BATISMO COM
ESPÍRITO SANTO
Cumprindo a
profecia de Joel que disse: “Derramarei do meu Espírito sobre ‘todos os
povos’. O seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os
jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito
naqueles dias.” (Joel 2.28,29) Jesus ordenou aos seus discípulos
dizendo: “Eu envio a vocês a promessa do meu Pai, mas fiquem na cidade
(Jerusalém) até serem revestidos do poder do alto”. (Lucas 24.49).
Podemos entender perfeitamente que Jesus não estava tratando
do dom do Espírito Santo que está em nós, a partir do momento em que nos
convertemos, do qual nos ensina Paulo: “Quando vocês ouviram e creram na palavra da
verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o
Espírito Santo da promessa, que é a ‘garantia’ da nossa herança até a redenção
daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória". (Efésios 1.13,14).
Se assim fosse, visto que eles já tinham crido, Ele não teria mandado
os discípulos ficarem em Jerusalém até que viesse sobre eles o batismo com o
Espírito Santo, do qual falou também João Batista: “...Ele os batizará com o Espírito Santo e com
fogo”. (Mateus 3.11b).
Em Atos, temos uma descrição precisa sobre o batismo com o
Espírito Santo: “Chegando o dia de pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De
repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa
na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se
separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo os
capacitava.” (Atos 2. 1,4).
É bem claro que o barulho foi grande e as “coreografias” não
comuns, tanto que os discípulos foram acusados de estarem embriagados, e não
por falarem em outras línguas, porque ninguém é tomado como poliglota por estar
embriagado.
Sabemos que as línguas
estranhas não caracterizam o batismo com o Espírito Santo. As línguas são um
dom, entre muitos outros dons. Mas entendemos que o batismo capacita o crente
com poder para testemunhar, segundo falou Jesus: “Mas receberão ‘poder’ quando o
Espírito Santo descer sobre vós, e serão minhas testemunhas...” (Atos 1.8)
Vale reforçar que este derramamento do Espírito não se trata
do penhor que recebemos na nossa conversão: “...E, se alguém não tem o Espírito
de Cristo (penhor) , não pertence a Cristo.” (Romanos 8.9b). Como também, nos diz
Paulo, na carta aos Efésios segundo citamos acima, no segundo parágrafo.
Infelizmente, por falta de um melhor
exame bíblico, muitos acreditam que o pentecoste ficou para trás, outros
acreditam que só são batizados com o Espírito Santo os que falam em línguas
estranhas ou em mistérios. Vamos “berear”?
Jesus nos diz: “Vão pelo ‘mundo todo’ e preguem o evangelho
a todas as pessoas... Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu Nome
expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem
algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes
e eles ficarão curados”. (Marcos 16. 15-18).
O autor do livro de Atos nos conta que Paulo, encontrando
alguns discípulos de João, lhes perguntou: “Vocês receberam o Espírito Santo ‘quando
creram’? Eles responderam: “Não, nem sequer ouvimos que existe o Espírito
Santo”. (Ora eles já tinham o selo, a garantia, o penhor do Espírito) Paulo
prossegue: “Então, que batismo vocês receberam? “O batismo de João”, responderam
eles. Disse Paulo: “O batismo de João foi um batismo de arrependimento. Ele
dizia ao povo que cresse naquEle que viria depois dele, isto é em Jesus.
Ouvindo isso, eles foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em línguas
e a profetizar. (Atos 19. 1-7).
Apesar de que, a conversão de Paulo tenha se dado depois do
pentecoste, ele tinha consciência, por experiência própria, da necessidade de
que o converso fosse batizado com o Espírito Santo porque é a fonte de poder
para sermos testemunhas de Cristo.
Muitos procuram respaldar sua doutrina de que o batismo foi
para aqueles dias, citando: “O amor nunca perece; mas, as profecias
desaparecerão, as línguas, cessarão; o conhecimento passará. Pois em parte
conhecemos e em parte, profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o
que é imperfeito desaparecerá. Quando eu
era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino.
Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.” (1 Coríntios 13.
8-11).
Compreendemos que Paulo compara o nosso entendimento
espiritual, quando neófitos, ao conhecimento normal de uma criança com relação à sua idade. Ou
seja, ela percebe a vida com olhos de criança e age conforme a sua percepção,
mas quando ela ficar adulta suas atitudes serão de uma pessoa adulta. Usando
esta analogia, ele está nos convidando a crescer no conhecimento espiritual, mas deixa óbvio que os dons só desaparecerão quando o nosso conhecimento se
tornar completo. O que só acontecerá exatamente quando estivermos
definitivamente com Jesus. Paulo nos deixa nítido o seu ensinamento quando diz:
“Agora,
pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas então, veremos face
a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como
sou plenamente conhecido.” (1 Coríntios 13. 12).
Entendamos bem, a última parte do versículo: “... então,
conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.”
No tempo presente, nós conhecemos Jesus como somos conhecidos por Ele? Claro
que não! Sabemos que, enquanto conhecermos apenas em parte, necessitamos dos
dons para a unidade, edificação e crescimento do corpo, como nos diz Paulo
tratando da diversidade dos dons: “A cada um, porém, é dada a manifestação do
Espírito, ‘visando ao bem comum’.” (1 Coríntios 12.7).
Não há dúvidas, os dons são repartidos pelo Espírito para
edificação da igreja, enquanto ela permanecer neste mundo. Se vamos rejeitar os
dons de línguas, profecias, visões que estão listados juntos com aqueles que apreciamos
tanto, como a palavra de sabedoria; a palavra de conhecimento; dom de prestar
ajuda; dom de administração; estaremos selecionando os dons segundo a nossa fé
e não, nos submetendo a sabedoria do Espírito Santo. “Há diferentes tipos de dons, mas
o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o
mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em
todos. (1 Coríntios 12. 4-6).
É interessante percebermos que os judeus cristãos também
tinham seus preconceitos quanto ao derramamento do Espírito Santo e as suas
ações. Quando na casa do Cornélio, Pedro estava pregando e o Espírito Santo
desceu sobre todos os que ouviam a palavra, e eles começaram a falar em
línguas, “os judeus convertidos que foram com Pedro ficaram admirados que o dom
do Espírito Santo fosse derramado até sobre os gentios.” (Atos 10. 45).
Entendemos que diante da anarquia de uma grande parte das
igrejas neopentecostais, diante da falta de sabedoria da maioria das igrejas
pentecostais, principalmente sobre os dons de ‘profecias e das línguas’,
milhares de pessoas têm ficado confusas e incrédulas com relação ao batismo com
o Espírito Santo. Mas a Bíblia é bem clara com alusão às atuações do Espírito e
quanto às profecias.
A questão com falsos profetas vem desde o antigo testamento.
Já haviam profetas que faziam comércio do dom recebido por Deus. Um caso bem
conhecido é o do profeta Balaão, que se vendeu a Balaque, rei de Moabe para
amaldiçoar o povo de Israel. (Números 22. 5-32)
O teste bíblico é: “... Como saberemos se uma mensagem não vem do
Senhor? Se o que o profeta proclamar em nome do Senhor não acontecer nem se
cumprir, essa mensagem não vem do Senhor. Aquele profeta falou com presunção.
Não tenham medo dele.” (Deuteronômio 18. 21, 22).
Além do mais, toda profecia tem que estar embasada e
respaldada na Palavra e seja qual for a mensagem, Deus se encarregará de
confirma-la.
“Enchei-vos do Espírito Santo.” (Efésios 5.18).
Por Guiomar Barba.