra de morte que ele, a ponto de chegar ao conhecimento do diretor do hospital, que fez questão de conhecer quem era aquele paciente que estava levando tanto refrigério para os que esperavam apenas o dia da sua morte. E assim morreu o nosso amigo Antônio, fazendo uma grande e boa obra a favor das vítimas da AIDS.
Poderemos encontrar em todos os lugares, pessoas que, apesar das suas muitas enfermidades como as que tinha nosso querido Timóteo, estão habilitadas para toda boa obra. Sabemos que até mesmo mutilados de braços e pernas, muitos estão prestando serviços admiráveis a comunidades com mais desempenho que muitos perfeitos e robustos.
Osborn diz:
As escrituras são citadas: Muitas são as aflições do justo (Sl 34.19), mas isso não quer dizer doença como alguns querem que acreditemos. Esse texto trata de tribulações, provações, perseguições, tentações etc., mas nunca de doenças ou enfermidades físicas.
Seria uma contradição dizer: “Cristo levou nossas enfermidades e com Suas pisaduras fomos sarados”, mas depois acrescentar: “Muitas são as enfermidades do justo, as quais Deus deseja que ele suporte”.
Bem, o salmo citado não especifica quais são as tribulações dos justos, antes generaliza: “Muitas”. No caso, também teríamos que negar que nós ainda pecamos tanto, porque Jesus levou nossos pecados, mas nossas transgressões são tão claras como a luz do dia. Em nossas comunidades evangélicas, mesmo entre os que professam o novo nascimento e na verdade nasceram de novo, mas ainda estão sendo terminados, existem mentiras, invejas, maledicências, ciúmes, intrigas, luta por poder, cobiça e tantas outras mazelas que muitos de nós estão longe de se parecer com Jesus. Ai de nós se as misericórdias do Senhor não se renovassem sobre nós a cada manhã (Lamentações 3.22-23). Quanto às enfermidades, já falamos acima, no parágrafo: CAUSAS DE DOENÇAS.
Osborn diz:
Outra tradição: Deus castiga Seus filhos com doenças. Citam-se os versículos de Hebreus 12.6-8: O Senhor corrige o que ama [...]. É verdade. Deus corrige aqueles que ama, mas não diz que Ele os faz adoecer. O verbo corrigir, nesse caso, significa instruir, treinar, disciplinar, ensinar ou educar, assim como um professor instrui seu aluno, ou como um pai treina seu filho e ensina-lhe algo.
Aqui o Osborn faz um grande esforço para provar que Deus não castiga com doenças. Não obstante, no início do seu livrete ele diz: “Naquela ocasião [em que foram picadas por serpentes abrasadoras (grifo meu)] as pessoas haviam pecado contra Deus. A humanidade peca contra o Senhor hoje.”
A picada da serpente venenosa resultou em morte naquela ocasião. O salário do pecado é a morte hoje (Rm 6.23).
Não entendi o porquê do hoje, se no passado resultou também em morte...
Ele prossegue:
O povo clamou a Deus, Ele ouviu seu clamor e proveu um remédio – a serpente levantada. Aqueles que clamam a Deus hoje descobrem que o Senhor tem ouvido seu clamor e tem-lhes provido um remédio – Cristo levantado.
Ele deixou claro que as serpentes venenosas morderam o povo como conseqüência dos seus pecados, para já nas últimas páginas negar que Deus castiga com enfermidades, negando assim, não só as suas próprias palavras, como também a Bíblia. Vejamos:
“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, como do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos DISCIPLINADOS PELO SENHOR, para não sermos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11.26-32)
Na carta ao anjo da igreja em Tiatira, referindo-se a Jezabel, instrutora de pecado, o profeta transmite a seguinte profecia: “Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que Eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.” (Apocalipse 2. 21-23).
Concluímos que existem enfermidades consequentes das nossas transgressões, enfermidades provocadas por nossas negligências aos limites do nosso organismo, enfermidades contraídas naturalmente neste mundo tão poluído e enfermidades comuns, a natural degeneração do nosso corpo mortal.
No entanto, temos uma maravilhosa promessa e estou certa que, como eu, muitos já provaram da veracidade dela:
“O senhor assiste no leito da enfermidade; na doença, Tu lhe afofas a cama. (Salmo 41.3).
O mundo precisa ver como se porta no leito da enfermidade uma pessoa que confia em Deus. Ainda que esta pessoa esteja com um câncer da pior espécie, AIDS, lepra ou toda quebrada após um acidente catastrófico, será a oportunidade exata de provar realmente aquilo que ele prega: Confiança! Não é assim que muitos de nós cantamos:
“Eu te louvo de coração, eu te louvo com minha voz
E se me faltar minha voz, eu te louvo com minhas mãos,
E se me faltar minhas mãos, eu te louvo com meus pés
E se me faltar meus pés, eu te louvo com minha’alma
E se me faltar minha’alma é que já me fui com Ele?

Osborn diz:

Para chegarmos à plenitude de nossa idade e para que Deus tire o nosso fôlego, não é necessário a ajuda de um câncer ou de qualquer outra doença. A vontade de Deus para a morte de Seus filhos é que, depois de terem vivido uma vida frutífera e cumprido o número de seus dias, simplesmente parem de respirar e durmam em cristo, para acordarem do outro lado e viverem com Ele para sempre. Assim estaremos sempre com o Senhor. (1 Ts. 4.17c). De fato, essa é a bendita esperança dos justos.
Mirabolante nosso escritor. O que pensaria ele daqueles cristãos que foram decapitados, queimados em fogueiras clericais, servido de alimento para animais ferozes entre as gargalhadas, palmas e assovios dos reis e povos perversos e intolerantes? Que diria dos nossos patriarcas que ficaram cegos na velhice?
Salomão disse: Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer...
... E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. (Eclesiastes 12. 1,7).
Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade. (Eclesiastes 6.15)
Céu? Só após a morte, se nos assemelharmos realmente ao Filho do Deus Eterno, nesta vida.
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