Estejamos atentos. Muitos estão engrossando as
fileiras dos apóstatas. Uns amargurados contra Deus; outros, por se emaranharem
nas teias do saber, se tornam arrogantes e desprezam a sabedoria do Criador do
universo e a Sua eterna soberania. Estejamos firmes na comunhão com o Pai a
cada dia, para que não sejamos tentados e sucumbamos com os enganos sutis do
diabo. (Guiomar Barba).
Ridicularizam-se a
Bíblia, a pregação do evangelho e a fé dos cristãos. Porém os cristãos em geral
não ridicularizam - ou não deveriam ridicularizar - a ciência.
A ciência não é,
necessariamente, inimiga da fé e vice-versa. Ambas não deveriam se digladiar. O
que não impede que a fé não abrace todos os pressupostos da ciência e a
ciência, por sua vez, faça o mesmo. É difícil dizer qual das duas impõe mais:
se a fé ou a ciência. Mesmo que a ciência se torne às vezes soberba, a fé pode
e deve ser convicta sem soberba.
Os cristãos que
esfriam na fé ou abandonam a fé por causa de algum trunfo da ciência precisam
saber que a ciência não é invulnerável, como também a religião, em si, não ó é.
O que é invulnerável em matéria de religião é a "fé que nos foi confiada
como um dom a ser guardado e cultivado" (Judas 3, Bíblia Ave-Maria). No
bojo desta fé está o Criador, a criação, a necessidade de remoção do pecado, o
nascimento virginal de Jesus, seu sacrifício vicário e sua ressurreição, a
glória vindoura e a revelação.
São os próprios
homens da ciência que alardeiam seus equívocos, suas limitações e até mesmo
suas fraudes. O jornalista Hélio Schwartsman um judeu ateu, como se declara -,
em outubro de 2012, baseando-se na revista Ciência, diz que “a ocorrência de
fraudes em pesquisa médica cresceu dez vezes mais de 1975 para cá". Ele
receia que isso "seja apenas a ponta do iceberg do problema"
(Folha de São Paulo, 5/10/2012, A2). Duas semanas depois o médico Drauzio
Varella, mais conhecido por seus livros do que pelo seu consultório, cita a declaração
de 150 anos atrás de Oliver Holmes, segundo a qual, "se toda a matéria
médica, como hoje é empregada, fosse afogada no fundo do mar, seria muito
melhor para a humanidade - e muito pior para os peixes" (Folha de São
Paulo, 21/10/2012, E14).
Outro dia, Marcelo
Gleiser, professor de física teórica dos Estados Unidos, no artigo intitulado A
terceira revolução copernicana (Folha de São Paulo, 30/9/2012), listou uma
série de descobertas científicas envolvendo o universo que foram sendo
substituídas sucessivamente umas pelas outra. Houve um tempo em que a ciência
dizia que a Via Láctea era tudo o que existia. Pouco depois, outro cientista
afirmava que a Via Láctea era apenas uma entre "centenas de milhares"
de outras galáxias. Hoje - diz Gleiser - "sabemos que existem centenas de
bilhões de galáxias". A terra, o sol e a Via Láctea já foram considerados
o centro do universo. A tendência hoje em dia é dizer que o nosso universo não
é o único, mas um entre incontáveis outros.
Na metade do século
passado, dez mil recém-nascidos em todo o mundo, especialmente na Alemanha,
nasceram com graves deformações vítimas de um dos maiores erros da história da
medicina. Só agora, cinquenta anos depois da tragédia, é que o laboratório
Grünenthal, o fabricante da talidomida, pede desculpas ao mundo. Uma das
vítimas brasileiras é presidente da Associação Brasileira de Portadores de
Síndrome da Talidomida (ABPST). Cláudia Marques Maximino nasceu em 1962 sem as
duas pernas e um braço. Ela é pós-graduada em recursos humanos.
Esses "novos
horizontes" não surgem no terreno da fé: há mais de dois milênios não
houve alteração alguma na “fé que os santos receberam de uma vez para
sempre". Essa herança de convicções religiosas não vem por meio de fatos
matematicamente comprovados, como se tenta fazer na ciência. Ela é formada a
partir de revelações da parte de Deus. Pela via cientifica ninguém acreditará,
por exemplo, na concepção sobrenatural de Jesus, no perdão de pecados por meio
do sacrifício vicário de Jesus, na ressurreição dos mortos, em novos céus e
nova terra. Mas, pela fé, essas convicções podem e devem existir.
O TESTE DA FÉ
Em alguns momentos da
vida, nos deparamos com incertezas sobre as coisas em que acreditamos, sobre a
inexplicabilidade de fenômenos naturais ou até mesmo sobre a própria existência
de Deus - se Ele de fato existe ou se isso não passa de uma fantasia. Acredite,
cientistas que passaram anos estudando tiveram a mesma dúvida; outros nem
sequer apostavam ha hipótese de que as respostas para suas perguntas estariam
em Deus, porém descobriram o contrário.
Ao longo de o Teste
da Fé (que vem acompanhado de um DVD, um documentário sobre a relação entre fé
e ciência), o leitor encontrará dez testemunhos de cientistas que vieram à fé e
de cientistas que jamais a abandonam, mesmo depois de submersos no mundo científico.
Cada um deles fala um pouco sobre a maneira como foi apresentado ao cristianismo,
suas primeiras reações e sobre seu próprio universo dentro da ciência, que
varia entre astrofísica, biologia celular e molecular, neurobiologia, física matemática,
ciências midiáticas e astronomia.
A suposição corrente hoje em dia de que fé e ciência
não podem andar lado a lado não se sustenta. Acredita-se que, se um evento é
provado cientificamente, qualquer explicação teológica sobre ele deve ser
refutada. Da mesma maneira, se um milagre pode ser explicado cientificamente,
ele já não é mais um milagre. Depoimentos como os dois cientistas Jennifer
Wiseman, responsável pelo projeto de telescópio Hubble, e Alister McGrath
(Teologia Pura e Simples, Ultimato, 2012), PhD em biofísica e professor de
teologia histórica, relatados em O teste
da Fé, mostram como a aversão entre ciência e fé pode ser desconstruída. (Grifo meu).
Por Fernanda Moreira.
(Extraído da Revista Ultimato).