CRISTO EM
NÓS
“Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês
não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão
no Reino dos céus". (Mateus 5:20)
Fomos marcados por traumas. Temos cicatrizes nas nossas almas.
Muitos de nós temos feridas tão profundas que ainda sangram apesar do tempo e,
por isso, tanto desequilíbrio emocional, tantos caracteres anômalos.
Aqueles que
não conhecem a máxima do evangelho de Cristo que é "Amar ao próximo como a
si mesmo" nos castigam a cada dia com difamações. São aqueles que
hipocritamente esquecendo das suas próprias transgressões, tentam nos congelar
nos nossos pecados.
Transcrevo o
texto do Pr. Joilson Rocha que com muita propriedade nos expõe, à luz da
Palavra de Deus:
“Aos 'doutores em divindade', aos
'expert em espiritualidade', aos 'promotores da justiça própria farisaica', aos
'Boanerges que querem queimar samaritanos', aos 'sem- pecado que atiram todas
as pedras', aos 'que sempre exortam porque são infalíveis', enfim, à todos que
se julgam tão santos e tão donos da verdade, de modo que a igreja precisa mais
deles do que eles da igreja, uma Palavra: “Por que vês tu o argueiro no olho de
teu irmão, e não repara na trave que está no teu próprio? Hipócrita! Tira
primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro
do olho do teu irmão.” (Mt. 7.3,5).
Vamos ser mais empáticos do que
antipáticos, mais misericordiosos do que justiceiros, mais irmãos do que
rivais, mais cristãos do que pagãos, mais piedosos do que dogmáticos
então a “graça não será barata”, mas
como disse Dietrich Bonhoeffer, será a “graça preciosa” que gera comunhão e
glorificação a Deus.”
Se nós que
somos vítimas de tantas dores, através da auto piedade, usarmos esta gama de
sentimentos doentios, como arma contra os nossos inimigos, não estaremos
contribuindo para a nossa ruína total?
Certa vez ao
abordar um cantor “cristão,” por estar agredindo a sua esposa, física e
emocionalmente, ele me gritou: “Você sabe o que já passei na minha vida?
Contestei-o com o seu próprio argumento e no mesmo tom de voz dele,
silenciando-o e graças a Deus, ele refletiu e mudou.
“Portanto, se alguém
está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram
coisas novas!” ( 2 Coríntios 5:17).
O fato não é
se alguém apenas converteu e foram cancelados os seus pecados, mas como nos
aconselha o apóstolo Paulo, se estamos desenvolvendo a nossa salvação. (Filipenses
2.12). Se estamos processando a nossa salvação, evidentemente as curas do
corpo, da alma e do espírito que Jesus morrendo na cruz nos proporcionou, serão
refletidas através do fruto do Espírito em nós, que é: “amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” (Gálatas 5.22).
Perceba que
não estamos falando de uma cura mágica, mas de um processo bem doloroso, porque
exige de nós a morte da nossa carne.
Quando
depois de alguns anos de convertida eu fui incentivada pelo Espírito a pedir a
Deus para que eu fosse crucificada com Cristo, simplesmente passei três dias
sem conseguir fazer esta oração. Eu chorava e não conseguia pedir. Quero dizer
com o meu testemunho, que, quando a palavra diz: “Pois a carne deseja o que é contrário
ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um
com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” (Gálatas 5:17),
é que as nossas reações procedentes das nossas amarguras causadas pelos nossos
sofrimentos, revelam que, apesar do pleno sacrifício de Jesus,
“Certamente ele tomou sobre si as
nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças” (Isaías 53:4),
nós ainda, por nossa culpa, não fomos abençoados completamente. Portanto,
estamos vulneráveis a sermos a inversão medíocre do que propôs o Pr. Joilson
Rocha. Ou seja, seremos mais antipáticos do que empáticos, mais justiceiros do
que misericordiosos, mais rivais do que irmãos, mais pagãos do que cristãos,
mais dogmáticos, do que piedosos.”
A graça para
lutarmos pela a versão correta, depende do nosso SER em Cristo.
Por Guiomar Barba
Corrigido por Carlos Bompastor